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Comida caseira e boas margaritas. Neste Duello todos saem a ganhar

O novo restaurante mexicano da cidade é arrojado q.b. Dos pratos da carta aos cocktails de autor, passando ainda pela decoração, onde um mural de Frida Kahlo, feito por Mr. Dheo, dá vida ao espaço.

Escrito por
Mariana Morais Pinheiro
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Sempre que um restaurante mexicano abre as portas, acontece um invevitável duelo mental: Será que é bom? Será que os tacos são caseiros? E a tequila? Será que vai dar dores de cabeça no dia seguinte? Será que vai haver sombreros, mariachis e La Cucarachas a bombar nas colunas? Em suma, será que todos aqueles estereótipos a que nos fomos habituando (mal) vão culminar num só local? Não. Um rápido scroll pela página de Instagram deste novo Duello, que fica na rua do Bonjardim, de frente para a Conga e junto ao Pedro dos Frangos, mostra que a onda lá dentro é bem diferente.

As expectativas eram altas quando cruzámos a porta do restaurante – todo ele com uma decoração arrojada, cheia de pinta e muita piada. A começar pelo grande mural de Mr. Dheo com o rosto de Frida Kahlo, ao fundo do restaurante; estendendo-se, depois, pelas casas de banho com néones fluorescentes e paredes rabiscadas a marcador pelos clientes; terminando nos placares luminosos que anunciam bebidas mais geladas que o coração de um(a) ex. 

Duello
©MMPDuello

Expectativas nos píncaros, também, em relação à comida, porque nos haviam dito que Lúcia Pinto, sócia do Duello juntamente com o namorado Leonel Ribeiro, dono do Botequim, na Ribeira, era uma das melhores chefs da cidade. “A carta é pequena, consistente e caseira”, atira a transmontana, que trabalhou mais de dez anos com o chef Pedro Lemos, integrando a equipa que conquistou a estrela Michelin para o restaurante homónimo. “Depois de tantos anos a fazer fine dining queria uma cozinha e um ambiente mais descontraído. A cozinha mexicana era um sonho do Leonel. A minha grande paixão sempre foi a cozinha tradicional portuguesa”, explica, acrescentando que cresceu “numa casa onde se fazia o próprio pão” e onde se criavam “os próprios animais”.

Ainda assim, os mais de 8500 quilómetros que separam a comida tradicional portuguesa da gastronomia típica mexicana não fazem tremer Lúcia. “Com a experiência que eu já tinha de cozinha, não foi um desafio que me amedrontasse”, conta. “Visitámos outros restaurantes mexicanos, fizemos testes, estudei receitas, fiz experiências.” O resultado é uma cozinha cheia de frescos, com marinadas caseiras, toda confeccionada no local. Na carta de Inverno, Lúcia quer acrescentar comida de tacho mexicana não tão conhecida, como o pozole, uma espécie de guisado feito com milho e carnes de porco ou galinha.

Duello
©MMPDuello

Por enquanto, nas entradas, brilham sopas astecas, caldos de tomate assado com tiras de tortilha, queijo fresco e abacate (6€); pratos de aguachile de camarão (12€) e uns generosos nachos, com totopos caseiros cobertos de carne, queijo, abacate, natas ácidas e pico de galo (12€). Seguem-se, depois, boas quesadilhas de carne, camarão ou cogumelos (entre os 8€ e os 12€) e, claro, os tacos. O clássico Al Pastor com carne de porco e pickles de ananás caseiro; o de camarão salteado, com um óptimo molho feito com as cabeças e “refrescado com brandy”, como explica Lúcia; o de polvo com pimento assado e malagueta; o Birria feito com vitela e o huerta em versão vegan (entre os 9€ e os 12€) vêm em duplas para a mesa.

Para acompanhar, há cocktails de autor de Bruno Teixeira, feitos com mezcal e tequilas de qualidade e com ingredientes inusitados, que vão da manteiga de amendoim ao ananás assado com especiarias (entre os 8€ e os 9€). Para terminar uma refeição que atira por terra ideias preconcebidas, há churros com gelado, agave, amêndoas crocantes e creme de pimenta longa (6€) ou flan da abuela com caramelo caseiro (5€).

Duello
©MMPDuello

Rua do Bonjardim, 233. 91 225 8222. Seg-Sáb 12.30-15.00 / 19.30-23.30.

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