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Exposição de Inês D'Orey debruça-se sobre a constante mutação de Tóquio

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Junichiro Tanizaki publicou em 1933 o livro Elogio da Sombra. Reflectia aí sobre a perda da sombra devido à luz eléctrica, considerando que se extinguia assim uma parte fundamental da cultura japonesa. Reforça os seus argumentos através de vários exemplos, como as lacas com pó de ouro e as cores dos alimentos, cuja apreciação devia ser feita em lugares escuros.

Para a exposição Do Not Sit Down, Inês D’Orey seguiu o trilho de Tanizaki. Partiu para Tóquio e fotografou edifícios existentes durante o tempo de vida do escritor, uma tarefa árdua tendo em conta a tendência para a demolição de tudo o que é antigo naquele país – em parte por questões sísmicas.

O resultado é a tentativa de preservação de uma identidade, ganhando uma relevância especial quando, durante o processo, foi anunciada a extinção de um dos espaços mais icónicos desta série: o Mercado Tsukiji.

Considerando-se a fotografia a arte da escrita com a luz, dir-se-ia que esta exposição - que pode ver gratuitamente até 12 de Janeiro, na Galeria Presença - é a actualização das ideias de Tanizaki, numa abordagem quase literal por haver excertos do texto original impressos nas fotografias.

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