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Pense sobre a vida no Bonneville Open Day

Escrito por
Miguel Branco
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A Importância de Ser Paul B. Preciado – Arquipélago é o quarto capítulo da série A Importância de Ser, onde Miguel Bonneville teoriza sobre o impacto de alguns filósofos/pensadores na sua vida e obra. Para ver de hoje a sábado no Negócio, da ZdB. 

Miguel Bonneville é ilhéu. É um artista mar-à-volta, nómada do pensamento. Em A Importância de Ser Paul B. Preciado – Arquipélago (quarto capítulo da série A Importância de Ser, onde se centra em pensadores que consigo se cruzaram e que consigo debatem questões diversas), não há plateia nem distância de segurança.

A acção – talvez o mais ajustado seja dizer agitação, em ambiente de open day – estende-se por vários pedaços de terra ou blocos de questionamento devidamente isolados. Para Bonneville são ilhas autónomas, que reflectem questões de género, a morte, o fim, o pós-fim, o pré-fim: “Arquipélago porque tem a ver com a ideia dos restos, daquilo que ficou por resolver e dizer, e a minha ideia era que o espectáculo funcionasse por ilhas, ter cenas, espaços, diferentes pessoas. Está tudo ligado, mas são coisas independentes. As luzes, que vão falar, também são uma ilha, numa tentativa de quebrar a hierarquia dos objectos”, explica. 

Foi através do Manifesto Contrasexual que Miguel Bonneville conheceu Preciado – filósofo que nasceu Beatriz e que aborda questões dessa natureza, do sexo à identidade – em 2009. “Relacionei-me com a forma muito performativa da escrita”, explica, ainda que garanta que a sua relação com o teórico já viveu melhores dias: “Interessa-me como é que a filosofia está presente na vida e como é que vida influencia o modo de pensar, e não tanto o lado académico, e ele tem ido mais por aí”

Para este trabalho contou com a colaboração de Raquel Henriques (activista anti-racismo), João Manuel de Oliveira (investigador) e Pedro Arrifano (filósofo). Que trouxeram os seus inputs para a mesa. Onde também se senta Paula Sá Nogueira, actriz que assegura grande parte da representação. É ela quem entrevista um butt plug (um brinquedo sexual) numa conversa maravilhosa feita através de um corta-e-cola de vários autores que já nem Bonneville sabe dizer quem são. 

A isto juntam-se conferências (bem menos coloquiais que as comuns), três vídeos, um santuário com o actor Tiago Vieira lá dentro, uma espécie de exposição com os materiais que inspiraram os figurinos. Restos. Mas daqueles que guardarmos em tupperwares para a eternidade.

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