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As melhores peças de teatro em Lisboa para ver em Novembro

O que não falta são espectáculos para ver em Lisboa. Passámos a agenda em revista e sugerimos estes.

Raquel Dias da Silva
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Em Lisboa, não faltam opções para ir ao teatro, muitas delas com preços bem apetecíveis (olá, dia do espectador). Mas algumas estão tão pouco tempo em cena que é preciso correr, já que nunca se sabe se (e quando) são repostas. Entre companhias históricas e emergentes, encenadores e actores conhecidos e até os que ainda estão a tentar conquistar o seu lugar, encontra-se um generoso conjunto de peças a não perder em Novembro. Aqui ficam as nossas sugestões, para que na hora de escolher seja tudo mais fácil. Bom espectáculo!

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As peças de teatro em Lisboa em Novembro

  • Lisboa

A programação do III Festival Eufémia – Género, Memória e Resistência em Cena inclui espectáculos de teatro, dança e música, com um foco especial em obras a solo de artistas mulheres provenientes de Portugal, América Latina, África e Médio Oriente. Destacam-se criações de Flávia Gusmão com a participação das Batucadeiras Finka Pé, Gaya de Medeiros, Marisa Paulo, Ana Cristina Colla, Keli Freitas, Paolle Berklin, Poliana Tuchia e Shadi Alaiek; uma oficina performativa com a poeta palestiniana radicada em Portugal Shahd Wadi; ou um conjunto de diálogos interdisciplinares, para o qual artistas, académicas e activistas se reúnem para debater os temas centrais do evento.

  • Carnide/Colégio Militar

Com texto e encenação de Susana Dagaf, este espectáculo conta as traumáticas memórias de uma mulher que foi durante anos violentada pelo grande amor da sua vida. A interpretação é de Júlia Prado, Ana Isabel Delgado, Miká Nunes e Viviana Gonçalves. Em cena na Boutique da Cultura, nos dias 7 e 8 de Novembro, sexta e sábado às 21.00. O bilhete custa 10€.

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  • Belém

Com texto e direcção de Raquel Castro, a partir de excertos de Anton Tchékhov, este espectáculo começou como uma tentativa da encenadora de não fazer mais um espectáculo autobiográfico. A ideia era encenar uma peça de Anton Tchékhov, e o plano parecia estar a correr bem até voltar a dar de caras consigo mesma. Por mais que tente, Raquel não se consegue ver livre dela. A sua vida está por toda a parte. Até em Tchékhov. Em cena no Centro Cultural de Belém, de 31 de Outubro a 9 de Novembro, de quarta a sexta às 20.00, sábado às 19.00 e domingo às 17.00. O bilhete custa entre 12€ e 15€.

  • Marvila

Escrito por Nicholas Wright e encenada por Natália Luiza, esta peça ficciona a vida de Melanie Klein, uma psicanalista que, na década de 20-30 do século XX, criou uma ruptura teórica com alguns pressupostos freudianos. A acção acontece em Londres em 1934, onde através de um conflito triangulado que envolve a sua filha Mellita e Paula, que também são ambas psicanalistas e nos permitem assistir a dinâmicas de poder no interior das famílias. Em cena no Teatro Meridional, de 2 de Outubro a 9 de Novembro, de quarta a sábado, às 21.00, e domingo, às 16.00. O bilhete custa 13€.

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  • Marvila

Com texto e direcção de Joana Craveiro, e co-criação e interpretação de Diana Ramalho, Estêvão Antunes, Inês Minor, Tânia Guerreiro e Tozé Cunha, este espectáculo documental evoca as várias frentes da revolução portuguesa de 1974-75 (e mais além). Campanhas de alfabetização, dinamização, cultural, serviço médico à periferia, clínicas para o povo, brigadas cívicas estudantis, reforma agrária, movimentos de moradores, que incluem o processo SAAL, mas não só, são algumas destas frentes de luta, de experimentação, de ensaio de formas de poder popular e acção directa que, como uma torrente, rebentaram os diques de 48 anos de opressão e se espalharam pelos campos e pelas cidades do país. Em cena no 8 Marvila, de 8 a 11 de Novembro, segunda, terça e sábado às 21.00, e domingo às 18.00. O bilhete custa 10€.

