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Vinho que se foda
Arlindo Camacho

“Que se foda toda a gente”: eis a quarta e última garrafa de um vinho que se tornou viral

Depois do vinho tinto, do branco e do verde, está à venda o rosé, mais uma vez numa edição limitada de mil garrafas.

Cláudia Lima Carvalho
Escrito por
Cláudia Lima Carvalho
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No ano em que nos fechámos em casa, em que dissemos impropérios como talvez nunca tenhamos dito, e em que o vinho nos pareceu tantas vezes um abrigo, o artista plástico Francisco Eduardo criou um projecto que resumia um sentimento colectivo. Depois do “Que se foda 2020”, “Que se foda o tinto” e “Que se foda o campeonato”, três garrafas de vinho tinto, branco e verde, respectivamente, estão agora à venda mil garrafas de rosé “Que se foda toda a gente”.

É difícil que não se tenha cruzado com uma destas garrafas nas redes sociais. Mais difícil terá sido conseguir comprar alguma, uma vez que fazem sempre parte de uma edição limitada de mil, apenas à venda no site quesefoda.com, e esgotam em pouco tempo. 

Vinho que se foda
Arlindo Camacho

A quarta e última garrafa ficou esta quinta-feira disponível. E se já não há garrafas únicas à venda, pode ainda comprar duas por 28€ (ou seis por 70€). Tal como aconteceu, com as edições do tinto, branco e verde, a última garrafa do lote, assinada à mão, será colocada à venda por 999 mil euros.

“As quatro garrafas contam uma história. Uma história que me deu a oportunidade de chegar a um sítio peculiar e especial, onde consigo passar uma mensagem importante de inclusão e ao mesmo tempo usar o meu humor para mandar foder toda a gente”, diz em comunicado Francisco Eduardo, para quem estas garrafas são arte. No site, no momento da compra, há mesmo um aviso que informa “que os produtos que estão a adquirir são obras de arte e não vinho”. Só depois de aceitar este alerta, pode continuar com a compra. “A mensagem geral da obra foi sempre uma, e muito positiva – não desistir, acreditar”, acrescenta ainda.

“Este projecto toca em diferentes universos e traz alguma complexidade de contemplação e interpretação. Mas é mesmo assim. Quando vamos a um museu há obras que parecem convidar a uma interacção, que não estão ali apenas para serem observadas ou entendidas”, defende o artista.

Para esta última garrafa, Francisco escolheu para o rótulo uma moldura com as cores LGBTI+ e no contrarrótulo deixou um manifesto de “fé e esperança”. 

Em todas as suas garrafas, o artista procurou brincar, sem preconceitos, recorrendo ao calão sem ofender ninguém. Se na primeira edição, que esgotou em dois dias, se lia “Que se foda 2020” e em letras pequenas “Não se assuste com o nome. Que se foda é um vinho do caralho”; na segunda, que chegou a 24 de Dezembro, qual prenda de Natal, era o tinto que era posto em causa com “Que se foda o Tinto”, e em letras pequenas lia-se “É o único branco que diz tinto”. Já este ano, em Maio, foi lançado o vinho verde, “Que se foda o campeonato”, com a frase “Até os bebemos”, alusiva ao Campeonato da Primeira Liga de Futebol – em menos de um mês, todas as garrafas tinham sido vendidas.

Ao chegar agora ao fim, Francisco Eduardo pretende montar uma exposição com as quatro garrafas deste projecto, a ser revelada já em Setembro. 

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