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O DDD - Dias da Dança
© Simon JourdanO DDD - Dias da Dança

Festival DDD - Dias da Dança: como pôr três cidades a dançar

Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos recebem o Festival DDD - Dias da Dança. Saiba como pôr três cidades a dançar e conheça a programação

Escrito por
Mariana Duarte
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O Festival DDD – Dias da Dança está de volta para a terceira edição, de quinta 26 a 13 de Maio. Organizado pelo Teatro Municipal do Porto/Câmara do Porto em parceria com as autarquias de Gaia e Matosinhos, o DDD apresenta nomes nacionais e internacionais, novos e estabelecidos, da dança contemporânea. Aqui tem o resumo do muito que há para ver, por cada geografia.

Como pôr três cidades a dançar

Porto
©Helge Hansen

Porto

O tiro de partida do festival é dado no Teatro Campo Alegre, quinta 26, com a estreia nacional de (b)reaching stillness. A coreógrafa suíça Lea Moro explora a ideia de imobilidade, tendo como referência as naturezas mortas da arte barroca. Ao longo de uma coreografia tensa e inesperada, os corpos dos bailarinos balançam entre uma inactividade dinâmica e impassível, entre o afundamento e o ressurgimento, paradoxalmente acompanhados pela exuberante Sinfonia da Ressurreição de Gustav Mahler.

No dia seguinte, estreia no Teatro Nacional São João (TNSJ) o novo trabalho de Olga Roriz, veterana da dança portuguesa. A Meio da Noite ocupa um território abstracto, misterioso e introspectivo em que se dialoga com o cinema de Ingmar Bergman, em particular o filme A Hora do Lobo (1968).

Entretanto, na mala voadora, há bananas, limpezas de pele e tricot em palco. Em The Lonely Tasks (sábado 28 e domingo 29, voltando depois a 5 e 6 de Maio), a jovem coreógrafa e performer Mara Andrade documenta em tempo real a utilidade do corpo performativo, desempenhando tarefas rotineiras. A performance surge aqui enquanto teia de relações e interdependências: corpo-performance, performer-público, performer-espaço, performer-tempo.

Dia 28, a coreógrafa marroquina Bouchra Ouizguen regressa ao Rivoli, onde esteve em 2016 com o excelente Ha!, para apresentar, em estreia nacional, Jerada (foto), a sua joint venture com a Carte Blanche, considerada a maior companhia de dança contemporânea da Noruega. O espectáculo foi germinado em Jerada, Marrocos, e será, muito provavelmente, um dos pontos altos deste DDD.

O mesmo se pode dizer de Minor Matter, de Ligia Lewis, uma das criadoras mais interessantes do actual circuito de artes performativas, que trabalha entre Berlim e os Estados Unidos. Este espectáculo é o segundo capítulo da trilogia Blue, Red, White, interpretada por três bailarinos e sobre negritude, em confronto com a black box do teatro. Em Minor Matter, a cor vermelha materializa pensamentos entre o amor e a raiva num espaço poético e político (Teatro Campo Alegre, domingo 29).

A 2 de Maio, Serralves recebe Ana Rita Teodoro e três dos seus trabalhos da série Delirar a Anatomia: Sonho d’Intestino, Orifice Paradis e Palco. Delirar a Anatomia é uma colecção de “estudos febris” dedicados a uma parte do corpo, cruzando a investigação anatómica com referências iconográficas, literárias e empíricas. Neste caso, os intestinos, a boca e o joelho são, respectivamente, os protagonistas.

Mónica Calle com o seu poderoso Ensaio para uma Cartografia (Rivoli, dias 3 e 4), Amala Dianor com Quelque Part au Milieu de l’Infinit (Palácio do Bolhão, dia 6), Miguel Pereira com Peça Feliz (Palácio do Bolhão, dia 10) e o bailarino de flamenco Farruquito com Pinacendá (Coliseu do Porto12) são outros dos destaques do DDD para o próximo mês.

Vila Nova de Gaia
©José Caldeira

Vila Nova de Gaia

Estreado em 2017 no Rivoli, Brother (foto), de Marco da Silva Ferreira, mostra-se agora no Auditório Municipal de Gaia, na sexta 27. Uma nova oportunidade para ver um dos coreógrafos mais valiosos e internacionais da nova geração da dança portuguesa, com um espectáculo de alta voltagem onde convivem linguagens ancestrais, contemporâneas e pop de uma dança sem fronteiras e feita em colectivo.

No dia 3 de Maio, o Auditório Municipal recebe a estreia de From Afar It Was an Island, a nova criação de João Fiadeiro, um dos vários veteranos da dança nacional presentes no DDD; e, dia 10, chega a companhia de hip-hop francesa Cie. Dyptik, com Le Cri.

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Matosinhos
©Cristina Mendanha

Matosinhos

No Teatro Municipal Constantino Nery, sábado 28, outro espectáculo em estreia e outro nome para descobrir: Enchente, de Luísa Saraiva, reúne bailarinas e bailarinos de várias nacionalidades para se debruçar sobre como é que as multidões se comportam, interagem e se apoiam em situações de ansiedade ou de entusiasmo, de emergência e de pânico – das Black Fridays a raves, de desastres a manifestações.

Dia 1 de Maio, Carlota Langido passa pelo Constantino Nery com Jungle Red (foto), uma peça sobre “a nostalgia do paraíso”, nas palavras da própria.

No âmbito do DDD Out – espectáculos gratuitos em espaços públicos –, dias 5 e 6 a Real Vinícola vai ser palco de um encontro entre um artista visual e um artista de circo, em Floe, e a marginal de Matosinhos vai receber o amor de Ar-Que-Ti-Po, da companhia Radar 360o.■

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