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Dizer que a tradição ainda é o que era não é dizer que isto é tudo como dantes – nem sequer que gostaríamos que fosse. A tradição vive de memória e criatividade, de história e inovação. Pensando bem, talvez nada seja mais tradicional do que a mudança. O que lhe tentamos mostrar nesta edição é que há uma tradição que merece ser celebrada e que precisa de ser vivida. Mariana Correia de Barros andou de bairro em bairro, de porta em porta, e confirmou as suspeitas: há hoje em Lisboa muito comércio tradicional de excelência que resiste à normalização da oferta, sem deixar de ter tudo o que se procura. Nas lojas de café, por exemplo, encontrámos lotes especiais da casa nos formatos de sempre, mas também em cápsulas compatíveis com o George Clooney. Nas mercearias e charcutarias, admirámos prateleiras de produtos portugueses de qualidade garantida, origem certificada e preço razoável. Tudo isto de porta aberta para uma rua como a sua, feito por gente que se trata pelo nome. Das 55 lojas que o levamos a visitar, apenas duas se confessam em risco de vida. São duas notícias preocupantes junto a 53 encorajadoras. E mesmo essas, talvez dependam só de um gesto seu. Faça favor de entrar.
Não perca ainda as ofertas Dois por Um desta semana: uma refeição no The Decadente, um artigo da Ementa SB, um bagel no Santo Bagel, uma sessão no Dhara Yoga & Mind Center e uma entrada no Museu da Farmácia.