
Playlist Time Out: Nicki Minaj, uma força da natureza
Uma playlist Time Out que começa com cores garridas, segue pela penumbra da pista de dança e termina na praia
Esta semana celebra-se o regresso inspirado e a dobrar de Nicki Minaj, mas esse é apenas o ponto de partida. Também se revela a pop árctica de October, reencontra-se Nina Miranda em conversa com o músico portuense Daxuva, e desconfia-se que J. Balvin, mestre do reggaeton, está prestes a lançar um dos álbuns marcantes de 2018. Há sete canções frescas de três continentes nesta playlist Time Out. Ouçam.
Playlist Time Out: Nicki Minaj, uma força da natureza
Nicki Minaj - "Chun-Li"
Duas canções de Nicki Minaj aterraram em simultâneo para satisfazer apetites de fãs de longa data. "Barbie Tingz" e sobretudo "Chun-Li" fazem a ponte com os seus primórdios mais exclusivamente hip-hop e são oportunos lembretes do seu talento a partir de uma pequena lista de ingredientes — a que se junta, em "Chun-Li", uma certa patine de diva extraterrestre com reminiscências de Eartha Kitt.

Daphne & Celeste – “Alarms”
Nos curtos períodos em que se mantém activa (de 1999 a 2002; regressaram em 2015), a dupla americana Daphne & Celeste tende a arrebanhar mais convertidos para a sua pop garrida em públicos arty. "Alarms", do álbum Daphne & Celeste Save the World, é synthpop que deve qualquer coisa às estruturas ambiciosas e meio subversivas da New Pop dos 1980s, assim como a uns Saint Etienne em dia de saída à discoteca.

October – “1000 Eyes”
Os sintetizadores tornam o ar em "1000 Eyes" tão denso que raia o irrespirável. A synthpop desta neo-zelandesa, nome civil Emma Logan, aproxima-a de Robyn (sobretudo no refrão) e Grimes. O público gótico também não torcerá o nariz. O seu álbum de estreia, Ultra Red, chega amanhã, sexta 20.

Daxuva & Nina Miranda – “Hummingbird”
Aliança de um músico do Porto com a cantora que se tornou muito cá de casa na década de 1990 através dos Smoke City, "Hummingbird" passa pelo trip-hop sussurrado ao ouvido mas tem um tipo de textura digital que remete mais para esta década. O som do saxofone, ali no espaço entre as batidas espaçadas e a voz curiosamente remota de Nina Miranda, é peça subtil mas essencial.

Chaim – “Ha Alla”
Chaim é um músico de Telavive que já lançou música através de várias casas, incluindo a venerável BPitch Control. Em "Ha Alla", o tecno é minimal, dormente e pejado de ruídos, vozes e melodias insistentes mas não impositivas, criando um efeito de cascatas de luz. A um passo da hipnose em massa (elogio).

Aïsha Devi – “Inner State of Alchemy”
Nesta composição de uma artista suíça com extensões familiares espalhadas por vários continentes, a electrónica ergue-se e recua, os ataques agressivos de subgraves atravessados por uma voz que galopa oitavas. Um filme simultaneamente inquietante e contemplativo, a deixar muita curiosidade para o seu novo álbum, DNA Feelings, que chega a 11 de Maio.

J. Balvin – “Ambiente”
...Onde o mestre do reggaeton se abeira de um ambiente quase reggae. O modus operandi do cantor colombiano é menos exuberante e mais versátil do que a maioria dos operadores nesta área — repare-se na assinalável distância estética entre "Ambiente" e "Mi Gente", o gigante êxito de 2017; são dois temas que constam de Vibras, álbum a lançar a 25 de Maio.

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