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Romeu & Julieta, uma sobremesa para comer a partir de sábado no Maria Matos

Escrito por
Miguel Branco
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Se o Teatro Praga tivesse uma pastelaria podia chamar-se Pragaria. Mas não tem. Atira-se antes à confecção de uma sobremesa chamada Romeu & Julieta, para comer a partir de dia 21 de Outubro no Maria Matos. 

Chegar ao google e escrever: Romeu & Julieta. Depois, perceber que um dos primeiros resultados se refere a uma sobremesa prima do cheesecake, originária do Brasil, mas com goiabada ou marmelada. “Aquilo ficou-nos a bater”, confessa Cláudia Jardim, que com Pedro Penim e Diogo Bento forma a equipa criativa que cozinha um espectáculo gorduroso e didáctico para um público mais jovem. Romeu & Julieta, do Teatro Praga, estreia sábado no Maria Matos.

O doce shakesperiano que se propõem a fazer em palco – com um balcão de cozinha equipado com mixer, frigorífico, microondas, com tudo o que a sobremesa requer – tem origem numa outra receita, menos comestível, mas com dedo de um dos maiores dramaturgos de todos os tempos. 

Há dez anos, o elenco do Maria Matos, com Diogo Infante a liderar, fazia Hamlet para adultos. E Susana Menezes, programadora para os mais novos, desafiou estas mesmas pessoas a criar uma versão acessível para crianças do eterno clássico, Hamlet Sou Eu. “Foi o nosso primeiro espectáculo pensado para pessoas mais novas, não gosto quando se diz que são espectáculos infantis, acho que existe sempre uma conotação manhosa nessa expressão. Acho que no processo de criação não há diferença nenhuma. Fazemos o mesmo trabalho, é um cliché, mas é um facto que se estimulares crianças a ver certo tipo de espectáculos elas vão querer voltar”, explica a actriz. 

O convite de Susana Menezes renovou-se e a mesma equipa quis estabelecer um paralelismo real com o espectáculo feito há dez anos, onde, antes de chegar à história davam ao público três resumos. Neste adocicado Romeu & Julieta, a fórmula repete-se: “Há um resumo mais factual da história, para que os eventos sejam conhecidos; depois há uma versão mais contemporânea da coisa, através de tecnologias e realidades que são aquelas que os miúdos usam hoje, ou seja, há um evento no Facebook em que se convida alguém para um baile na casa da Julieta; e depois da narrativa estar adquirida passamos para a receita, no sentido que já é possível perceber-se as desconstruções”, enquadra. 

Comparações que fazem de Julieta um pacote de açúcar e de Romeu o queijo creme, “e quando eles se misturam aquilo resulta, um sem o outro não dá o bolo”, avisa. E há risco de os Praga serem uma nódoa na cozinha? “Acho que não há grande risco porque é a sobremesa mais fácil à face da Terra. No final fazemos a festa e comemos o bolo."

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