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“É mesmo para ir à descoberta, sem medos”, avisam-nos à saída do elevador, que abre as portas para um mundo colorido, onde todos os sentidos são colocados à prova. Entre as várias salas existentes, o convite é para ver, tocar, cheirar, provar e ouvir e, acima de tudo, aproveitar o momento de forma livre – sem as distrações do mundo lá fora. Entramos no Wondersense, o novo museu imersivo que abriu no centro do Porto, exclusivamente dedicado aos cinco sentidos, à emoção e ao despertar da imaginação e das conexões humanas.
Ao longo de mais de mil metros quadrados, distribuídos por dois edifícios e cinco andares, há 16 experiências para viver, desde uma sala com sabores para provar, a tubos interactivos que distorcem a voz. Por aqui encontrará ainda espaços repletos de espelhos e de luzes que dançam ao som da música, projecções cromáticas na sala Caleidoscópio, cabines suspensas que convidam a entrar em diferentes cenários e a reviver memórias de infância (como a cozinha da avó) e até uma máquina de lavar, onde se enfia a cabeça, com o objectivo de testar e adivinhar diferentes aromas. Sem esquecer, claro, a muito sensorial piscina de bolas rodeada de estátuas antigas, a sala de balões e vários outros espaços que o vão entreter durante um bom bocado.

O objectivo é oferecer uma experiência única para todas as idades, vivida de uma forma próxima. “Quisemos fazer algo que não fosse tão digital e que fosse mais multissensorial e imersivo. Temos salas em que as pessoas fazem parte da arte e tem tudo a ver com sensações, com emoções, com a interacção entre as pessoas, com a presença no momento. Sem estarem a olhar para um ecrã, mas sim a tocarem em algo, a provar, a ouvir, a cheirar e a tentar descobrir porque é que um aroma traz uma determinada memória ou sensação”, explica à Time Out Vasco Antunes, director executivo do Wondersense.
Com a assinatura do grupo Marques Soares, a ideia surgiu quando a equipa foi desafiada, há mais de dois anos, a pensar num projecto diferente para oferecer à cidade. Bárbara Antunes, sócia e directora de marketing, lembrou-se de uma piscina de bolas que viu na série Emily in Paris e partilhou a ideia com o resto da equipa. Porque não preparar uma experiência que implica viver o momento e pôr os cinco sentidos a trabalhar? Seguiram-se várias viagens para conhecer o que já existia nos outros países – desde Nova Iorque a Amesterdão – e nascia assim a base de um projecto construído para ser um ponto de encontro entre a arte, a emoção e a diversão.

O projecto, que abriu as portas no final de Julho, veio também preencher uma lacuna verificada no centro do Porto: a falta de espaços de lazer, com um estilo interactivo e multissensorial. "Queremos que o Wondersense se torne um novo marco cultural na cidade, tanto para quem nos visita, os turistas, como para a comunidade local. Um espaço aberto e transversal a todas as idades e gostos, especialmente dirigido a grupos de amigos e famílias, que podem desfrutar de uma hora de diversão, num espaço seguro e controlado", explica Vasco Antunes, acrescentando que o museu vem reforçar a oferta de lazer para os dias de chuva, que identificaram "como uma lacuna, sobretudo no centro da cidade".
Um lugar de bem-estar e de memórias
Tudo neste espaço existe por um motivo e deve ser explorado com liberdade e tempo. A música que se ouve nas diversas experiências foi feita propositadamente para este museu, bem como os desenhos nas paredes coloridas e o próprio conceito de algumas experiências é único e exclusivo. O processo de construção contou com a ajuda de ferramentas de inteligência artificial, sobretudo na comunicação entre os elementos criativos da equipa, de forma a chegarem a um resultado final e explorarem o potencial de cada espaço.

Além da proposta artística e sensorial, o museu assume também um compromisso com o bem-estar emocional de quem o visita, ao ser um espaço de pausa, de reconexão e de estímulos positivos. Para isso, as experiências trabalham a activação dos sentidos, de forma a estimular a produção de serotonina, dopamina, oxitocina e endorfinas – as chamadas “hormonas da felicidade". "Queremos criar um bem-estar. Essa é a nossa vontade e a nossa missão. O engraçado disto é que vemos que tanto se diverte o filho como a mãe ou a avó. As experiências mexem também com as memórias, com o nosso passado, com o nosso interior e aí é que vêm outras sensações e a parte da emoção fervilha. É para despertar, para que as pessoas desfrutem no presente”, conclui o responsável.
Rua das Carmelitas, 130 (Porto). Seg-Dom 10.00-19.00. 17€-22€
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