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É sempre a “saudade” que é dada como a palavra portuguesa intraduzível. Mas por muitas maneiras que haja de dizer “festa” noutras línguas, nenhuma há-de mostrar bem a desproporção que é um forrobodó.
Ao subir a escadaria do Palácio Chiado, vê-se lá em cima uma espécie de grande leão voador, pendurado no tecto, anunciando logo a extravagância. Embora a cozinha do Forrobodó, o novo espaço do Palácio Chiado, seja tudo aquilo que conhecemos: cozinha portuguesa, com forte aposta nos petiscos, sem invenções.
“Nos testes pedia sempre à Susana [Tomás, chef, anteriormente no Ribamar em Sesimbra] para fazer ajustes para me fazer lembrar a salada de polvo ou as pataniscas da minha avó”, conta Duarte Cardoso Pinto, um dos sócios do Palácio, à mesa, mesmo por baixo do tal leão e em frente a umas amêijoas à Bulhão Pato (14,90€) e de umas gambas ao alhinho (10,90€). Para cada petisco, como o lingueirão à Bulhão Pato (14,50€), a salada de ovas (5,90€) e a casca de sapateira recheada (10,90€), ou a tábua,com o queijo amanteigado Monte da Vinha (7€) ou uma selecção de enchidos (12€), há a sugestão de um de cinco cocktails para acompanhar, do fresco French75 a um Bourbon sour.
Na cozinha pequenina, Susana está mesmo contente por dar prática a esta cozinha tradicional sem grandes mudanças para além da apresentação. E das porções, que não há cá grandes travessas cheias: faz as suas pataniscas muito fininhas com arroz de feijão e grelos (9,50€) ou um pica-pau à conde (300g, 12,50€). E este conde é o do Farrobo, que dava festas de rasgar pano neste palácio, e que nos deu o forrobodó.
Palácio Chiado, Rua do Alecrim, 70 (Chiado). 21 010 1184. Seg-Sáb 12.00-02.00.