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Nos Papagaios, em Arroios, há brunch e peixinhos da horta

Escrito por
Tiago Neto
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Serviu como casa de comes e bebes às gentes que davam vida ao mercado mas acabou perdido no tempo. Joana Amado pegou-lhe, mudou espaço, nome, carta, e devolveu ao bairro de Arroios uma das suas casas mais emblemáticas cheia de novidades e misturas gastronómicas.

"Fui jornalista no Público durante 23 anos, sendo que os últimos dez foram passados na área de internacional. Por isso é que tenho aqui este mapa na parede, é um espelho da minha vida anterior", começa por dizer a nova cara à frente d'Os Papagaios. Com a ajuda da irmã Rita, devolveu a vida ao espaço. "Quando o descobri falei com o senhorio e ele disse-me qualquer coisa sobre o papagaios [nome antigo] que era do pai dele." Nesse mesmo dia decidiu ligar-lhe para perceber se podia ficar com o nome. "Ele quase que chorou porque a casa mudou de mãos e perdeu-se completamente. Agora, de repente, toda a gente mais velha se lembra e vem cá ver."

A aventura de Joana na restauração começou depois da saída do jornalismo. Passou por tascas de pessoas conhecidas "para ganhar experiência e perceber se tinha estaleca" e, algum tempo depois, desagua no Mezze, o restaurante de refugiados do Médio Oriente onde foi convidada para gerir a equipa. Com a experiência ficou a conhecer as pessoas que trabalham no mercado, os vizinhos. "E a certa altura pensei que gostava de ter uma coisa minha, de arriscar." Acabou por ficar por Arroios. "Foi giro chegar e perceber que é um bairro onde vivem pessoas, que ainda não se transformou num hotel." 

Fotografia: Manuel Manso

"Gosto de atravessar a rua e ir comprar tudo ao mercado", explica, a mais-valia de "dar dinheiro a estas pessoas em vez de o gastar numa Makro".

Por aqui, a mistura de sabores alterna consoante a vontade do dia. "Eu defino o menu, as receitas. Aos almoços a ementa é muito curta, mas é o que me dá na cabeça. Pode ser tailandês, afegão, português." Outro dos trunfos da casa é o brunch, que Joana Amado diz estar em falta na zona. "Há muito lá para baixo, para turistas, mas aqui não, e quis criar um espaço de sala de estar, de ser um ponto de encontro sem filas."

Na carta os refrigerantes não entram, dando lugar ao smoothie do dia (2,10€), ao sumo de laranja (1,70€) ou ao chá, frio ou quente (1,20€). O café, e todas as suas combinações, tem assinatura da Flor da Selva e é torrado a lenha em Lisboa. Para começar o dia, há granola caseira com iogurte grego e fruta da época (3,70€), muesli com iogurte grego (3,50€) ou panquecas de lentilhas e grão com salada e pasta de tomate (3,50€).

Tâmaras gregas em infusão de café no iogurte e frutos secos
Fotografia: Manuel Manso

Os ovos são bandeira da casa. Estrelados simples (2,50€) ou com bacon (4,50€), mexidos com tomate, cereja e cogumelos (4€) ou em omelete, com opção cebolinho (2,70€), queijo da ilha (3,70€) ou mista (4,50€). O pão, que chega fresco todos os dias dos vizinhos Terra Pão, é companhia para quase tudo.

Ao almoço, para entrada, os peixinhos da horta (3€) são referência. A canja (2,20€) não sai da carta, e nos pratos, há opção do dia (7,50€), meia desfeita de bacalhau com cebola caramelizada (9€) ou caril de vegetais com arroz (7€).

Os peixinhos da horta
Fotografia: Manuel Manso

Às sextas-feiras, a estrela da companhia é o arroz de cabidela (8,50€). Termina com o bolo do dia (2,50€), molotov de caramelo (3€) ou tâmaras gregas (3€). Tudo isto regado a tinto da Quinta do Piloto Touriga Nacional (13€), branco António, Vale Figueira (20€) ou mimosa (3€).

Rua Lucinda Simões, 13 (Arroios). Ter-Sáb 09.00-17.00

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