O Meu Bolo Favorito
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Os filmes em cartaz esta semana, de ‘O Meu Bolo Favorito’ a ‘Uma Viagem ao Teu Lado’

As estreias de cinema, os filmes em exibição e os novos filmes para ver em streaming, incluindo ‘Vaiana 2’, ‘Wicked’ ou ‘Conversas com o Diabo’.

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Tanto cinema, tão pouco tempo. Há filmes em cartaz para todos os gostos e de todos os feitios. Das estreias em cinema aos títulos que, semana após semana, continuam a fazer carreira nas salas. O que encontra abaixo é uma selecção dos filmes que pode ver no escurinho do cinema, que isto não dá para tudo. Há que fazer escolhas e assumi-las (coisa que fazemos, com mais profundidade nas críticas que pode ler mais abaixo nesta lista). Nas semanas em que há estreias importantes de longas-metragens no streaming, também é aqui que as encontra. Bons filmes.

Recomendado: As estreias de cinema a não perder nos próximos meses

Filmes em estreia esta semana

O Meu Bolo Favorito

Mahin é uma mulher de 70 anos que vive sozinha em Teerão, após a morte do marido e a ida das filhas para o estrangeiro. Após uma conversa com um grupo de amigas durante um almoço que dá em casa, Mahin conhece Faramarz, um taxista solitário e insatisfeito com a vida como ela, convida-o para sua casa. O governo do Irão tentou apreender a fita e Maryam Moghaddam e Behtash Sanaeeha, o casal de realizadores de O Meu Bolo Favorito, foram impedidos de sair do Irão para a acompanhar ao Festival de Berlim e estão proibidos de filmar.

Uma Viagem ao Teu Lado

Max Bernal (Bobby Canavale) é um comediante que vive com o pai, Stan (Robert De Niro), após ter falhado na sua carreira no mundo do espectáculo, e também no casamento. Max e a ex-mulher, Jenna (Rose Byrne) têm um filho autista de 11 anos, Ezra (William A. Fitzgerald), sobre cuja educação discordam de forma radical. Quando Ezra é expulso de mais um colégio, Max decide, num impulso e a meio da noite, levá-lo numa viagem pelo país. Tony Goldwyn realiza.

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O Crepúsculo do Pé-Grande

David e Nathan Zellner expandem aqui para uma longa-metragem uma curta que tinham feito em 2010, e filmam um ano na vida de uma família de “pés-grandes” (ou sasquatches), que habitam uma floresta do norte dos EUA. Debaixo das peludas maquilhagens destes seres em cuja existência muitos acreditam, e que têm sido tema de filmes e programas de televisão, estão actores como Jesse Eisenberg e Riley Keough, que tiveram aulas com um mimo para poderem entrar na pele das criaturas.

Kraven – O Caçador

O realizador J.C. Chandor (Margin Call – O Dia Antes do Fim, Quando Tudo Está Perdido) assina este filme que conta as origens de um dos mais famosos vilões da Marvel. Interpretações de Aaron-Taylor Johnson, Russell Crowe, Alessandro Nivola, Ariana DeBose e Fred Hechinger.

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O Senhor dos Anéis – A Guerra dos Rohirrim

Animação de longa-metragem co-produzida pelos EUA, Japão e Nova Zelândia, passada quase 200 anos antes dos acontecimentos narrados em O Senhor Dos Anéis e que conta a história de Helm Hammerhand, Rei de Rohan, e de uma batalha que ajudou a moldar a Terra Média.

+ Tudo o que precisa de saber sobre o novo filme de O Senhor dos Anéis

Eu Não Sou Tudo o Que Quero Ser

Documentário sobre a fotógrafa checa Libuse Jarcovjáková, que começou a tirar fotos após a invasão soviética do seu país e o esmagamento da Primavera de Praga, em 1968, e cujo olhar atravessa a história europeia da segunda metade do século XX.

