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Protest Kitchen
©Irina/Protest KitchenProtest Kitchen

Protest Kitchen: o novo espaço em Cedofeita é para comer e protestar por mais

Café de especialidade, pastelaria artesanal e pratos de conforto caseiros. Estes são os pilares que sustentam o novo espaço da dupla do antigo The Orthodox.

Escrito por
Mariana Morais Pinheiro
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Era para ser uma solução temporária – tanto o nome, como o espaço – “mas, por vezes, o temporário é a melhor opção”, começa Andrey, ainda de avental posto, sentado de perna cruzada, enquanto beberica o seu café preto. Foi Pedro quem o preparou. Encarregue da parte de cafetaria neste novo Protest Kitchen, o brasileiro, que era gerente na Fábrica Coffee Roasters, uniu-se a Andrey, russo, e a Fanis, cipriota – a emblemática dupla que durante uns tempos apaixonou a cidade no The Orthodox. Juntos são uma espécie de nações unidas em volta da comida e da bebida, um triunvirato equilibrado. “Gostamos de trabalhar juntos, acho que dá para ver”, atira.

Abriram há um mês, depois de quase três em empenhadas remodelações. “No The Orthodox nós não éramos os donos, o negócio não era nosso. Aqui, é diferente. Somos tudo, donos, cozinheiros, construtores, canalizadores”, ri Andrey, ressalvando que à parte das cadeiras, fizeram tudo sozinhos. Da remoção dos tectos falsos à substituição do chão em tijoleira pelo de cimento afagado, passando ainda pelo restauro dos móveis que adornam a divisão. “Felizmente, grande parte dos nossos clientes no The Orthodox seguiram-nos até aqui. Conheço-os a todos e trato quase todos pelo nome”. Ainda assim, apelam para que os novos e os que se perderam os encontrem aqui, no topo da rua dos Bragas. E não faltam motivos para lá entrar. 

Protest Kitchen
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A um canto, numa estante, proliferam romances de escritores portugueses e estrangeiros, livros infantis e outros dedicados ao culto do café; há ainda garrafas de vinhos naturais e alguns pacotes de café de especialidade que podem ser levados para casa (200g/14€). Trabalham com a marca Senzu Coffee Roasters, a torrefacção portuense que fica na rua do Rosário, a dez minutos a pé dali, mas também com outras vindas de vários pontos do globo. “De Espanha, da Dinamarca, da Holanda...”, enumera Pedro, que era um desses clientes que frequentavam o antigo café na rua Miguel Bombarda. As bebidas de cafetaria que prepara ao balcão (há expressos, cappuccinos, lattes, batch brew ou iced coffee, por exemplo, entre os 2,10€ e os 5€) vão bem com a incrível pastelaria artesanal e caseira que todos os dias sai das mãos de Andrey e aterra sob a estante, por cima do armário por eles reciclado.

Protest Kitchen
©Irina/Protest KitchenProtest Kitchen

Grossas fatias de banana bread, rolinhos de canela bem entrançados, puffs com creme de arando e buns, ainda mornos, regados com um guloso molho de caramelo e noz, tentam quem se aproxima (3€). No menu há pratos mais compostos, que podem ser pedidos ao pequeno-almoço – como o syrniki, uma espécie de panqueca russa, acompanhada de sour cream e compota de morangos (9€) – ou ao almoço. Aqui, sugerem-lhe a batata rosti com ovos, pickles, sour cream e cogumelos (8€), os frescos e aromáticos ovos mexidos com rabanete, alga nori, cebolinho e sementes de sésamo, acompanhados de um bun de sésamo com alga nori no recheio (6,50€), os cremosos dumplings caseiros de espinafre com queijo feta, menta e alho francês (12€) ou a cenoura assada com um intenso queijo azul, guarnecido com agrião, rabanetes e sementes que dão mais leveza ao prato (7€). 

Para beber, além dos vinhos, uns naturais e outros mais convencionais, também têm chás quentes (entre 3€ e 3,50€) e bebidas frias, como a limonada feita com chá preto, frutos vermelhos e cardamomo (2,50€). Irina, casada com Andrey, que deita uma mão a tudo e ainda trata do design e das redes sociais do Protest Kitchen, faz-lhes uma careta, relembrando-os de uma coisa importante. “Ah, quando o tempo começar a aquecer, lá para Maio, gostaríamos também de abrir ao jantar, sob marcação, às sextas-feiras e sábados”, diz o chef. “Para já, só em eventos mais especiais”, remata Pedro. É ficar atento e não lhes perder o rasto.

Protest Kitchen
©Irina/Protest KitchenProtest Kitchen

Rua dos Bragas, 58. 910 727 055. Ter-Sex 10.00-17.00. Sáb 09.00-17.00.

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