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O adeus a “Into the Badlands”

Cláudia Lima Carvalho
Escrito por
Cláudia Lima Carvalho
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Não era o que estava nos planos, mas à terceira temporada Into the Badlands chega ao fim. Falámos com o protagonista Daniel Wu, que ainda acredita que a série possa encontrar uma nova casa.

Nasceu como uma série para um nicho e talvez por isso não tenha durado mais. O cancelamento por parte do AMC, no entanto, não retira qualidade a Into the Badlands, uma história de artes marciais passada num futuro pós-apocalíptico que nos chegou pela produtora de Quentin Tarantino e com equipas de O Tigre e o Dragão e Kill Bill. Foi feita por gente que sabe do assunto e com um grande investimento por parte do AMC, que via na série o sucessor de The Walking Dead

O que podemos esperar desta última temporada?
Acho que vamos deixar os fãs com uma série incrível. Sinto que nos excedemos a cada temporada. Esta terceira é ainda maior em escala, em termos de história e lutas. Fomos ficando cada vez maiores e esta temporada é a melhor. É muito interessante porque a história mudou imenso ao longo do tempo.

Quando estavam a filmar sabiam que ia ser a última temporada?
Não, mas sabíamos que este enredo tinha de acabar. Apesar de termos planeado começar uma nova história na quarta temporada, acho que o público vai ficar satisfeito. Não vão ficar pontas soltas.

Mas está satisfeito com o final? Ou tinha imaginado mais?
Nunca ficarei feliz por acabar. Mas por outro lado, estou contente por ter acabado desta forma. Acabamos em grande. Esta temporada vai ser de loucos, vai ter batalhas gigantes, lutas enormes. Elevámos mesmo a fasquia em tudo. Vai ser diferente do que se viu até agora com novas alianças e encontros improváveis numa luta contra um mal maior: o fim do mundo. Mas também vamos ter o background da vida de Sunny, perceber como é que ele era, o que é que era suposto ter sido. No fundo, vamos ter respostas para tudo.

Como é que se prepara para um papel destes, com essas lutas?
Temos um acampamento de cinco semanas e durante essas cinco semanas treinamos das cinco da manhã às três da tarde, todos os dias. E depois das três às seis da tarde, treino com a equipa de duplos com o Master Dee-Dee (Huen Chiu Ku). Preparamo-nos assim antes de começarmos a filmar. Não se trata de memorizar a coreografia, até porque isso só acontece no dia em que filmamos. Nós fazemos a coreografia no próprio dia, aprendemos ali e fazemos quatro ou cinco vezes antes de filmar. É meio maluco, mas é assim que fazemos. Não temos muito tempo. São nove dias por episódio. Mas temos um coreógrafo incrível (Dee-Dee) que faz isto há 30 anos.

Há várias campanhas que pedem o regresso da série, alguma vez imaginou que isto pudesse acontecer?
Nunca esperei isso, deixa-me muito orgulhoso que os fãs invistam o seu esforço, tempo e dinheiro para salvar a série. É tocante porque trabalhamos muito no duro e nem toda a gente sabe isto. Ter os fãs agora a lutar por nós é maravilhoso. Por que é que acha que isto acontece? Acho que somos uma série única e completamente original, sem livros, bandas desenhadas ou filmes na origem. É uma série completamente nova sobre um mundo que nem parece fazer sentido quando falamos, mas que quando vemos percebemos como é tudo tão bonito, do guarda-roupa às lutas. Funciona tudo tão bem junto! Ao longo de três temporadas conseguimos descobrir como tornar esta série maravilhosa e o facto de não a voltarmos a fazer é muito triste.

Mas ainda tem esperança que volte?
O problema é que ainda há muitas pessoas que nunca ouviram falar da série. Temos os fãs que são malucos com a série e aqueles que nunca ouviram falar. Não há propriamente um meio termo. Acho que com o tempo, quando chegar a plataformas como a Netflix ou a Amazon, as pessoas vão descobrir e aí vai ganhar uma nova vida. Pode pode ser que então alguém com poder perceba o valor. Vamos ver, mas ainda tenho esperança. Acho que faz sentido, até porque acabámos a terceira temporada a achar que íamos voltar para uma quarta. Nem tivemos a oportunidade de nos despedir propriamente uns dos outros.

Como é que olha a para a televisão hoje?
As pessoas hoje vêm mais televisão do que vão ao cinema, mas há um problema. Hoje há muito conteúdo, demasiado até. Eu ainda estou a tentar acabar de ver The Wire (risos). É óptimo porque há cada vez mais conteúdos de qualidade e a escolha é cada vez maior, mas fica difícil acompanhar tudo. E depois há coisas que se perdem.

AMC. Qui 22.10 (estreia T3).

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