  • Marvila

A mesa está posta, mas o que se serve é mais do que um jantar. Entre pratos exóticos e brindes forçados, desenha-se um ritual. A anfitriã orquestra a noite como um sacrifício moderno, onde os convidados – figuras de uma elite complacente – são participantes involuntários. Trata-se de uma comédia satírica de Moira Buffini, com a qual os Artistas Unidos decidem estrear o seu novo espaço, o Teatro Paulo Claro, em Marvila. Em cena de 3 de Outubro a 1 de Novembro.

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  • Carnide/Colégio Militar

Com texto e encenação de Beatriz Teodósio, parte da história real de Beatriz e da sua avó que quis ser actriz, mas nunca mais voltou à cena depois de se casar. Mistura memórias e gestos herdados para recriar o que poderia ter sido e o que ainda pode ser. Inspirado numa pesquisa com mulheres da Casa do Artista, revela também histórias de resistência e de permanência, dando voz a quem resistiu e manteve viva a vontade de criar. Em cena no Teatro Armando Cortez, nos dias 14 e 15 de Novembro, sexta e sábado às 21.00. O bilhete custa entre 7€ e 10€.

  • Carnide/Colégio Militar

Com texto e encenação de Fernando Heitor, este espectáculo acompanha dois homens com 18 anos de diferença, dois modos muito diferentes de ver o mundo, não pela diferença de idades mas pelo feitio de cada um deles. 

O mais velho é professor de geografia, digamos que por vocação, mas detesta todo o sistema educacional onde tem dificuldade em se inserir e donde acaba por sair. O mais novo é a alegria de viver personificada, é bonito, atrevido e divertido. Nem tudo lhe corre bem, mas acredita que o mundo pode ser um local muito aprazível para se viver e ser feliz. Em cena na Boutique da Cultura, de 5 a 15 de Novembro, de quarta a sábado às 21.00. O bilhete custa 10€.

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  • Belém

Com Claudio Tolcachir ou Lola Arias, Ruben Sabbadini é um dos nomes que têm vindo a comprovar a extraordinária vitalidade do teatro argentino deste século. Este espectáculo, do premiado autor franco-uruguaio Sergio Blanco, é uma revisitação do mito de Édipo, partindo da entrevista que um dramaturgo conduz na prisão a um homem condenado por parricídio. Quando o primeiro propõe contar a história através de uma peça de teatro, as autoridades opõem-se e o dramaturgo é obrigado a usar outro artifício. Interpretado pelos actores Vítor de Andrade e Cláudio de Castro, a peça é uma reflexão poderosa sobre a muitas vezes ténue fronteira entre a realidade e a ficção. Em cena no Centro Cultural de Belém, de 13 a 16 de Novembro, de quinta e sexta às 20.00, sábado às 19.00 e domingo às 17.00. O bilhete custa 15€.

  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Com texto e encenação de Miguel Raposo, este é um espectáculo metateatral que oscila entre a ficção científica e a memória real. Num tempo futuro, ou talvez num presente disfarçado de amanhã, uma família de artistas decide encenar um reality show em palco. A interpretação é de José Raposo, Miguel Raposo e Ricardo Raposo. Em cena no Teatro Variedades, de 15 de Outubro a 16 de Novembro, de quarta a sábado, às 21.00, e domingo, às 16.00. O bilhete custa entre 10€ e 15€.

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  • Dança
  • Lisboa

Imagine-se um universo de ficção científica moldado pelo reggaeton, pelo perreo, pela experiência de habitar um idioma estrangeiro e pela história da América Central, marcada pela exportação de frutas tropicais. É esta paisagem futurista que se transpõe para o palco. Numa mistura entre DJ set, projecção de texto, dança e escultura, exploram-se os percursos agridoces da migração entre o Sul e o Norte globais, e as complexidades da compreensão entre línguas. Em cena na Sala Estúdio Valentim de Barros/Jardins do Bombarda, nos dias 16 e 18 de Novembro, domingo às 18.30 e terça às 20.00. O bilhete custa 6€ e 12€.

