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Algum tempo após a estreia do seu filme de ficção científica pós-apocalíptica 28 Dias Depois, em 2002, o realizador Danny Boyle declarou que este “não era um filme de zombies”. Mas a verdade é que a fita, escrita por Alex Garland e passada após a disseminação acidental de um vírus da raiva altamente contagioso que leva ao colapso da sociedade em toda a Grã Bretanha, foi fundamental para dar um novo fôlego aos zombies no cinema – e também na televisão (e gerou ainda as inevitáveis imitações grosseiras). Ao facto não foi também alheio o facto de 28 Dias Depois, feito com um orçamento modesto, ter constituído um sucesso de crítica e comercial, e sido um dos filmes mais lucrativos do seu género naquele ano.
Perante tudo isto, a ideia de uma continuação foi logo acalentada por Boyle, Garland e pelo produtor Andrew Macdonald, mas passaram cinco anos até que o filme, intitulado 28 Semanas Depois, se estreasse nos cinemas. O realizador, o argumentista e os principais actores (entre eles Cillian Murphy, intérprete do principal papel de 28 Dias Depois) estavam ocupados com outros projectos, e Boyle contactou o seu colega espanhol Juan Carlos Fresnadillo (autor, entre outros, de Intacto) para o rodar e participar na escrita do argumento, sob a supervisão geral de Alex Garland. O que levou a uma remodelação total da história original da fita, atrasando consideravelmente as filmagens.
Interpretado por Robert Carlyle, Jeremy Renner, Idris Elba e Rose Byrne, 28 Semanas Depois surgiu em 2007 e decorre seis meses após os acontecimentos contados no primeiro filme. Forças da NATO compostas por um destacamento do Exército dos EUA conseguem instalar um perímetro de segurança numa zona de Londres, para onde se dirigem os sobreviventes da epidemia, na esperança de que ali se possam instalar e recomeçar a vida. Só que as coisas não correm segundo o previsto por culpa de duas crianças. No final de 28 Semanas Depois, o vírus já se espalhou para o continente, tendo começado por França.
Só 23 anos após o primeiro filme, e 18 após a sua continuação, e por razões várias ligadas às vicissitudes da produção cinematográfica (que incluem ainda a paragem total da indústria durante a pandemia), é que o terceiro título desta série vê a luz do dia. E 28 Anos Depois vê também o regresso de Danny Boyle e Alex Garland à realização e à escrita do argumento (feita em parceria, desta vez). Ambos anunciaram, juntamente com os produtores Andrew Macdonald e Peter Rice, que a nova fita será a primeira de uma trilogia passada agora num mundo pós-apocalíptico completamente devastado pelo vírus da raiva; e que este trio de títulos ficará todo entregue a Boyle e Garland em termos de supervisão criativa.

Em 28 Anos Depois, que tem Cillian Murphy como produtor executivo, decorreram quase três décadas desde que o vírus escapou de um laboratório de experiências científicas. Alguns dos sobreviventes da catástrofe encontraram forma de continuar a viver no meio das massas de infectados. Um desses grupos vive em Inglaterra, numa pequena ilha ligada ao continente por uma única via, um passadiço fortemente defendido. Certo dia, um pai e um filho deixam a ilha para cumprirem uma missão, e à medida que se embrenha no continente, o duo vai descobrindo vários horrores, segredos e também coisas espantosas, que afectaram quer os infectados, quer outros sobreviventes como eles. O elenco de 28 Anos Depois conta com Ralph Fiennes, Aaron Taylor-Johnson, Jodie Comer, Emma Laird e Jack O’Connell.

Entretanto, em simultâneo com 28 Anos Depois, foi rodado o segundo filme desta nova trilogia da série, 28 Years Later: The Bone Temple, escrito por Alex Garland, produzido por Danny Boyle e realizado pela americana Nia DaCosta. A fita marca o regresso de Cillian Murphy ao papel que desempenhou em 28 Dias Depois, o de Jim, um dos sobreviventes da epidemia original. Ainda há muito por explorar neste mundo pós-apocalíptico que surgiu no cinema no início do nosso século.
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