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O Duelo

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Miguel Moreira encena O Duelo, pretexto para falarmos dos 20 anos da companhia Útero

Em 1961, é uma das peças ceifadas pela censura, levada à cena apenas em 69 e 71, nos palcos do Capitólio e da Trindade. Em 2017, na celebração dos 20 anos do Útero, e sem restrições na expressão da performance, Miguel Moreira traz à Sala Garrett a sua visão d’O Duelo, de Bernardo Santareno (1920- -1980). “O Duelo define a insistência nos lugares que temos vindo a trabalhar desde 2011 em peças como The Old King, Pele, Pântano”, explica o criador. Neste novo projecto estão também as palavras físicas do escritor; a tragédia contemporânea; a disputa e a rivalidade, omnipresentes no rame-rame dos homens; os elementos rurais e instintos primários saídos de um outro tempo e que sugerem uma vida alternativa.

Em cena, sete intérpretes vão metralhando a assistência do Teatro D. Maria II com palavras, que se fazem acompanhar pela música de Pedro Carneiro, cúmplice do percurso do grupo, a que se juntam mais habitués e nomes recém-chegados. “Trabalhamos quase sempre com as mesmas pessoas. Nesta peça abrimos uma excepção e estamos a trabalhar com pessoas cujo percurso não conhecemos bem (a Beatrice Cordier, a Camilla Morello, a Sofia Skavotski). Abrimos uma audição. Nesta peça estão os companheiros de sempre – o Romeu Runa, a Sandra Rosado, o Carlos António –, os companheiros das criações recentes – Francisco Camacho. Desde 2011 que trabalhamos com três compositores – Carlos Zíngaro, Pedro Carneiro e projecto Shhhhhh”, elenca Miguel Moreira, para quem o confronto com a peça de Santareno era uma ideia em gestação há mais de dez anos. E por falar em tempo, falar de uma década é apontar para o meio da caminhada deste colectivo, que assinala agora vinte anos de actividade. “O Útero é um caminho. A nossa banda. O lugar escolhido para trabalhar obras de arte e apresentá-las ao público. O lugar de ver o mundo, de o questionar. Celebrámos os cinco anos e agora os vinte anos do grupo. O Útero é a nossa casa. Como a vida, nasceu, um dia irá morrer.”

Escrito por
Maria Ramos Silva

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