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O antigo Cinema Odeon vai voltar, mas só lá para 2020 e sem sétima arte. O edifício vai ter apartamentos de luxo e um restaurante.
Esteve para se chamar Cinema Ibéria, foi inaugurado em 1927 com o filme mudo Viúva Alegre (1925), de Erich von Stroheim, e fechou passado sete décadas de muitas fitas, pornografia incluída, como uma grande estrela em decadência.
Fotografia: Arlindo Camacho
Desde então que a estrutura tem também vindo a definhar. Em 2011, figuras públicas associaram-se a uma petição em defesa deste património com receio de que o valioso miolo desaparecesse num suspeito nevoeiro ao ser transformado num espaço comercial. Mas parece que algumas memórias foram salvas da ruína.
A proposta do actual proprietário, a Odeon Properties (de Jorge Capelo e Julien Dufour), é um projecto do arquitecto Samuel Torres de Carvalho e contempla um grande restaurante no piso térreo, com mais de 500 m2, onde será recuperada a boca de cena, alguns balcões e o tecto em madeira. O projecto inclui ainda oito apartamentos nos pisos superiores com as tipologias T1, T2 e T3, tendo o mais pequeno 128 m2 de área. Do lado exterior serão recuperadas as fachadas e as suas inconfundíveis caixilharias em ferro e varandas.
As obras iniciam-se em Junho e 2020 é o ano previsto para a reabertura das portas. O filme é que vai ser outro.
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