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A performance da pioneira Joan Jonas chega a Serralves na sexta

Escrito por
Maria Monteiro
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Foi no final dos anos 60, depois de ter iniciado o seu percurso como escultora, que Joan Jonas (n.1936) enveredou por território pouco explorado até então: a combinação da performance com objectos que têm um papel central na sua criação. Mirror Pieces, uma série de trabalhos realizada entre 1969 e 1971, recorre ao uso de espelhos para fazer a sobreposição e fragmentação de reflexos, perspectivas e imagens, e trabalhar a relação da artista com o corpo. Esta é uma das obras que integra Joan Jonas: Pioneer of Performance, exposição que inaugura na sexta 24 no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, depois de ter estado em 2018 no Tate Modern, em Londres.

“É uma figura central das artes plásticas e destaca-se pela forma como consegue conciliá-las com as artes performativas”, afirma Marta Almeida. A directora-adjunta do Museu de Serralves é uma das comissárias da mostra co-produzida com o museu britânico, que fica no Porto até 1 de Setembro. Há sete instalações para ver, além da recriação das performances Mirror Piece II (24 e 26 de Maio) e Mirror Check (2 de Junho). “Além das peças principais, há várias esculturas, objectos, filmes e vídeo-arte que se vão espalhar por toda a exposição”, revela Marta Almeida.

Joan Jonas recorre ao uso de espelhos para trabalhar a fragmentação e sobreposição de imagens
© DR

Ao longo de mais de quatro décadas, Joan Jonas desenvolveu um “trabalho pioneiro na forma e no conteúdo”. Além de ter fundido a performance com som, texto, desenho, vídeo, dança e teatro, foi influenciada por questões de identidade de género, como o corpo feminino, o papel cambiante da mulher e as expectativas sociais – Joan Jonas surgiu na cena artística norte-americana quando o Movimento de Libertação das Mulheres ganhava fôlego.

Este olhar atento sobre o mundo reflecte-se, por exemplo, na instalação Stream or River, Flight or Pattern (2017), o trabalho mais recente em exibição. Articulando vídeo-projecção com desenhos e papagaios de papel suspensos no tecto, a artista explora a relação do ser humano com a natureza, preocupação que atravessa todo o seu trabalho.

A vitalidade da obra é “também a vitalidade da artista”, realça Marta Almeida. Aos 82 anos, Joan Jonas continua presente na montagem das suas exposições e na reinterpretação das suas performances. Nesse sentido, vem ao Porto inaugurar a exposição e participar na nova versão de Mirror Piece II. A peça foi redesenhada com a bailarina Nefeli Skarmea e conta com a partipação de 15 performers locais.

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