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Casa do Freguês

  • Restaurantes
  • Carnide/Colégio Militar
  • preço 1 de 4
  • 3/5 estrelas
  • Recomendado
  1. Casa do Freguês
    Fotografia: Gabriell VieiraEsplanada da Casa do Freguês
  2. Casa do Freguês
    Fotografia: Gabriell Vieira
  3. Casa do Freguês
    Fotografia: Gabriell Vieira
  4. Casa do Freguês
    Fotografia: Gabriell VieiraTrouxinhas de queijo com nozes e mel
  5. Casa do Freguês
    Fotografia: Gabriell VieiraCroquete de choco
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A Time Out diz

3/5 estrelas

Os chefs portugueses têm-se esquecido da feijoada portuguesa. Por todos os menus e degustações vemos reinvenções de pratos do receituário tradicional. Mas não de feijoada.

Pode ser que seja por causa dos hidratos, dos gases, da monocromia. Há tempos, questionei sobre isto uma bloguer, campeã da beterraba e da aveia. “Leguminosas? Proibido. Incham as pessoas”, atirou, rematando: “E tenta lá fazer uma foto de uma feijoada que não pareça composto de cavalo”.

Lembrei à minha amiga bloguer que tudo o que incha tende a desinchar. E que a primeira função da comida é ser comida, não fotografada.

Veio isto à lembrança depois de uma visita à Casa do Freguês. Achei muito elegante e saborosa a feijoada da Casa do Freguês. Não estamos num restaurante de pinças e balança de precisão, mas também não estamos na tasca gordurosa para papalvos. Estamos num sítio que faz comida saborosa, a bom preço.

A Casa do Freguês é um restaurante de bairro, no caso Telheiras. Um restaurante de bairro é um sítio que acolhe bem, serve com prazer e cobra pouco. Por definição, não é um sítio para onde se vá de longe, mas um restaurante destinado a quem está num raio de 2 quilómetros.

Não foi – nem é – o meu caso, mas as funções e um pujante apelo das forças vivas telheirenses – passe a contradição – instigou a visita.

Confesso que primeiro houve desencanto e perplexidade. Acontece muito. O forasteiro vai ao restaurante de bairro, mas esquece-se que é um restaurante de bairro. Estamos a falar de um pequeno estabelecimento, bem posto e limpo, mas modesto. Está na passagem de dois blocos habitacionais, prédios no estilo da Telheiras dos anos 1990. Só há esplanada, composta por meia-dúzia de mesas soltas na via pública.

A história do seu nascimento é a história dos tempos. Abriu na pandemia, como take-away, e a ambição era outra: expandir por toda a cidade. Depois a pandemia acabou e o take away pareceu poucochinho. As refeições começaram a fazer-se então também in loco, ao relento, almoços e jantares até às 21.00.

Tudo o que lá comi, em dois almoços, estava bom. Nos petiscos, pastéis de bacalhau bem fritos (com pouco bacalhau), croquete de choco com sua tinta (e escasso choco), os peixinhos da horta de polme leve e a vagem crocante (muito bons) e umas moelas deliciosas, com molho de orégãos à moda dos caracóis.

Nos principais, saborosa a quinoa com peito de frango, faltando apenas molhanga. Correcto o bacalhau com espinafres e natas. E óptima a feijoada, claro.

Ao contrário do que pensa a minha amiga bloguer, a feijoada da Casa do Freguês é saudável. O estilo é transmontano-depurado, limpo de toucinho e cartilagem porcina. Couve-repolho e cenoura, rodelas de chouriço preto e de chouriço de carne (sem ser do cor- -de-laranja fluorescente) e um molho com a consistência certa, entre o caldo e o creme, perfeito para ensopar o pão do Beco, padaria de fermentação lenta com sede nas Caldas da Rainha e delegação nas proximidades.

Portanto, temos fibras, temos vitaminas, temos proteína e betacarotenos. Inchaços? Só de felicidade.

Em síntese. As forças vivas telheirenses terão sobrevalorizado o critério da proximidade. Mas para quem está em Telheiras ou a passar por lá, a Casa do Freguês é uma boa opção. Comida bem feita, servida simpaticamente e a preço justo.

Viva o restaurante de bairro. Viva a feijoada.

*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.

Alfredo Lacerda
Escrito por
Alfredo Lacerda

Detalhes

Endereço
Rua Augusto Macedo, 8 H
(Telheiras)
Lisboa
1600-794
Horário
Seg-Sex 11.00-20.30 e Sáb 11.00-15.30.
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