Filmes em cartaz esta semana

Wicked

Primeira parte da adaptação ao cinema do musical da Broadway, e estrondoso sucesso comercial e crítico, que se baseia no livro homónimo de Gregory Maguire publicado nos anos 90, uma visão revisionista e azeda (demais, segundo alguns) da história de O Feiticeiro de Oz, mais precisamente das origens da Bruxa Má do Oeste, Elphaba (Cynthia Erivo), e da Bruxa Boa do Oeste, Glinda (Ariana Grande), e que inclui mais três continuações. A história de Wicked começa quando elas se conhecem na Universidade de Shiz, na Terra de Oz. Jon M. Chu realiza.

+ ‘Wicked’: um olhar diferente sobre a Terra de Oz

  • Filmes
  • Terror
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Filme de terror assinado pelos australianos Cameron e Colin Cairnes, passado em 1977, em Nova Iorque. Jack Delroy (David Dastmalchian), apresentador de um outrora popular talk show televisivo, perdeu a mulher, morta de cancro, e boa parte da sua audiência. Planeia então uma emissão especial de Halloween em directo, com um vidente, um céptico, uma parapsicóloga e uma jovem que é a única sobrevivente de um suicído em massa de um culto satânico e está alegadamente possuída por um demónio. Além de fazerem um pastiche impecável da televisão americana dos anos 70, os irmãos Cairns cruzam elementos de Escândalo na TV, de O Exorcista e do célebre falso documentário da BBC Ghostwatch, emitido no Halloween de 1992 e que milhares e milhares de pessoas tomaram por verdadeiro, e constroem um dos melhores filmes de terror sobrenatural deste ano, em que um talk show em crise de espectadores e que recorre ao sensacionalismo para se manter à tona e não ser cancelado, vai-se gradualmente transformando no cenário de uma manifestação demoníaca. David Dastmalchian é excelente no desesperado Jack Delroy, um misto de Johnny Carson e de Jerry Springer, e a personagem de Carmichael Hunt (Ian Bliss), o ilusionista céptico e desmistificador de impostores do paranormal e do sobrenatural, é obviamente inspirada no grande James Randi. Absolutamente a não perder pelos apreciadores do género.

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O Quarto ao Lado

Vencedor do Festival de Veneza deste ano, O Quarto ao Lado é a primeira longa-metragem em inglês realizada por Pedro Almodóvar, e rodada nos EUA. Julianne Moore e Tilda Swinton interpretam duas mulheres que foram muito amigas quando eram jovens e trabalhavam na mesma revista, mas que se separaram pelas circunstâncias do trabalho e da vida. Muitos anos após se terem separado, voltam a encontrar-se, embora devido a uma situação trágica: uma delas tem um cancro.

  • Filmes
  • Animação
  • 3/5 estrelas
  • Recomendado

Tal como a Pixar recorreu a Divertida Mente 2, a continuação de um filme muito popular, para tentar contrariar a maré negativa dos últimos anos (e conseguiu), a Disney parece ter-lhe seguido o exemplo com a sua nova animação, Vaiana 2 (estreia-se esta semana) em que aposta num regresso à Polinésia em que foi tão feliz há quase 10 anos, em vez de procurar uma história original ou recorrer a uma adaptação de material alheio, caso dos contos tradicionais europeus, como era hábito do estúdio desde que Walt Disney começou a fazer longas-metragens animadas. É significativo que o projecto de dar continuidade a Vaiana através de uma série animada musical intitulada Moana: The Series, destinada à Disney+, tenha sido abandonado para fazer uma parte 2 para o cinema. Vaiana 2 já não tem ao leme os históricos John Musker e Ron Clements, realizadores do primeiro filme. Eles são substituídos por um trio de estreantes: David Derrick Jr., Jason Hand e Dana Ledoux Miller, esta também responsável pelo argumento, em parceria com Jared Bush, que escreveu o primeiro Vaiana. Auli’i Cravalho, a jovem havaiana de ascendência portuguesa, e Dwayne Johnson, voltam a ser as vozes de Vaiana e de Maui, e os autores da banda sonora e das canções de Vaiana também estão de regresso, embora Lin-Manuel Miranda não participe nelas desta vez. A história passa-se três anos após a da primeira fita, envolvendo Vaiana, Maui, o galo Hei Hei, o porquinho Pua e outros amigos da aldeia da princesa, navegadora e heroína polinésia, num enredo cheio de referências mitológicas locais, em os protagonistas que vão encontrar velhos e novos inimigos. E que os vai conduzir aos confins do oceano, para acabarem com uma maldição de um deus que impede os povos dos Mares do Sul de contactarem uns com os outros. Não estando à altura dos títulos clássicos da Disney dos anos 80 e 90, quando Jeffrey Katzenberg tutelava a animação dos estúdios, Vaiana 2 consegue manter o nível do original em termos de história e do ponto de vista da elaboração cinematográfica, sumptuosa e cuidadosamente detalhada, sendo claramente superior aos desastres recentes da casa, Raya e o Último Dragão (2021), Encanto (2021), Estranho Mundo (2022) e Wish: O Poder dos Desejos (2023), em que a mediocridade das histórias vinha acompanhada por uma profunda falta de inspiração em termos visuais e estéticos. Feito em computador, Vaiana 2 tem saborosos momentos e pormenores em animação tradicional, bem como muitos e bons gags em segundo plano envolvendo as personagens secundárias (ver o aguerrido coco-pirata dos Kakamura). As canções, insípidas e incapazes de se aconchegarem no ouvido do espectador, é que eram dispensáveis. E vêm aí mais continuações: Frozen – O Reino do Gelo 3 e 4, e Zootrópolis 2.

