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'Ivone, Princesa de Borgonha' estreia esta quarta no Teatro do Bairro

Escrito por
Miguel Branco
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António Pires parte de Witold Gombrowicz para encenar Ivone, Princesa de Borgonha, uma das raras peças teatrais que o polaco escreveu. Gravitamos à volta do bullying, do estranho, e de como isso pode ser também transformador para o bully. 

Ivone, Princesa de Borgonha, que esta quarta-feira estreia no Teatro do Bairro, é uma das raras incursões do genial autor polaco Witold Gombrowicz (1904-1969) na dramaturgia. Começou a ser escrita em 1933 e foi publicada em 1938, um ano antes do eclodir da Segunda Guerra e da mudança de Gombrowicz para a Argentina, em busca de tonalidades mais frescas do que aquelas que encontrava na Europa. Talvez por isso Ivone, Princesa de Borgonha seja uma comédia aparentemente superficial, mas recheada de personagens duras, de vários níveis de complexidade. António Pires, encenador, conheceu o texto pela mão da tradutora Luísa Costa Gomes e “numa primeira leitura é um divertimento total, que até parece fácil, mas depois é um mundo”, conta. 

E que mundo. Filipe de Borgonha, príncipe herdeiro, farto de ser precipitado para mulheres bonitas pelos seus súbditos comparsas, encontra Ivone, uma aventesma, feia, de quem dificilmente conheceremos a voz e decide fazê-la noiva. Ivone, no Palácio Real, é como que um lugar de resistência, um espelho efectivo dos problemas que ali se jogavam para debaixo do tapete. Ivone não é muda, mal fala, mas é de uma força quase inatingível. Quase porque há armas que Ivone nunca terá. Claro, ninguém pode ter todas.

Teatro do Bairro, Rua Luz Soriano, 63. Qua-Sáb 21.30, Dom 17.30. 5€-12€

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