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As Criadas

  • Teatro, Teatros públicos e nacionais
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A Time Out diz

Parece combinado mas não é. Reincidimos no tema da clausura e da náusea, conduzidos por mais personagens femininas desconcertadas e desconcertantes. A sala estúdio do D. Maria converte-se a partir de amanhã na casa de uma patroa, ou na prisão de quem a serve, as duas faces de uma moeda corrente dos dias que passam. São As Criadas, uma encenação de Marco Martins, que trabalha o texto do dramaturgo francês Jean Genet (1910-1986). Um enredo, agora traduzido por Matilde Campilho, que ao longo dos anos correu os palcos, foi alvo de adaptação ao cinema, e que chegou a inspirar óperas. Em cena, Beatriz Batarda junta-se a Sara Carinhas e a Luísa Cruz, que exploram as diferentes identidades destas personagens – em Setembro, haviam já protagonizado uma leitura encenada de As Criadas, no jardim do Palácio da Independência, no Largo de São Domingos, no âmbito da festa Entrada Livre.

Patroa fora, dia santo na loja? Talvez a resposta não seja assim tão linear, e precise de assistir até ao cair do pano para tirar as devidas conclusões. “A fantasia rasga-se no imaginário de duas irmãs, que se transportam para longe das suas próprias vidas, numa fuga urgente de um quotidiano miserável.” Temos Claire e Solange, a dupla que desenvolve uma série de rituais sadomasosquistas, um jogo focado no assassinato da madame. Vale a pena recordar que o texto de Genet bebe de um episódio real dos anos 30, quando as infames Christine e Léa Papin mataram brutalmente a patroa e a filha desta, em Le Mans.

Escrito por
Maria Ramos Silva

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