Ao Pé da Sé

Basta subir até à Sé que mesmo lá ao pé vai descobrir o Ao Pé da Sé. Podia ser rima de faduncho, mas é mesmo um restaurante. João Igrejas e Ana Beirão abriram uma casa de comida crua onde durante muitos anos viveu uma oficina de máquinas de escrever. Comida crua que não tem nada em comum com o sushi mas se inspira antes em especialidades italianas. O Ás de copas do sítio não é um prato, mas sim três: carpaccios, tártaros e piadinas, que chegam à mesa nas mais diversas formas e feitios. Comecemos pelo início, como deve ser. Quando se chega ao pé da Sé, do lado direito, distingue-se por entre tuk tuks estacionados e turistas de mapa em riste uma pequena esplanada. Lá dentro, o ambiente é rústico e luminoso,com janelões abertos para a rua, mesas em mármore, chão de mosaico hidráulico, gaiolas no tecto, um candeeiro com cordas e um balcão de cimento onde se preparam gins,sangrias e mojitos que valem, por si só, um saltinho para um copo ao final do dia. A carta, importada do restaurante La Contessa, em Cascais, é dominada por carpaccios e tártaros, que se podem provar entre o meio-dia e a meia-noite. Destaque para o clássico carpaccio de novilho, com molho de mostarda, e para o fresquíssimo tártaro de salmão asiático, com cebola roxa, cebolinho, pêra abacate, ovas de esturjão, sementes de sésamo, gengibre, wasabi e molho asiático. Se ainda nem está a caminho da Sé e já desconfia que lá ao pé vai passar fome, acrescente uma piadina à sua lista de pedidos. Pode escolher entre salmão fumado, frango, porco, atum, presunto e – a nossa preferida – rosbife. Também pode (mas não deve) substituir o pão típico italiano, tostado na perfeição, pelo vai-a-todas bolo do caco. Os carpaccios voltam a marcar terreno na secção das sobremesas, mas, se não anda a contar calorias, escolha antes o mil-folhas com doce de ovos ou Nutella. Vai querer voltar muitas vezes à Sé. Quer dizer, não é bem à Sé. É ali mesmo ao pé.