Rui Chafes é, na Galeria Filomena Soares, aquilo a que normalmente chamamos prata da casa. Pois bem, por estes dias, a prata pega fogo (calma, é só no sentido artístico da coisa) e ganha aspecto de ferro e bronze. O artista apresenta no espaço da galeria esculturas, em duas séries de novos trabalhos. Uma, composta por peças em ferro, dá título à exposição. À outra, o artista chamou de “É assim que começa...” e é assim que percebemos que bronze foi a segunda matéria-prima escolhida.
Apesar dos metais frios, algumas esculturas chegam a assemelhar-se a labaredas. Sobre as novas peças, o artista discorreu: “Quando, por fim, o delicado e frágil fio de espuma que ainda nos unia se rompe e decides partir, a poeira cinzenta e triste que nos envolvia começa a pousar, revelando as solitárias silhuetas das árvores que se erguem entre as tuas ruínas”. Com tamanho desgosto, não admira que, para montar a exposição, só tenha restado mesmo ferro e bronze.