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“Desta canção que apeteço – obra discográfica de José Afonso 1953/1985” é a nova exposição do Museu do Oriente. Uma iniciativa da Associação José Afonso, com trabalho de pesquisa de Miguel Gouveia e Cláudia Lopes. A quem fizemos quatro perguntas
A Galeria Nascente de exposições temporárias do Museu do Oriente acolhe, até 24 de Setembro, os discos e a história de um dos músicos e homens mais importantes da história do país. Está lá tudo, desde os primeiros registos na Emissora Regional de Coimbra até Galinhas do Mato (último disco de José Afonso, editado em 1985). Exposição obviamente obrigatória.
Como surge a oportunidade de fazer esta exposição?
Esta exposição nasceu da necessidade de coligir e organizar toda a obra discográfica de José Afonso, para memória futura. Sabíamos que havia datas desencontradas, diversas edições nem sempre “legais”, capas diferentes para o mesmo trabalho, autores de músicas e poemas a necessitarem de correcção em relação às primeiras edições. Tratou-se, no essencial, de repor a verdade histórica sobre a produção artística de José Afonso.
Como foi o trabalho de pesquisa para esta exposição? Onde encontrarem os materiais? E quanto tempo durou esse processo?
O trabalho de pesquisa foi multidisciplinar. A Associação José Afonso dispõe de um acervo bastante exaustivo, desde que foi criada, em 1987. Depois, foi pedida ajuda a gente que sabíamos ter material original e com interesse. Por último, confrontar todos os dados para chegar ao conceito rigoroso da verdade. Este processo tem sido dinâmico, logo, poderemos dizer que começou com a criação da AJA em 1987.
O que nos dizem as peças expostas da obra de José Afonso?
Esta exposição apresenta toda a discografia de José Afonso. Inclusive com materiais iconográficos da época. Estas obras de José Afonso dizem-nos uma coisa muito simples: o seu processo criativo era, muitas vezes, angustiante, mas isso acontece com os seres maiores na cultura mundial.
Que coisas raras ou inéditas podemos encontrar aqui?
A obra de José Afonso está já divulgada de múltiplas formas. Esta exposição tem a vantagem de mostrar primeiras edições e reflectir com rigor a forma, método e criação como ele construiu o seu universo artístico, poético e musical.