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AO Paraíso

  • Restaurantes
  • Cais do Sodré
  • 4/5 estrelas
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A Time Out diz

4/5 estrelas

É o bar de sushi mais escondido e luxuriante da cidade. Alfredo Lacerda descobriu-o depois de um encontro com Cicciolina.

Os melhores restaurantes de sushi costumam ser balcões, quase sempre até oito lugares, que é o número de pessoas que um homem, sozinho, com uma yanagiba na mão, consegue servir. Este AO Paraíso (AO significa Azul de Okinawa) é um dos poucos lugares de Lisboa com esse formato, com a vantagem de parecer uma sala secreta, à imagem do que se vê no Japão. 

No dia em que lá jantei, acrescia à decoração nipónica uma clientela também ela japonesa. Um grupo de seis amigos tinha tomado conta do balcão, da comida e da garrafeira (bebiam mais do que comia e comiam muito) e pareciam estar a adorar. Já depois de completarem o menu omakase (degustação do chef) continuavam a pedir pratos à carta, prolongando a refeição para o segundo turno. 

O estilo de sushi é o edomae, clássico, nascido em Tóquio há mais de dois séculos – o oposto da fusão nipo-brasileira que prolifera na cidade. Isso significa que temos peixes tratados de forma simples, crus, ou com marinadas e curas leves, e tudo acaba normalmente em beleza, com o expoente máximo do sushi – os niguiris. 

Atrás do balcão está o jovem Kousuke Saito, que antes passou pela Tasca Kome, mas que entretanto já fez temporadas no Japão, de formação e inspiração. Kousuke é uma simpatia e domina a turba japonesa com classe, nunca se esquecendo deste infiltrado na ponta do balcão. 

Começou-se com uns pequenos amuse bouche para espevitar as papilas, legumes como nabo e flor de bróculo em dashi (maravilhoso) e sunomono (picles). 

Mas o prato principal, como sempre nos bares de sushi de estilo edomae, foram os niguiris, caminha de arroz do tamanho de um mindinho sob cortes de vários peixes, com destaque para o lírio e para o trio de atum rabilho (bluefin), com o o-toro (da barriga) a brilhar mais alto, um dominó marmoreado a desfazer-se na boca. 

O ritmo da refeição foi muito bom, tal como foram bons os sakés que se beberam, sem terem preços proibitivos. 

As minhas duas únicas notas menos positivas vão para o arroz, que não estava no ponto, e para a sobremesa, um pudim banal. 

O arroz de um bar de sushi onde se paga para cima de 90 euros por cabeça é um dos seus pontos mais críticos. É suposto estar perfeito, quer na temperatura (próxima da temperatura do corpo humano, 37ºC), quer no que respeita à textura (pegajoso, mas com os bagos bem definidos, esponjoso sem estar sobrecozido) e ao sabor (ligeiramente ácido, ligeiramente doce, com notas por vezes a frutos secos, do cereal). 

No caso, estando a milhas do que se come nas fábricas de sushi (para melhor, claro), o arroz do AO Paraíso estava mais quente do que é suposto e ligeiramente desenxabido. 

O menu de 12 momentos custa 68 euros e o de 17 momentos 90 euros. O preço é justo, mas talvez justificasse um miminho fora da caixa, que permitisse ao AO Paraíso sobressair face à concorrência, como fossem mariscos de época (ouriço, em grande forma?) ou outra extravagância. 

Em todo o caso, o AO Paraíso vale bem a pena. Vá com tempo, para antes beber um cocktail no bar que serve de antecâmara ao restaurante (Paraíso Cocktail Bar) e tem nas paredes imagens gigantes, qual Capela Sistina do Cais do Sodré, da actriz porno Cicciolina.

Alfredo Lacerda
Escrito por
Alfredo Lacerda

Detalhes

Endereço
Rua de São Paulo 18
Lisboa
1200-019
Preço
90-120€
Horário
Sushi Bar 19.30-23.00. Bar Ter-Sáb 18.00-02.00
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