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Há importantes vestígios arqueológicos junto ao Convento de Santa Clara

Os resultados das escavações arqueológicas no Convento de Santa Clara, em Vila do Conde, já foram publicados e revelam importantes vestígios das idades do Ferro e do Bronze, bastante anteriores à ocupação do edifício.

Escrito por
Ana Patrícia Silva
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O Mosteiro de Santa Clara, em Vila do Conde, foi fundado em 1318 e parcialmente reedificado em 1777, sendo alvo de sucessivas alterações até finais do século XX. No âmbito de um projecto de reconversão do espaço conventual numa unidade hoteleira de cinco estrelas, foram realizadas escavações arqueológicas entre Outubro de 2019 e Junho de 2020. Hoje sabe-se que no lugar onde se encontra existiu um castro da Idade do Ferro. 

Os resultados dessas escavações foram publicados em Novembro pelo arqueólogo Rui Pinheiro num artigo que pode ser consultado online. As descobertas revelaram vestígios de ocupações humanas muito anteriores à construção do edifício, nomeadamente "importantes vestígios da Idade do Ferro", anunciou a ERA Arqueologia, que realizou as escavações.

Vestígios arqueológicos no Convento de Santa Clara
Fotografia de ERA ArqueologiaVestígios arqueológicos no Convento de Santa Clara

As estruturas da Idade do Ferro agora descobertas estiveram soterradas durante milhares de anos nos terrenos do Mosteiro de Santa Clara. "A visão que hoje temos sobre a sua arquitectura, evolução e espaço em que se insere projectam-nos para uma radical revisão dos conhecimentos relativos a este monumento", refere a ERA Arqueologia.

Tendo em consideração os trabalhos arqueológicos realizados num dos socalcos localizados a nascente e no interior da cerca, foi possível estabelecer "seis níveis crono estratigráficos relativos à ocupação do espaço", enumera o arqueólogo Rui Pinheiro, que dirigiu os trabalhos de campo e publicou os dados desses achados.

O primeiro nível corresponde aos anos 30/40 do século XX, o segundo à reconstrução do actual edifício conventual em 1778, o terceiro enquadra-se na Idade Moderna e o quarto seria um "espaço de meditação enquadrável na Baixa Idade Média ou inícios da Idade Moderna". O quinto nível de ocupação enquadra-se na Proto-História (Idade do Ferro) e a sexta fase está associada a uma série de estruturas escavadas no substrato geológico, inseridas cronologicamente na Idade do Bronze Final e na Idade do Ferro.

O Mosteiro foi fundado por D. Afonso Sanches para acolher um convento feminino. Mais tarde, em 1834, passou para as mãos do Estado, que o transformou num Centro Educativo de Menores em Risco do Instituto de Reinserção Social. Em 2008 albergou, temporariamente, o Tribunal de Vila do Conde. Hoje, o Mosteiro encontra-se ao abrigo do programa Revive, que visa recuperar imóveis de reconhecido interesse e o concessionou para ser reconvertido numa unidade hoteleira de luxo. A inauguração estava prevista para 2021.

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