Na Rua João das Regras, junto à Praça da Figueira, continua a haver prostituição sénior. Mas isso não importa quando Monica Bellucci, a comunidade loira brasileira, os pensionistas franceses e os grupos hoteleiros acham que Lisboa é a cidade do momento. Este Bao assentou aí arraiais há quatro meses e fê-lo de peito feito.
Vamos ao nome. Os gua bao são uns pãezinhos tradicionais, de origem taiwanesa e chinesa, cozinhados a vapor, frequentemente recheados com porco e mel. Aparecem normalmente em formato de bola e no supermercado Hua Ta Li, no Martim Moniz, são vendidos como merenda para pegar e levar.
Os deste restaurante do grupo Sushic, dentro do premiado Portugal Boutique City Hotel, são uma versão de chef. O pão, muito saboroso, é aberto e espalmado como um pita. Lá dentro cabe todo o sudeste asiático.
Das dez opções, provaram-se quatro. Magnífica a combinação do tataki de atum com funcho e laranja; o de caranguejo de casca mole veio crocante, banhado em caril tailandês e coentros frescos – óptimo; no de barriga de porco, a entremeada bem caramelizada, com cogumelos shitake laminados (pouquinhos) e cebola roxa frita; bem bom também o bao de frango panado com malagueta, rebentos de soja e gengibre, os aromas do molho a lembrar a extraordinária sopa tailandesa tom yum.
Dois problemas. Primeiro. Comer sandes que nos deixam os dedos cheios de molho num hotel de charme não bate certo. Segundo problema. Preço do descafeinado, 2,5€; preço da Sagres, 4,5€; preço de uma refeição que deixe a pessoa média sem um ratinho no estômago trinta minutos depois, 20/25€.
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.