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The Dead Don’t Hurt – Até ao Fim do Mundo

Depois de Falling – Um Homem Só (2020), Viggo Mortensen volta a realizar uma longa-metragem, agora um western, que também escreveu e em que interpreta um dos papéis principais, ao lado de Vicky Krieps. Na década de 60 do século XIX, um imigrante dinamarquês, Holger (Mortensen), e uma mulher franco-canadiana, Vivienne (Krieps), tentam começar uma vida e formar família no Nevada. Só que Holger decide ir combater na Guerra Civil, que acaba de estalar, e deixa Vivienne sozinha e indefesa.

  • Filmes
  • 3/5 estrelas
  • Recomendado

Quando era miúdo, François Ozon teve um jantar de família feito por uma tia, em que um dos pratos servidos eram cogumelos, que tinham sido colhidos por aquela. Todos os participantes na refeição ficaram doentes por causa dos cogumelos nessa mesma noite, menos a tia, que foi a única que não os comeu. O pequeno Ozon, que já nessa altura tinha uma imaginação fértil e gostava de inventar histórias, pôs-se a pensar que a sua bondosa e atenciosa velha tia afinal era uma assassina, sabia que os cogumelos que tinha apanhado no campo eram perigosos, e tinha feito de propósito para se ver livre de toda a família.

Muitos anos depois, François Ozon usou esta memória de família como ponto de partida do seu novo filme, Quando Chega o Outono, passado na província francesa. Michelle (Hélène Vincent) é uma idosa reformada que trocou Paris por uma vilazinha na Borgonha, onde é vizinha da sua melhor amiga, Marie-Claude (Josiane Balasko). Michele adora o seu único neto, Lucas (Garlan Eros), mas não se dá bem com a sua filha divorciada, Valérie (Ludivine Sagnier). Aparentemente, porque esteve à morte após ter comido um prato de cogumelos colhidos e cozinhados pela mãe, que não lhes tocou. 

Valérie chega de Paris para deixar Lucas com a avó durante uma semana, mas as coisas acabam por não correr como Michelle previa, para seu grande desgosto. Entretanto, Vincent (Pierre Lottin), o único filho de Marie-Claude, sai da cadeia e diz à mãe que nunca mais vai consumir droga, que vai arranjar um emprego e deixar-se dos pequenos delitos com que sustentava o seu vício. Pouco a pouco François Ozon vai-nos revelando pormenores sobre o passado das personagens de Quando Chega o Outono, vamos percebendo a motivação por trás dos seus comportamentos, e que nada aqui é tão linear como parecia. E dizer mais sobre o enredo do filme e os seus desenvolvimentos é falar demais.

