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O MAAT pinta-se de branco e azul com as porcelanas de Bai Ming

Escrito por
Francisca Dias Real
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“Branco e Azul” está, a partir desta quarta-feira, a colorir a Sala dos Geradores na Central MAAT. O artista plástico chinês Bai Ming expõe pela primeira vez em Portugal e traz consigo cerâmica, desenho e pintura numa exposição que faz a ponte entre a tradição ancestral e a contemporaneidade.

São mais de 200 peças expostas naquela que é a sala nobre do museu. A exposição encaixa na perfeição neste espaço, uma vez que se tem vista privilegiada para o Tejo através da grande grelha de janelas onde o rio parece entrar na sala.

China e Portugal sempre mantiveram entre si laços culturais e comerciais, nomeadamente através da antiga Rota das Sedas. “Este tipo de actividades de intercâmbio artístico tem muita importância para nós”, refere o curador Fan Di’an, presidente da Academia Central das Belas Artes da China, durante a apresentação aos jornalistas, revelando que “a porcelana acaba por ser um elemento que liga os dois países”.

Nada mais simples que comparar a arte da porcelana com a tradição do azulejo português. Foi exatamente o que fez Bai Ming quando comparou o talento que imprime na porcelana com o azulejo que todos os dias nos lava os olhos em qualquer canto de Lisboa.

Com a imposição da nova Rota da Seda, um projecto internacional de infraestruturas proposto pela China, também esta exposição ambiciona reavivar simbolicamente o corredor económico que uniu o Oriente o Ocidente, mas desta vez com cultura. “A Rota da Seda não é só uma questão política e económica, também é muito cultural e ajuda os países a progredir juntos”, afirmou Bai Ming que se mostrou curioso com a reacção que o público terá perante as suas obras. 

Podemos já dizer que muitas daquelas peças ficariam incríveis dentro da casa do mais comum mortal. Bai Ming faz uso da pintura para colorir a porcelana, e é através da pintura que diz colocar todo o seu “génio espiritual” ao serviço das experiências com as peças. “Isto é uma área que exige muita sensibilidade”, afirma o artista que utiliza uma diversidade de suportes para expor o seu trabalho. “Não se deve procurar só a técnica, mas sim formas expressivas e espirituais de modo a transformar materiais antigos e a transpô-los para a modernidade”, explicou.

A exposição vai permanecer no museu até dia 4 de Setembro. Depois não diga que não avisámos.  

MAAT. Central Tejo - Avenida de Brasília. Qua-Seg 12.00-20.00. 5€.

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