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Porto da Cruz
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Porto Santo. Um pedacinho de Verão enquanto o Verão não chega

Partimos do Funchal em direcção a Porto Santo, a ilha dourada. Por lá tratámos do corpo com as areias terapêuticas da costa, subimos ao ponto mais alto da ilha e deliciámo-nos com uma mariscada à beira-mar

Escrito por
Nelma Viana
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Vai-se a ver e um terço do ano de 2018 já passou. Isto depois das festas é um tirinho até à Primavera. Neste mês, que marca a tão esperada chegada das andorinhas, dos dias mais longos e dos pores-do-sol cor-de-rosa-alaranjados, começa a crescer aquela ânsia por calor, roupa leve e passeios ao ar livre. Na verdade, o que se quer mesmo, mesmo, mesmo é que chegue depressa o tempo da praia mas, na impossibilidade de viajar até aos trópicos, a exactamente 1196 km de distância do Porto encontra-se o arquipélago da Madeira e nele um clima oceânico subtropical que já dá para matar o bichinho do Verão. Se a ideia é ir atrás do tempo quente, aponte a bússola em direcção a Porto Santo, aquele que será o melhor cartão de visita do arquipélago da Madeira e o único sítio em Portugal que consegue manter nos 25 ºC a temperatura média anual da água do mar. Sem grande demora, dirija-se à pequena cidade de Vila Baleira, considerada a capital de Porto Santo e o epicentro da movida. Para ficar mesmo com os pezinhos na areia e dispensar o uso de sapatos, o Vila Baleira Resort (Sítio do Cabeço da Ponta Porto Santo. 291 980 800.
A partir de 74€), um quatro estrelas em regime de tudo incluído, oferece as condições ideais para um merecido descanso.

Cuide-se. Aproveitando as propriedades terapêuticas das areias de Porto Santo (a ciência já provou que
 a sua aplicação directa na pele actua como anti-inflamatório natural), o spa do hotel inclui tratamentos de psamoterapia (90€/ sessão), o nome pomposo e francamente complicado que se dá ao processo estranhamente simples de envolvimento em areia aquecida a 40 ºC e que promete, em coisa de meia-hora, a libertação de minerais essenciais que ajudam no tratamento de doenças reumáticas e musculo-esqueléticas – e não, não 
tem de ter mais de 65 anos
 para sentir os benefícios da coisa, é aconselhado a quem sofre daquela maleita crónica que é trabalhar em frente ao computador.

Depois disto, impõe-se um mergulho no mar e um banho de sol antes de calçar os ténis rumo aos miradouros secretos da ilha. Subir ao Pico do Castelo é obrigatório. Pode optar pelo percurso mais longo de 4,6 km e cerca de 2h15 a dar à perna ou, em alternativa, pelo de 3,2 km que se completa em pouco mais de 1h30. Ambos partem do sítio do Moledo e sobem por um caminho florestal que passa pelo Pico do Facho, a partir de onde se avistam os resquícios agrícolas de outros tempos e o belíssimo trabalho feito com
a reflorestação da ilha. Lá em cima, a 430 metros de altitude, é visível toda a extensão da
 ilha e os ilhéus selvagens como pano de fundo. Isto dos ilhéus selvagens podia ter muito que se lhe dissesse mas vai já daqui a má notícia: não são habitados e não é possível visitá-los. Na verdade são um conjunto de seis pequenas formações rochosas cobertas de vegetação da Macaronésia e estão protegidos pela Rede Natura 2000, criada para assegurar a preservação da fauna e flora ali existentes – sobretudo das aves marinhas.

Titanic Português. Mas calma que, mesmo não podendo pisar o território sagrado dos ilhéus, pode mergulhar bem perto do Ilhéu de Cima, no famoso Cemitério das Âncoras, e descobrir o nosso Titanic português, o cargueiro Madeirense que durante décadas transportou passageiros entre o Funchal e Porto Santo e que foi propositadamente afundado em 2000 para
 servir de recife natural... e eventualmente de atracção turística (www.rheadive.com).

Depois disto já não deve sobrar muito tempo para
 se dedicar aos prazeres do peixe da costa. Assim escolha sem hesitar o restaurante O Calheta (Sítio da Ponta da Calheta, Porto Santo. 29 1
98 5322), mesmo em cima da praia e a meca das mariscadas mais frescas do arquipélago. À noite, e porque o dia não pode terminar sem uma espirituosa, dê um salto ao Wine Bar 3Vs, de Vinho, Vinha e Volta, (Rua João Sebastião Silva Moura Caldeira, 6, Vila Baleira. 91 785 6798)
 e não abandone o local sem antes provar um copo do vinho produzido na ilha. Ninguém leva a mal se pedir uma poncha ou uma sangria, mas vá por nós quando dizemos que o casal que gere a casa vai ficar sentido com a desfeita.

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