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A quarta edição do Douro & Porto Wine Festival chega em velocidade cruzeiro e atraca no Porto Comercial de Cambres com toda a pompa e circunstância. Depois de muita resiliência e de um início atribulado (o festival começou em 2019, reinventou-se no pós-pandemia, renasceu das cinzas em 2022 e, este ano, trocou o agitado mês de Setembro por um Julho mais tranquilo e acolhedor) manteve-se fiel à sua missão original: trazer o mundo ao Douro e levar os vinhos do Douro ao mundo, sempre acompanhados de boa comida e muita música.
Assim, nas margens de Lamego e com uma vista privilegiada para o Cais de Peso da Régua, o Porto Comercial de Cambres é novamente casa deste festival vinícola. Entre encostas atestadas de vinhas e vales estreitos, o descampado é uma visão rara, estendendo-se ao longo de seis hectares de planura, mesmo junto ao rio Douro. O espaço, que começou por ser usado por pequenas embarcações para movimentar mercadorias, sobretudo o vinho produzido nas quintas e vinhas próximas, rapidamente se tornou numa importante infraestrutura para a região. Foi crescendo ao longo dos anos, em dimensão e relevância, e, além da sua função mercantil, hoje dá assistência ao abastecimento dos cruzeiros que fendem o rio e é um lugar privilegiado para o lançamento do fogo de artifício durante as Festas de Nossa Senhora do Socorro, que acontecem no Verão. Nos próximos dias 4 e 5 de Julho, e com capacidade para acolher cerca de 20 mil pessoas, o porto ganha uma nova vida, integrando mais profundamente a dimensão cultural do Douro, com dois dias de grande festa.
O que é duriense é bom
Celebrar o bom vinho que por aqui se faz é o mote do festival que, este ano, recebe dezenas de produtores e centenas de rótulos, todos da região do Douro. Alma Soalheira, da freguesia da Penajóia; Quinta da Serôdia, perto da Galafura; Foz do Corgo, da Régua; Quinta dos Nogueirões, em São João da Pesqueira; Quinta das Lamelas, em Rio Bom e Vale da Teja, na Horta, são alguns dos produtores que vão estar a dar a provar os seus vinhos a quem passar pela Wine Village. Deste lote, fazem ainda parte a muito conhecida Quinta da Pacheca, vizinha imediata do festival, e a Lavradores de Feitoria, um conjunto de 20 quintas no Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior. Mas como tanto vinho (bom) não pode cair em estômago vazio, prepare-se, porque além das banquinhas com boa comida, muitas delas a servir petiscos regionais, também estão pensados showcookings e experiências sensoriais, com “grandes nomes da cena vinícola e gastronómica da região”, avança a organização. Nuno Castro, do Fava Tonka; Renato Cunha, do Ferrugem; e Rui Martins, do Culto ao Bacalhau, são alguns dos chefs que estarão a cozinhar por lá.
Música para os seus ouvidos
Ansioso por um pezinho de dança? Na sexta-feira, dia 4 de Julho, o grande destaque vai para a brasileira Vanessa da Mata. A cantora chega com a sua tour internacional intitulada Todas Elas, que rouba o nome ao seu mais recente projecto, lançado em Maio. Este novo álbum sucede a Vem Doce, de 2023, indicado ao Grammy latino na categoria de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira. Mas a mato-grossense de Alto Garças não estará sozinha. A aquecer o palco, numa tarde que se prevê quente e soalheira, vai estar David Fonseca, incontornável voz do panorama nacional e autor de músicas que habitam, há anos, o imaginário de todos nós, como “Someone That Cannot Love”, “Kiss Me, Oh, Kiss me” e “What Life is For”. Antes dele, Nena e Joana Almirante (ou 2 Pares de Botas) trazem o Texas a Lamego, com os seus covers de músicas country, desde Dolly Parton a John Denver, e ainda alguns originais. O primeiro dia fecha com o português S. Pedro, que irá apresentar singles recentes como “Até a Música Acabar” e “Tradição”, que fazem parte do seu próximo projecto.

Enquanto dança, beba – mas com moderação –, ou então acaba a cantar que “a terra gira em contramão / ficamos tontos sem direcção”, como Os Quatro e Meia que, no sábado, dia 5 de Julho, sobem ao palco. Além da banda portuguesa, que vai às margens durienses apresentar novos temas como “Meu Amor, Dorme Bem”, neste dia os holofotes do Douro & Porto Wine Festival brilham também sobre James Morrison, no seu esperado regresso aos palcos. O britânico é conhecido por dominar as tabelas na última metade da década de 2000, com êxitos como “Broken Strings”, com Nelly Furtado, e “You Give Me Something”. O cartaz e o festival fecham com Margarida, cantora e compositora natural de Vila Real, e João Só, que estará a apresentar o seu último álbum, Nos Tempos Livres, editado em Novembro do ano passado, acompanhado por Carolina de Deus e Mónica Teotónio.
Seguem as pisadas de um festival que já recebeu, em edições passadas, nomes como Michael Bolton, Gipsy Kings, Joss Stone, Corinne Bailey Rae, Vance Joy, Judi Jackson, Rui Veloso, Miguel Araújo, entre outros.

Os bilhetes para o Douro & Porto Wine Festival estão disponíveis nos locais habituais. O passe geral tem um custo de 45€ e os diários ficam por 30€ (15€ para menores). Se for acompanhado, o passe família, que inclui entrada para dois adultos e dois menores, pode ser uma boa opção e fica-lhe por 75€. A entrada é gratuita para crianças com menos de 10 anos.
Porto Comercial de Cambres. 4 e 5 de Julho. 30€-45€
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