  • Avenida da Liberdade

Este espectáculo, estreado no ano passado na 70.ª edição do Festival de Mérida e apresentado em castelhano, é inspirado em três tragédias clássicas. A autora, Sílvia Zarco, descreve a peça como “uma obra sobre o custo altíssimo que as mulheres tiveram de pagar para que os homens alcançassem a glória”. A criação, acrescenta, pretende lançar “perguntas abertas aos espectadores”, com o objectivo de “incendiar consciências” e promover a reflexão através do teatro. Em cena no Capitólio, a 19 de Novembro, quarta às 21.00. O bilhete custa 10€

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  • São Vicente 

Nesta interpretação teatral do mito de Lilith – excluído da Bíblia mas preservado na literatura religiosa ajudaica –, a figura da mulher lúbrica e perniciosa é trazida à luz do nosso tempo e ecoa na vida duma mulher dos nossos dias, tão “invisível” como qualquer outra pessoa. A habitar um pequeno apartamento no nosso prédio, na nossa cidade, Lilith foi expulsa do paraíso, é expulsa todos os dias pela primeira vez, e todos os dias paga o preço da sua insubmissão a qualquer ordem ou lei, ou regra ou preceito, que a inferiorize. Com texto de Francisco Luís Parreira, conta com encenação e dramaturgia de Nuno Nunes, e interpretação de Diana Narciso, João Cachola, Pedro Emauz e Sofia Franco. Em cena no CAL – Centro de Artes de Lisboa, de 13 a 23 de Novembro, de segunda a sábado, às 21.00, e domingo, às 17.00. O bilhete custa 12€.

  • Santos

Nesta criação de Raquel Ferradosa, com Andreia Bento, uma mulher tenta escrever uma carta para alguém do passado. À medida que escreve, reescreve e apaga, a mesa transforma-se num espaço de hesitação e confissões. As cartas deixam de ser uma simples tentativa de comunicação para se transformarem num monólogo – um espelho do que ela é. A escrita e a análise tornam-se não apenas um exercício intelectual, mas uma forma de se aproximar de si mesma. Em cena no Teatro Cinearte, de 20 a 23 de Novembro, de quinta a sábado, às 21.00, e domingo, às 16.00. O bilhete custa entre 8€ e 15€.

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  • Lisboa

Apesar de não existir um registo oficial sobre o fim de Federico Garcia Lorca, a opção mais aceite é que, durante a ditadura franquista, foi fuzilado de costas (simbolizando macabramente a sua homossexualidade), sem nunca deixar descendência. Neste espectáculo de Diogo Freitas, a partir de Federico Garcia Lorca, esse momento final é romantizado através de um “Jovem [que] se encontra num limbo espelhado, visualizando inúmeras portas – como se cada uma fosse por si só um “e se…” que tanto nos atormenta. Em cena no Clube Estefânia, de 20 a 23 de Novembro, de quinta a sábado, às 21.00, e domingo, às 17.30. O bilhete custa 12,50€.

  • Lisboa

De 14 a 23 de Novembro, o Alkantara apresenta 14 espectáculos de teatro, dança e performance, e ainda festas e oficinas, que vão passar por espaços como a Culturgest, as Carpintarias de São Lázaro, o CAM e o CCB. Umuko, da coreógrafa ruandesa Dorothée Munyaneza, abre o festival na Culturgest; já a italiana Chiara Bersani, que se estreia a coreografar no colectivo depois de anos a criar peças a solo, traz-nos Michel – Os Animais Que Sou, em cena no CAM. Destaca-se ainda, no Centro Cultural de Belém, Os Intrasponíveis Alpes, À Procura do Currito, da coreógrafa andaluza La Chachi, que cruzaa flamenco com linguagens urbanas e contemporâneas; e nas Carpintarias de São Lázaro, Serei/Afrodiaspórica, de Dori Nigro, que entrelaça memórias autobiográficas e mitologias afro-americanas para costurar uma celebração da ancestralidade negra viva, tecida de espiritualidade, sonho e resistência. Mas há muito mais para ver. Estes são os nossos destaques.

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  • Castelo de São Jorge

A 2.ª edição da mostra que celebra o teatro brasileiro no Chapitô acontece de 31 de Outubro a 23 de Novembro, com curadoria de Bruno Mariozz. Num total de 13 apresentações, que reúne mais de 20 artistas e técnicos brasileiros, a programação conta com cinco espectáculos distintos, inclusive duas estreias internacionais: Diabólica Vingança, com contos inéditos de Nelson Rodrigues, nunca antes encenados pela Bruzun Company; e Aquele Último Filme Antes da Partida, escrito e protagonizado por Luan Vieira, que aborda a temática LGBTQIAPN+.