Esta nova realização de François Ozon remete-nos, por um lado, para os filmes de Claude Chabrol passados na França profunda, e pelo outro, para os livros de Georges Simenon, e não somente para os do Inspector Maigret. Só que a fita não tem nem o cinismo frio e a distância dos de Chabrol, nem a componente policial das obras de Simenon (embora haja uma sugestão que não encontra continuidade). Ozon opta por conservar os cenários campestres e, à primeira vista, pacatos, do primeiro; e as atmosferas narrativas, emocionais e morais em claro-escuro, com cambiantes fugidios e bifurcações inesperadas, do segundo. 

Quando Chega o Outono é todo ele feito em sugestão e insinuação, em não-dito e de elipses, sempre a pedir ao espectador que preencha os espaços em branco deixados pelo realizador. E de tal forma que, como notou um crítico francês, é como se houvesse não um mas dois filmes: aquele que Ozon rodou, e outro que se passa dentro da nossa cabeça, em que especulamos sobre tudo o que não está explícito naquele. O Outono na sua manifestação mais bucólica e melancólica é o pano de fundo contra o qual o realizador desfia a sua história de um Outono da vida muito pouco tranquilo, o de Michelle (a octogenária Hélène Vincent é notável no papel, veja-se como passa da ternura à inquietação, de um matiz emocional luminoso a um sombrio, num piscar de olhos) e põe em cena os conflitos em surdina, molda a tensão psicológica, e instala a inquietação e a dúvida. 

Os fãs de policiais decerto teriam preferido que François Ozon tivesse explorado até às últimas consequências os elementos próprios do thriller que a história contém, e que são contrariados pelo rumo que o realizador lhe dá. Já os apreciadores do cinema do versatilíssimo autor de filmes tão diferentes como 8 Mulheres, Swimming Pool, Dentro de Casa e Frantz perceberão o que ele quis fazer aqui. Quando Chega o Outono parece um policial, mas não o chega a ser. E não precisa.

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  • Filmes
  • Terror
  • 3/5 estrelas
  • Recomendado

Hugh Grant surge num muito raro papel de vilão nesta fita de terror psicológico realizada por Bryan Woods e Scott Beck. Grant interpreta o Sr. Reed, um homem aparentemente afável, encantador e inofensivo. Mas que fecha na sua vivenda isolada do Colorado duas jovens missionárias mórmones que lhe foram tocar à campainha, começando a jogar com elas um aterrorizador jogo do gato e do rato, ao mesmo tempo que debatem teologia, religião e fé e descrença. Woods e Beck acabam por esticar muito a corda da verosimilhança, mas Hugh Grant mantém-nos colados ao filme graças à sua interpretação, em que repete a persona muito british que o celebrizou numa série de comédias românticas, só que aqui aplicada a um monstro que nunca perde a sua cordialidade, quer esteja a discorrer com sobre história das religiões recorrendo a elementos da cultura pop, quer esteja a aterrorizar sadicamente as suas duas prisioneiras.

  • Filmes
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

O novo documentário de Oliver Stone é uma defesa clara, muito bem explicada e solidamente apoiada em factos científicos e números, da energia nuclear como única alternativa viável para combater a actual crise energética global, bem como a única que poderá ser capaz de reduzir as emissões de dióxido de carbono até 2050, ao substituir-se ao carvão e ao petróleo, compensar as grandes limitações da energia eólica e da solar, e ser uma alternativa ao gás natural e aos seus perigos. Tudo isto mantendo-se mais económica, mais prática e mais segura do que qualquer outra. Stone percorre vários países, dos EUA à Rússia, passando pela França, para mostrar também os vários progressos que a indústria do nuclear tem vindo a conhecer, demole os argumentos dos diabolizadores do nuclear (muitos deles financiados pelos lóbis do petróleo e do carvão, como aconteceu com o Sierra Club nos EUA) e desmistifica as narrativas catastrófico-apocalípticas dos media sobre Three Mile Island, Chernobyl e Fukushima. Um dos melhores documentários do ano.

