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DJ Vibe celebra 50 anos de vida e 35 de carreira este sábado no Armazém 16

Escrito por
Miguel Branco
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DJ Vibe estava lá. É quase como um jogo de verificação temporal. E quando o Muro de Berlim caiu? DJ Vibe estava lá. E quando o Alcântara-Mar inaugurou? DJ Vibe estava lá. E quando as raves se faziam em castelos e em kartódromos? DJ Vibe estava lá. Está cá, aliás, há 35 anos. Menos quinze do que na vida. 35v50 acontece este sábado no Armazém 16 e celebra os 35 anos de carreira e 50 de vida de Tó Pereira. Seis horas de música que compreendem algumas das faixas e sonoridades essenciais durante o seu percurso, que se confundem, também, com a história da música de dança portuguesa.

Foi na década de 80 que Tó Pereira se começou a interessar por música, sobretudo quando, na loja de discos que os seus pais tinham em Lisboa – espécie de recreio entre as aulas –, descobriu Creedence Clearwater Revival. “A música electrónica foi uma consequência dessa aproximação à música. Havia música portuguesa, bandas sonoras de filmes, pop, rock, e era isso que passava quando comecei a tocar, sobretudo em festas de escola e afins. Só uns anos depois, em 1988, começaram a aparecer vários sítios que passavam disco-sound, funk, italo-house, por aí”, conta.

E 1988 é, seguramente, um ano importante. Foi aí que o acid house explodiu em Inglaterra e Tó Pereira, por acaso, “estava lá para comprar uns discos para a inauguração do Alcântara-Mar”, afirma antes de acrescentar: “Era smiles em todo o lado, uma onda que estava a arrancar, um som completamente diferente, que quis trazer para Portugal, embora tivesse que tocar com algum cuidado. As pessoas não estavam habituadas e era sempre um choque. Muitas vezes referiram-se a mim como o maluquinho, o DJ das bolinhas e dos martelos”.

Pois foi esse homem estranho que em 1991 já trabalhava no Kremlin, outra das mecas nocturnas lisboetas. “Aí já se tocava techno alemão e o house de Chicago, foi uma grande mudança na noite”, contextualiza. E também foi o DJ das bolinhas que em 1993 fundou os Underground Sound of Lisbon em conjunto com Rui da Silva, nome incontornável da electrónica nacional, que ainda gatinhava. Daí retiramos festas de arromba e, sobretudo, uma canção que tocou por esse mundo fora: “So Get Up”. “Foi uma música que aconteceu quase às três pancadas. A diferença daquela música é que não conseguimos sincronizar um dos sons do início com a secção rítmica, com a parte do computador, não havia midi na altura e não conseguimos sincronizar. O resultado é que a secção rítmica vem toda em fade, como se fosse o DJ a subir o volume da faixa”, comenta Vibe.

O gosto por sets de várias horas sempre foi uma das suas manias. E, como não podia deixar de ser, na festa 35v50, DJ Vibe vai tocar seis horas e só porque não o deixam tocar mais: “Não sei onde vai caber tudo. Mas vou tocar música dos 80s à actualidade”. Venham mais 35.

Armazém 16, Rua Pereira Henriques, 1 (Marvila). 22.00-06.00. 20-25€.

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