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Sumaya: é uma mesa libanesa, com certeza

Escrito por
Inês Garcia
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O novo restaurante do Príncipe Real é uma selecção do melhor que se come no Líbano: há mezze frios e quentes para partilhar mas também assados e grelhados, e 18 referências de vinho deste país.

Uma mesa libanesa quer-se cheia e colorida. Lisboa não é estranha aos sabores libaneses e já vai perdendo o preconceito de pegar no pão achatado para comer os pratos condimentados, de partilhar mezze, do hummus ao falafel, ou de se atirar a um bom kebab. Tarek Mabsout quis que o seu Sumaya, o novo restaurante do grupo Atalho no Príncipe Real, tivesse um menu muito grande, muito completo, para dar a conhecer ainda mais (e melhor) os pratos típicos de forno e os grelhados.

Hummus, baba ghanouj e mhamara
Fotografia: Duarte Drago

Esta cozinha, aparentemente simples, é “uma das mais complicadas do mundo”, diz Tarek, enquanto nos guia pelas várias salas do restaurante, no lugar do antigo Prego da Peixaria, agora muito mais luminoso, com muito branco e pormenores em verde – por enquanto senta 36 pessoas, mas o número vai aumentar com uma sala privada e uma esplanada. A culpa desta complexidade, continua, é das receitas, que levam muitos ingredientes, muitos condimentos e muitas especiarias. “A sorte é que os países são similares no clima, o que faz com que a agricultura seja parecida. Por exemplo, há alfarroba, azeitonas, laranja, romã...”, enumera. O mais difícil foi mesmo arranjar especiarias e condimentos de qualidade, que acabaram a vir do país de origem, depois de o chef libanês que Tarek trouxe do Líbano assim o exigir. 

Falafel
Fotografia: Duarte Drago

Na altura de criar o menu, com muitas receitas da avó, tiveram de pensar também como o português ia olhar para os pratos. O chef não quis, por isso, fazer um menu curto. Nem nas comidas nem nas bebidas libanesas, campo não tão explorado ainda em Lisboa – “muitas pessoas não conhecem, mas o Líbano é produtor de vinho há muito tempo”, conta, e isso foi uma das áreas em que quis apostar à séria. Além dos vinhos portugueses, que não poderia evitar, tem 18 referências libanesas, entre tintos, rosés e brancos, cultivados no vale de Bekaa, considerado o coração verde do Líbano.

No menu estão então os mezze frios, com o hummus, de grão de bico com tahini e limão (6€), ou numa versão com carne picada (7€), a baba ghanoush, de beringela com tahini, limão e romã (6€) ou a salada tabouleh, com tomate, salsa, cebola e hortelã picada com bulgur, azeite e limão (6€). Não deixe de provar, ainda nesta categoria (e aqui pode já começar a pensar levar um grupo de amigos para garantir a tal mesa cheia e provar muita coisa diferente), a mhamara, uma pasta de pimentos vermelhos com nozes, pistáchio, amêndoas e molho de tomate ligeiramente picante (7,50€) e o warak enab, umas folhas de vinha com recheio de arroz, tomate, salsa, hortelã e cebola (6,50€). 

Nos pratos de partilha quentes estão lá então os falafel (quatro unidades/7€), o arayiss de queijo, uma versão libanesa da quesadilla em pão árabe (6,50€), as salsichas caseiras makanek, com pinhões e molho de romã (7,50€), ou as sujouk, picantes e feitas na chapa com molho de tomate (7,50€).

Shawarma
Fotografia: Duarte Drago

No futuro vai encontrar mais pratos de street food mas, para já, nos grelhados há uma shawarma caseira, com cada peça de carne – de vaca e borrego ou só de frango – empilhada à mão num espeto e ensopada num molho secreto, para dar sabor. Depois é cortada tal e qual um kebab para o prato (13€). Há ainda uma variedade grande de espetadas, de frango (13€), do lombo (14€), de carne picada (13€) ou umas costeletas de borrego (16€). 

“Temos também umas saladas individuais, e isto foi um tema difícil para o chef, porque ele não tem bem o conceito de salada individual, é uma pessoa muito tradicional, do sul do Líbano”, explica Tarek, que insistiu nestes pratos numa lógica de almoços mais rápidos – afinal estamos no Príncipe Real e há muitas empresas à volta. São quatro saladas, uma com halloumi grelhado e a alface e a rúcula temperadas com zaatar, um tabouleh de quinoa, uma salada de falafel (10€) e outra com espetadas de frango (12€). 

Combinado individual para uma pessoa
Fotografia: Duarte Drago

Não podem faltar, claro, os pratos ditos principais, receitas da avó de Tarek, como a moussaka de legumes, um ratatouille libanês com beringela, grão de bico e cebola em molho de tomate servido com arroz (13€), ou o borrego no forno cozido a baixa temperatura (15€). Uma boa maneira de conhecer um pouco de tudo é pedir um dos combinados, para uma (13€), duas (26€) ou quatro pessoas (80€). 

Não procure as sobremesas na carta – ao contrário dos outros pratos que já não causam estranheza, os doces ainda fazem levantar uns sobrolhos, com a água de rosa e os pistáchios em força. Pergunte o que há no dia e arrisque.

Rua da Escola Politécnica, 40 (Príncipe Real). 21 347 0351. Dom-Qui 12.00-23.00, Sex-Sáb 12.00-00.00.

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