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Tanto Bate Até que Samba
© Marco Duarte Tanto Bate Até que Samba no Boa-Bao Porto

Conheça as rodas de samba do Porto

“Empoderamento feminino” é a palavra de ordem das Tanto Bate Até que Samba, a nova roda de samba do Porto.

Escrito por
Margarida Ribeiro
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“Queremos enaltecer o poder feminino porque temos orgulho em sermos mulheres.” Quem o diz é Denise Machado, que em conjunto com Inah Santos fundou a Tanto Bate Até que Samba, uma roda de samba protagonizada por mulheres – os senhores que estão na fotografia têm apenas papéis temporários (sem ofensa), já que o objectivo de Denise e Inah é que, em breve, duas instrumentistas os substituam.

Actualmente, o grupo conta com oito músicos portugueses e brasileiros. Além das fundadoras, ambas vocalistas, fazem parte Lizz Marchi (tantan), Gabi Biscotto (pandeiro), Inês Guerra (caixa), Letícia Malvares (flauta transversal), Fabinho do Cavaco (cavaquinho) e Ilen Monteiro (violão). Apostam num repertório variado, que vai desde o samba de raiz ao mais actual, incluindo também música popular brasileira que depois é adaptada para samba. Cartola, Beth Carvalho, Arlindo Cruz, Djavan, Gabrielzinho do Irajá, Maria Bethânia e Elis Regina são alguns dos músicos e compositores de eleição. “Como há muitos grupos de samba cá, temos o cuidado de não tocar o mesmo que os outros”, explica a carioca Inah Santos, que actua com outras rodas de samba.

Mesmo depois de terem criado o colectivo, não conseguiram ficar quietas. Continuaram a desenvolver o conceito das Tanto Bate Até que Samba com a finalidade de serem mais do que uma roda de samba: o projecto tem vindo a transformar-se num evento mais alargado que, além dos concertos, integra mulheres de outras áreas artísticas como as artes plásticas, a dança e a poesia. “Começámos a pensar em juntar mais pessoas que, além de artistas, são mães, filhas e mulheres que lutam todos os dias pelo seu espacinho ao sol”, conta Inah. Já receberam uma performance do Grupo de Dança Kajal Ratanji, um set da DJ Patisol e uma exposição da ilustradora Janina Brandão, entre outras.

Quando estão a organizar estes eventos, que já passaram pelo Ateneu Comercial do Porto, Denise e Inah pensam em tudo ao detalhe e em consonância com a mensagem que querem passar – por isso não é de estranhar que toda a equipa envolvida, desde a porteira até à fotógrafa, também sejam mulheres. Há toda uma política de sororidade. “Só não contratamos mulheres quando não temos outra opção”, sublinha Denise Machado.

Depois do sucesso destas apresentações, surgiu uma parceria com a Sambapinto, uma loja online brasileira que vende artigos para escolas de samba, carnaval e festas. O resultado é uma linha de t-shirts estampadas com adaptações de ditados portugueses, como “antes samba do que mal acompanhada” ou “diz-me a que samba é que vais e dir-te-ei quem és” (mesmo o nome do grupo é uma remistura da expressão popular “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”). É possível encomendar as t-shirts na página de Facebook do colectivo.

Além de organizarem os seus próprios eventos e concertos, as Tanto Bate Até que Samba também são convidadas para tocar ao vivo: a próxima actuação acontece no bar Rua, sábado 29. Vão apresentar-se com uma formação mais pequena, mas mesmo assim querem ser fiéis ao seu modus operandi e convidar outras artistas para se juntarem a elas.

No que toca aos planos para o futuro, em breve as Tanto Bate Até que Samba vão entrar em estúdio para começar a gravar as primeiras canções originais. O primeiro tema foi escrito pelo compositor e intérprete brasileiro Serginho Meriti, padrinho musical de Inah Santos, e será lançado ainda este ano. Dar concertos lá fora é outra das ideias em cima da mesa, mas por agora as Tanto Bate Até que Samba vão andar por cá a mostrar o que valem as mulheres no samba – e em todo o lado.

Mais rodas de samba para conhecer

Orquestra  Bamba Social
© DR

1. Orquestra Bamba Social

Foi a paixão pelo samba e pelo chorinho que juntou estes 17 músicos, portugueses e brasileiros. A Orquestra Bamba Social aposta em clássicos da música brasileira, mas também há espaço para alguns originais.

Toque Social
© DR

2. Toque Social

Fundada há mais de duas décadas no Rio de Janeiro, a Toque Social chegou a Portugal em 2006. Tocam temas autorais e versões de samba, pagode e MPB de artistas como Martinho da Vila e Zeca Pagodinho.

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Samba Sem Fronteiras
©Facebook/Samba sem Fronteiras

3. Samba Sem Fronteiras

Composto por brasileiros e portugueses, o grupo Samba Sem Fronteiras surgiu para tentar colmatar a falta de colectivos em Portugal que tocassem samba de raiz. O seu repertório inclui música brasileira que vai desde os anos 30 até à actualidade.

Mais música no Porto

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Há muita música para ouvir na cidade durante as próximas semanas, em diferentes salas de espectáculos. Artistas nacionais ou internacionais vêm apresentar novos álbuns ou relembrar as várias facetas que marcaram as suas carreiras, e trazem consigo estilos para todos os gostos e para todos os ouvidos.  Com tanta variedade, o difícil vai ser escolher e arranjar tempo para tudo. Caso tenha ficado com vontade de abanar o corpinho (com mais ou menos energia), guarde esta lista com os melhores concertos no Porto este mês e preencha a sua vida com uma banda sonora de alto nível. 

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Gosta de ouvir boa música, acompanhado de um cocktail ou de um copo de vinho? Então junte os amigos e faça uma visita a um destes cinco bares para ouvir música ao vivo no Porto. Por isso, esteja atento à agenda de cada um e escolha o estilo que mais lhe agrada. Regularmente, vai encontrar concertos de pop, rock, jazz, blues, bossa nova e até rodas de samba. À música alia-se o bom ambiente dos bares, por exemplo, um deles tem uma das melhores vistas da cidade, enquanto que outro é um dos melhores clubes. Divirta-se. 

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