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Festival Estoril Lisboa

  • Música, Clássica e ópera
Festival Estoril Lisboa
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A Time Out diz

Nada sabemos sobre a música que se ouviria a bordo da frota que, a 20 de Setembro de 1519, zarpou de Espanha sob o comando de Fernão de Magalhães, mas o século XVI espanhol coincidiu com o apogeu do repertório para cordas dedilhadas e em particular para a vihuela. O mestre da vihuela José Miguel Moreno propõe o programa “A música no tempo de Magalhães e Elcano”, com obras de Luis de Milán, Alonso Mudarra, Luis de Narváez, Diego Órtiz e Diego Pisador e transcrições (por Miguel de Fuellana) de obras de Cristóbal de Morales e Claudin de Sermisy. Moreno (n.1955, Madrid) integrou durante muitos anos o Hespèrion XX de Jordi Savall, antes de ter fundado os seus próprios ensembles de música antiga, La Romanesca e Orphenica Lyra, com repertório centrado na música ibérica do Renascimento ao início do Classicismo, bem como a editora Glossa. O concerto é precedido, às 18.00, por um colóquio com Guilherme Oliveira Martins, José Alberto Ribeiro, José Miguel Moreno e Bruno Caseirão.

A Orquestra Metropolitana de Lisboa acopla duas obras de Debussy de inspiração marítima – Sirènes (a terceira parte das Images para orquestra) e o “esquisso sinfónico” La Mer –, uma obra de Ravel que revela fascínio por paragens distantes – o ciclo de canções Shéhérazade – e Peregrinações, de Vasco Negreiros, que foi encomendada pelo festival e terá nesta ocasião a sua estreia. Enquanto as Images e La Mer estão entre as peças mais célebres da música da viragem dos séculos XIX/XX, o ciclo de canções Shéhérazade é tocado menos frequentemente. A sua  primeira canção, “Asie”, sobre poema de Tristan Klingsor, que alinha na corrente orientalista então em voga, expressa uma ânsia irreprimível de ver lugares exóticos e evoca uma Ásia feita de imagens de bilhete-postal. As canções, de um colorido e sensualidade ímpares, terão como solista a renomada soprano Véronique Gens. A interpretação conta ainda com Luís Miguel Cintra (narrador), Coro Feminino do Instituto Gregoriano e direcção de Vasco Negreiros (Peregrinações) e David Alan Miller (restantes obras).

A semana seguinte terá como protagonistas os Solistas de Zagreb, com direcção de Sreten Krstic, que, num primeiro concerto se apresentam com a flautista Ana Ferraz, que será solista na Voyage para flauta e orquestra, de John Corigliano (n.1938) – estamos ainda sob  o tema da viagem. Ferraz será também solista numa obra vinculada a outro dos temas do 45.o Festival Estoril Lisboa, a noite, representada pelo Concerto para flauta La Notte, de Vivaldi. O programa inclui duas peças de música nocturna: o Divertimento K.138, de Mozart, e a Serenade op.44, de Dvorák.

Os Solistas de Zagreb regressam, agora com o solista Alexander Ghindin, para tocar o Concerto para piano de Schnittke e Young Apollo de Britten, num programa que inclui também a Noite Transfigurada de Schoenberg. Ghindin, que venceu o Concurso Internacional de Piano de Cleveland em 2007, é um especialista em repertório russo, que tem gravado para as editoras Naxos, Ondine e Piano Classics. 

Escrito por
José Carlos Fernandes

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