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Shut Up Cláudia
©Shut Up Cláudia

O admirável mundo novo da ilustração no Minho

Entre a imaginação mais surreal e a realidade mais crua, a ilustração no Minho tem novos nomes que merecem toda a sua atenção

Escrito por
Ana Patrícia Silva
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Com traços mais ou menos finos, com mais ou menos cor, com ambientes majestosos e mundos irreais, influenciados pela fantasia e pela ficção científica, ou com mulheres de pernas peludas e de mamas ao léu, de sovacos suados
 e nariz ranhoso, estes são os temas e as técnicas de algumas ilustrações que por aqui vai encontrar. Nesta lista reunimos-lhe cinco ilustradoras no Minho que estão a dar cartas. Joana de Rosa, Shut Up Cláudia, Joana Rosa Caçador, Zita Pinto e Ângela Vieira são os nomes que deve decorar (na sua cabeça) e com os quais deve decorar a sua casa.

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O admirável mundo novo da ilustração no Minho

Joana de Rosa
©Joana de Rosa

Joana de Rosa

Quando era pequena davam-lhe uma folha
 e um lápis e ela ficava sossegada horas a fio. Licenciou-se em belas artes, na modalidade de escultura, tirou o mestrado em ilustração 
e concebeu uma exposição no Museu Militar do Porto. Já ilustrou 20 livros, colaborou com entidades como o município de Esposende, de onde é natural, coordenou a realização de 11 murais, dedica-se ao cinema de animação e a projectos que ligam a arte à comunidade. Trabalha no museu da Fundação Cupertino de Miranda, cuja colecção surrealista influenciou o seu trabalho, tal como a escultura – a sua tridimensionalidade ajudou-a a dominar a representação bidimensional na ilustração. O que a fascina na ilustração é essa abrangência: “Tanto posso esculpir, fotografar, desenhar, pintar, colar, como outras coisas. Também me atrai a forma como se pode tornar um meio universal de comunicação. Gosto de trabalhar próxima das pessoas e de partilhar ideias e experiências”. Para ver aqui.

Shut Up Cláudia
©Shut Up Cláudia

Shut Up Cláudia

Mulheres de pernas peludas e de mamas ao léu, de sovacos suados
 e nariz ranhoso, no inferno das
 cólicas menstruais, nas alegrias ou 
nas incertezas. São mulheres sem máscaras as que moram na obra de Cláudia Alexandrino, uma bracarense que vive em Milão há seis anos. O seu percurso na ilustração começou em 2006 com um blogue que ainda hoje lhe garante encomendas para trabalhos e convites para exposições – “publico ilustrações com momentos do meu dia-a-dia ou coisas que sinto que tenho mesmo de partilhar”. O seu trabalho é “espontâneo e íntimo”, sustentado por uma grande dose de ironia. “Às vezes desenho temas difíceis para pôr as coisas em perspectiva”. “A ilustração permite-me representar certos temas e pensamentos, sem pensar demasiado nas consequências. Sinto-me uma criança com o estojo de lápis de cor, a pintar a parede da sala de jantar dos meus pais. Hoje em dia, a composição e o processo são diferentes mas, conceptualmente, o sentimento é o mesmo.” Para ver aqui.

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Joana Rosa Caçador
©Joana Rosa Caçador

Joana Rosa Caçador

O “universo ilimitado” da ilustração seduziu-a. “Gosto do facto de poder
 ser aplicada aos mais diferentes suportes, desde o livro a objectos 
mais comuns como o vestuário, decoração ou utilitários”, explica.
 Joana Caçador nasceu em Ponte de Lima e desde cedo se interessou pelo desenho e pintura, fruto da influência familiar. Licenciou-se em design de produto e completou um mestrado 
em ilustração. Com a ajuda das redes sociais começou a realizar retratos, cartazes, a personalizar diferentes suportes e objectos e a participar em exposições colectivas. Tem elaborado retratos por encomenda, que lhe permitem produzir imagens quase caricaturais e humorísticas das pessoas representadas. No seu trabalho habitam animais, objectos com personalidades humanas e o universo feminino. “Adoro trabalhar contornos a preto com tinta da china e, a partir daí, incluir texturas e cor ou, simplesmente, deixar que a simplicidade do preto e branco fale por si”. Para ver aqui.

Zita Pinto
©Zita Pinto

Zita Pinto

Vive em Braga, mas nasceu numa aldeia do Douro onde cresceu curiosa com as ciências naturais e as artes. O encanto pela ilustração vem da infância, dos livros e das histórias que as imagens lhe contavam: “A ilustração pode sintetizar, completar ou até ampliar a mensagem escrita. Pode ainda sobreviver por si só, veiculando narrativas visuais tanto objectivas como literárias. É versátil e pouco sujeita a espartilhos”. Antes de abraçar a ilustração por inteiro, trabalhou durante 11 anos na área da geologia, onde produzia cartografia temática e desenho científico. Em 2013 passou a aceitar pedidos de trabalhos personalizados, desenvolveu projectos próprios e surgiram convites para expor. Desde o retrato ilustrado à personalização de espaços comerciais, criação de cenários e pintura mural, a 
sua obra é diversificada. Hoje em dia, o maior volume de trabalho comissionado destina-se à indústria editorial, em colaborações com projectos independentes e editoras reconhecidas. Para ver aqui.

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Ângela Vieira
©Ângela Vieira

Ângela Vieira

Quando terminou o curso de arquitectura, Ângela Vieira começou a desenhar enquanto procurava um estágio. Quando deu por ela,
 já estava a trabalhar a tempo inteiro como ilustradora. Nunca exerceu arquitectura, 
mas o sentido de espaço entranhou-se na sua obra. A artista bracarense desenha ambientes majestosos e mundos irreais, influenciados pela fantasia e a ficção científica. O sonho comanda-lhe a vida, tem uma imaginação demasiado grande para uma folha de papel. Na ilustração é atraída pela capacidade de “explorar outras realidades e mundos imaginários”. A maioria das suas ilustrações baseia-se no desenho a linha, colorindo com técnicas como tinta da china, grafite
 ou aguarelas. Participa regularmente em exposições e colabora com editoras como a Opera Omnia, Alfabeto e Porto Editora em manuais escolares e livros infantis. Está a preparar um projecto de ilustração com o Mosteiro de Tibães, uma banda desenhada e exposições em Braga. Para ver aqui.

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