UMUKO (Dorothee Munyaneza 2024)
Patrick Berger | | UMUKO, de Dorothee Munyaneza
Patrick Berger

Alkantara Festival: os espectáculos a não perder

Entre 14 e 23 de Novembro, o Alkantara Festival volta a correr a cidade. Estes são os espectáculos em destaque na edição deste ano.

Raquel Dias da Silva
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Nasceu como Danças na Cidade em 1993, mas mais de 30 anos depois muito mudou. Desde 2006 que se chama Alkantara Festival, e tem-se consagrado como um espaço de encontro entre dança, teatro e performance internacional, onde se pensam e debatem as urgências do mundo contemporâneo. Este ano, o festival ocupa várias salas de Lisboa – da Culturgest às Carpintarias de São Lázaro, passando pelo renovado CAM e pelo TBA – com criações que abordam temas como a liberdade da geração pós-genocídio tutsi, os corpos não normativos, os movimentos migratórios e a diáspora africana. Dos 14 espectáculos programados, escolhemos sete a não perder. São os destaques desta edição.   

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O melhor do Alkantara Festival

  • Dança
  • Avenidas Novas

No centro da nova peça da coreógrafa ruandesa Dorothée Munyaneza está umuko, uma árvore ancestral de flores vermelhas vivas, símbolo de cura e guardiã das histórias que atravessam gerações. Juntamente com cinco jovens artistas ruandeses — bailarinos, músicos e poetas —, Munyaneza celebra a criatividade, a audácia e a liberdade de uma nova geração que, nascida depois do genocídio contra a população tutsi no Ruanda, que dilacerou o país africano em 1994, carrega a memória de uma herança comum enquanto sonha o futuro e resiste à precariedade do quotidiano. Em cena na Culturgest, a 14 e 15 de Novembro, sexta às 21.00 e sábado às 19.00. O bilhete custa 16€.

  • Dança
  • Lisboa

Imagine-se um universo de ficção científica moldado pelo reggaeton, pelo perreo, pela experiência de habitar um idioma estrangeiro e pela história da América Central, marcada pela exportação de frutas tropicais. É esta paisagem futurista que se transpõe para o palco. Numa mistura entre DJ set, projecção de texto, dança e escultura, exploram-se os percursos agridoces da migração entre o Sul e o Norte globais, e as complexidades da compreensão entre línguas. Em cena na Sala Estúdio Valentim de Barros/Jardins do Bombarda, nos dias 16 e 18 de Novembro, domingo às 18.30 e terça às 20.00. O bilhete custa 6€ e 12€.

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  • Dança
  • São Sebastião

Depois de anos a criar peças a solo, a italiana Chiara Bersani estreia-se a coreografar no colectivo. Este espectáculo comissariado pelo Alkantara e pelo próprio CAM, onde estará em cena, reúne três intérpretes italianas, “um coro de corpos não normativos”, com quem a coreógrafa colabora pela primeira vez. A inspiração é o aclamado pianista de jazz Michel Petrucciani, com quem Bersani partilha uma condição genética, a osteogénese imperfeita, que prejudica a formação correcta dos ossos e os torna anormalmente frágeis. Em cena no CAM, de 20 a 22 de Novembro, quinta e sexta às 19.00 e sábado às 16.00. O bilhete custa 10€.

  • Dança
  • Belém

Nesta peça, que cruza flamenco com linguagens urbanas e contemporâneas, do krump ao voguing, a coreógrafa andaluza María del Mar Suárez, também conhecida como La Chachi, conduz-nos por uma travessia física e emocional entre o trágico e o absurdo, entre o riso e o desespero. No centro da cena está a busca de “Currito” – figura ausente, evocada, inalcançável – e uma montanha impossível de escalar que se torna metáfora do desejo, da fé, da perda ou do amor. Em cena no Centro Cultural de Belém, nos dias 21 e 22 Nov, sexta às 20.00 e sábado às 17.00. O bilhete custa entre 5,25€ e 13€.

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  • Dança
  • Marvila

Sofia Dias e Vítor Roriz regressam ao dueto, o formato que melhor espelha a cumplicidade artística e a intensidade de uma colaboração de quase duas décadas. Entre canções de criações passadas e arquivos pessoais, a peça instala-se entre um musical bizarro, uma conversa e uma dança que resiste à nomeação. Com textos de Tiago Rodrigues, Sofia Dias e Vítor Roriz pensa-se sobre o que é continuar e, sobretudo, continuar juntos. Em cena na ZBD 8 Marvila, entre 19 e 22 de Novembro, quarta e quinta às 19.30, sexta às 16.00, e sábado às 19.30. O bilhete custa entre 7,50€ e 10€.

  • Dança
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Num ambiente minimalista e sem música, este espectáculo – que vai contar com cinco intérpretes afro-portuguesas em palco – é a primeira peça de grupo criada por Vânia Doutel Vaz, bailarina e coreógrafa angolana, nascida em Setúbal. Ao explorar a expectativa, a percepção e o modo como projectamos sentidos sobre os corpos em cena, Vaz propõe usar a performatividade como forma de questionamento, entre periferias e centros, num espaço em constante deslocação. Em cena no Teatro do Bairro Alto, entre 21 e 23 de Novembro, sexta às 19.00, sábado às 16.00 e às 19.00, e domingo às 17.30. O bilhete custa entre 3€ e 12€.

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  • Dança
  • Lisboa

Com uma estética inspirada nos desfiles de moda e em homenagem à alfaiataria negra da diáspora, Dori Nigro propõe uma caminhada rumo ao futuro – não um futuro que se persegue, mas que se constrói no presente, com o olhar voltado para trás. Entre o berimbau, o afoxé e sonoridades afro-diaspóricas portuguesas, entrelaçam-se memórias autobiográficas e mitologias afro-americanas para costurar uma celebração da ancestralidade negra viva, tecida de espiritualidade, sonho e resistência. Em cena nas Carpintarias de São Lázaro, nos dias 22 e 23 de Novembro, sábados e domingos às 15.00. O bilhete custa 5€.

Teatro em Lisboa

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