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  • Filmes
  • Drama
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Sean Baker (Tangerine, The Florida Project, Red Rocket) ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes com esta comédia dramática sobre Ani/Anora, uma jovem dançarina erótica e prostituta de Brooklyn de ascendência uzbeque, que se envolve e depois casa precipitadamente em Las Vegas com o estouvado e irresponsável filho de um oligarca russo que está a estudar nos EUA, espalhando a confusão entre o padrinho deste e os seus capangas, que ficaram de cuidar do rapaz, e obrigando os pais a vir à pressa da Rússia para resolver a situação. Filmado em película de 35 mm e widescreen, e parecendo ter saído dos anos 70 pelo realismo directo, pela autenticidade geral e pelo pitoresco comunicativo das personagens, todas elas com origens ou ascendência de Leste (uzbeques, arménios, russos), Anora glosa o cliché da stripper/dançarina erótica/prostituta de coração de ouro, espírito prático e ingenuidade de sentimentos, para erguer um filme que é parte farsa acelerada ao melhor jeito screwball, parte história amarga de uma Gata Borralheira contemporânea frustrada, e parte retrato empático de personagens muito queridas ao realizador, aquelas que vivem, trabalham e sobrevivem, legal ou ilegalmente, nas franjas da sociedade americana, sobretudo ligadas ao mundo do sexo. No papel da profissionalmente pragmática e vivida, mas sentimentalmente ingénua e tenrinha Ani, a pequena e dinâmica Mikey Madison carrega o filme às costas e é o seu hiperactivo centro de gravidade, e nunca permite que a personagem venha mendigar a nossa pena, no que é imitada por Sean Baker. Eurico de Barros         

Gladiador II

Quase 25 anos após o primeiro filme, Ridley Scott regressa à Roma clássica, agora para seguir Lucius, neto do antigo imperador Marco Aurélio e filho de Lucilla, que vive com a mulher e o filho na Numídia. Quando os soldados romanos invadem a região e o submetem à escravatura, Lucius inspira-se na história de Maximus e vai lutar como gladiador, opondo-se aos jovens imperadores Caracala e Geta. Interpretações de Pedro Pascal, Paul Mescal, Denzel Washington, Derek Jacobi, Connie Nielsen, Tim McInnerny e Matt Lucas.

+ Mais sangue no Coliseu: tudo o que precisa de saber sobre Gladiador II

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  • Filmes
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Comédia fantástica canadiana sobre Sasha (Sarah Montpetit), uma jovem vampira que é demasiado sensível para matar humanos e se alimentar, e não está equipada com os necessários dentes pontiagudos, que se recusam a crescer. Quando os pais, também vampiros, lhe cortam o fornecimento de sangue dos saquinhos que guardam no frigorífico, ela conhece Paul (Félix Antoine-Bénard), um adolescente solitário, deprimido, maltratado pelos colegas do seu liceu e com tendências suicidas, que se oferece para ser a sua primeira vítima. Só que ficam amigos, à beira de serem namorados, e Sasha vê-se incapaz de fazer mal a Paul. Esta primeira longa-metragem de Ariane Louis-Seize sobre dois adolescentes outsiders, uma vampira, outro humano, é deliciosamente original e muito mais afectuosa do que assustadora, preferindo a melancolia e o humor negro aos sustos e ao sangue (que também corre, mas apenas o estritamente necessário ao enredo). A realizadora brinca, em simultâneo, com os estereótipos dos filmes sobre adolescentes angustiados e com problemas de aceitação e inserção social, e com os códigos e os lugares-comuns dos filmes de vampiros (aqui, os vampiros têm médicos como eles que podem consultar, e têm que ter o trabalho de andar a enterrar as suas vítimas à noite), e fornece explicações racionais para fenómenos como a o horror ao sol e a reacção às cruzes (“É uma espécie de alergia”, explica Sasha a Paul). Sarah Montpetit é excelente e discretamente expressiva no papel da “gótica” e tímida Sasha, bem acompanhada por Félix Antoine-Bénard no gentil e sofredor Paul. Um dos melhores e mais originais filmes de vampiros dos últimos tempos.

