Rueffa volta agora para uma segunda ronda, esta sim, preparada com a antecedência necessária à apresentação de dez peças nunca antes vistas. A linguagem mantém-se. A neo pop art que caracteriza o trabalho da artista está lá, mas houve tempo para desbravar novos formatos, além da pintura e da escultura.
O último ano tem sido de experimentação. Além das telas, Rueffa deitou mão a todos os materiais e mais alguns, das resinas à esferovite, e o resultado surpreende. As obras ganham texturas e incorporam peças de joalharia e circuitos electrónicos, numa incursão da artista portuguesa ao universo das instalações interactivas. Basicamente, o público aproxima-se e alguma coisa acontece.
No imaginário, continuam os ícones da cultura pop. “Time Lapse II” traz Kate Moss e Michael Jackson, mas também referências aos mestres do Renascimento. Mais um contraste numa exposição que vive deles. É que, ao lado de obras de arte com mais de um século de vida, a estética arrojada de Rueffa ganha mais ênfase do que teria nas paredes brancas de uma galeria. Desta vez, a passagem pela Casa-Museu é um pouco mais demorada. Um engodo contemporâneo para visitar uma das melhores colecções de artes decorativas da cidade.