  • Grande Lisboa

A Mostra de Teatro de Almada está de volta. Ao longo de um mês, entre 31 de Outubro e 30 de Novembro o público é convidado a assistir a 22 criações teatrais inspiradas em autores como Anton Tchékhov, Henrik Ibsen, Gisela Cañamero e Franz Kafka. As apresentações – promovidas por 20 grupos de teatro com actividade regular no concelho – terão lugar em diversas salas e espaços ao ar livre, reforçando a relação entre o teatro e a comunidade local. Destaque para peças como Raiva, de Ginesal Gisela Cañamero, das Produções Acidentais (7 Nov, Sex 21.30); High Fantasy (I'm in Love), de Afonso Molinar, do teatroàfaca (20 Nov, Qui 21.00); ou Entre Quatro Paredes, de Clara Passarinho, do Novo Núcleo de Teatro/AEFCT (26 Nov, Qua 21.00). Para não perder pitada, o melhor é consultar a agenda completa online. Além da programação principal, a Mostra integra ainda actividades complementares completamente gratuitas, como workshops de teatro, destinados a aproximar o público das artes performativas e a estimular novas gerações de criadores e espectadores.

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  • Lisboa

Uma travessia de corpos e memórias, que se confunde com a própria sobrevivência. Entre mito, memória e realidade, uma reflexão sobre migração, perda, resistência. A travessia de quem não pode parar. Esperança desmedida. Será a nossa? Com texto de Ilda Teixeira e encenação de Ruy Malheiro, este espectáculo está em cena no Clube Estefância, de 29 de Outubro a 9 de Novembro, de quarta a sábado às 21.00 e domingo às 18.00. O bilhete custa 12,50€.

  • Campolide

Com texto de Fernando Arrabal e encenação de João Mota, este espectáculo acompanha duas criaturas isoladas do mundo, que reinventam, em tom de ritual, toda a experiência humana – da linguagem ao poder, da fé ao amor materno. Entre o absurdo e o sagrado, a peça é uma parábola sobre a solidão e a necessidade vital do outro, mesmo quando essa necessidade beira a destruição. A interpretação é de Francisco Pereira de Almeida e Rogério Vale. Em cena no Teatro da Comuna, de 23 de Outubro a 14 de Dezembro, de quarta a quinta, às 19.00, de sexta a sábado, às 21.00, e domingo, às 16.00. O bilhete custa entre 12,50€ (dia do espectador, às quartas e quintas) e 15€.

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  • Lisboa

O Teatro Reflexo assinala o décimo aniversário do Projecto Casa Assombrada com uma nova criação de terror imersivo. Tem direcção criativa de Michel Simeão e estreia a 21 de Novembro, no antigo Convento da Encarnação. Durante 90 minutos, cinco equipas – até cinco participantes cada – mergulham num jogo onde a fronteira entre realidade e ficção desaparece: todos são personagens e o papel não pode cair. A narrativa segue a família Menezes, que tenta transformar o convento num hotel, até descobrir uma carta de uma freira do século XIX que denuncia uma força demoníaca a habitar o edifício. Para quebrar a maldição, resta jogar o “Jogo do Diabo” – de regras tão simples quanto perversas. Em cena no Convento da Encarnação, de 21 de Novembro a 20 de Dezembro, sexta e sábado, às 20.00, 21.45 e 23.20. O bilhete custa entre 58€ e 85€.

  • Chiado

A partir de Lewis Carrol, Marco Medeiros encena Alice no País das Maravilhas, uma versão musical do clássico, que promete ser ainda mais frenética e alucinante, ao mesmo tempo que nos questiona sobre o que verdadeiramente somos e quem somos. Com direcção musical de Artur Guimarães, o espectáculo conta conta com Alexandre Carvalho, Diogo Mesquita, FF, JP Costa, Mariana Lencastre, Rita Tristão da Silva, Romeu Vala, Ruben Madureira, Sissi Martins e Soraia Tavares; e os músicos André Galvão, Carlos Meireles, João Valpaços, Marcelo Cantarinhas, Tom Neiva e o próprio director musical. Em cena de 4 de Setembro a 28 de Dezembro, de quarta a sábado, às 21.30, e domingo, às 16.30, no Teatro da Trindade. O bilhete custa entre 10€ e 22€.

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  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

A nova criação do Teatro do Eléctrico – que conta com dramaturgia e encenação de Ricardo Neves-Neves e música de Simão Bárcia – parte da poesia de Adília Lopes para nos falar de gatos, baratas, crochet, mas sobretudo ideias. Em cena no Teatro Variedades de 27 de Outubro até 11 de Janeiro de 2026, de quinta a sábado, às 21.30, e domingos às 16.00. O bilhete custa entre 10€ e 15€.

O melhor da agenda cultural de Lisboa

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