Conclave

Ralph Fiennes lidera o elenco de Conclave, um thriller todo passado no Vaticano, após a morte súbita do Papa, que obriga à convocação de um conclave para eleger o seu sucessor. Mas há muita ambição, muitos interesses e alguns segredos chocantes na sombra. Esta adaptação do best-seller homónimo de Robert Harris publicado em 2016 conta ainda com John Lithgow, Stanley Tucci, Sergio Castellitto e Isabella Rosselini.

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A Substância

Demi Moore interpreta, neste filme de terror realizado pela francesa Coralie Fargeat, Elizabeth Sparkle, uma estrela de cinema em declínio que é despedida de um programa de televisão por causa da idade. Recorre então a uma nova droga que circula no mercado negro, a substância do título, que replica as células do corpo humano e cria temporariamente uma versão mais jovem de si mesma, saída da sua espinal medula e chamada Sue (Margaret Qualley). E que é contratada para um programa igual ao seu. Prémio de Melhor Argumento em Cannes.

O Conde de Monte Cristo

Assinada pelos autores da mais recente adaptação de Os Três Mosqueteiros, Matthieu Delaporte e Alexandre de La Patellière, esta nova versão do romance clássico de aventuras e vingança de Alexandre Dumas é o filme francês mais caro de 2024, com um orçamento de 43 milhões de euros. Já fez mais de oito milhões de entradas, sendo um dos grandes sucessos de 2024 e o terceiro título mais lucrativo da actual temporada cinematográfica em França. Pierre Niney interpreta Edmond Dantès.

+ A nova vida do Conde de Monte Cristo

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  • Filmes
  • 3/5 estrelas
  • Recomendado

Escrito por Eduardo Agualusa com base em três livros do autor, antropólogo e cineasta luso-angolano Ruy Duarte Carvalho, e rodado em Angola por Sérgio Graciano, Os Papéis do Inglês tem como principal protagonista o próprio Ruy Duarte Carvalho (João Pedro Vaz), que anda à procura, no deserto da Namíbia, de uns documentos deixados pelo pai, que podem ajudar a desvendar um mistério ocorrido em 1923, no que é acompanhado por um velho e filosófico cozinheiro e assistente negro. As luzes e as sombras do passado colonial e pós-independência de Angola enformam toda a narrativa desta fita profundamente melancólica e contidamente emocionada, que tocará os espectadores quanto maiores e mais apertados sejam os laços afectivos com este país e as suas experiências e vivências nele antes e depois do 25 de Abril e da independência. E isto apesar de alguns diálogos mais “literários”, de se notarem as costuras das três histórias diferentes que a compõem, e dos 15 ou 20 minutos de palha visual e verbal que podiam ter sido cortados aqui e acolá.

Megalopolis

Levou várias décadas a Francis Ford Coppola rodar este filme, que acabou por financiar do seu bolso, num total de 120 milhões de dólares. É uma fita épica e futurista, cheia de referências clássicas e de fundo alegórico. O enredo passa-se na cidade de Nova Roma, que está no centro de um conflito entre Cesar Catilina (Adam Driver), um brilhante artista e arquitecto, e o Presidente da Câmara, Franklyn Cicero (Giancarlo Esposito). Também com Jon Voight, Shia LaBoeuf e Talia Shire.

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Bagagem de Mão

Jaume Collet-Serra realiza e Taron Egerton, Jason Bateman e Sofia Carson interpretam este thriller, em que um jovem agente da segurança dos aeroportos deixou que um passageiro o subornasse para que um pacote contornasse a segurança e entrasse a bordo de um voo no Dia de Natal. Mas ele arrepende-se do que fez e tenta recuperá-lo antes que o avião levante voo.

Netflix. Estreia a 13 de Dezembro

Elton John: Never Too Late

Enquanto se prepara para o seu último concerto nos EUA, no Dodger Stadium, em Nova Iorque, Elton John passa em revista, neste documentário, a sua vida e os 50 anos da sua carreira, revelando como superou obstáculos, adversidades e o abuso de substâncias viciantes, e se transformou num duradouro ícone da música pop.

Disney+. Estreia a 13 de Dezembro

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