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Resident Evil 4
DRResident Evil 4

Os mortos-vivos perseguem-nos. O passado persegue ‘Resident Evil 4’

O novo ‘Resident Evil 4’ é um remake que excede a todos os níveis o jogo original. Para o bem e para o mal.

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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★★★★☆

Resident Evil 4 é um jogo absolutamente seminal. Enquanto o primeiro título da franquia introduziu as bases e conceitos sobre as quais se ergueram posteriores séries de terror e sobrevivência – criando um novo género, pelo caminho –, o quarto, lançado originalmente em 2005, no GameCube da Nintendo, alargou substancialmente as fronteiras e o potencial ludonarrativo deste mesmo género. E influenciou inúmeros outros jogos de tiros e de acção, com os seus controlos fluídos e perspectiva na terceira pessoa. Jogá-lo hoje é perceber que, tirando os modelos dos personagens, as texturas dos cenários e outros artefactos visuais um pouco datados, a experiência não perdeu a sua frescura e actualidade.

É por isso que, ao longo destas quase duas décadas, o clássico de 2005 foi reeditado, com muito ligeiras alterações, na generalidade das consolas domésticas, da PlayStation 2 (PS2) à PS4 e à Xbox One. E ainda hoje é possível adquirir essas edições nas lojas online da Switch, PlayStation e Xbox. Não obstante, é também por isso que este novo remake, já disponível no PC, na PS4, na PS5 e na Xbox Series X/S, pode ser considerado supérfluo. 

Experienciar hoje as versões originais dos dois anteriores números da franquia é muito diferente de jogá-los quando saíram, já que não só a tecnologia evoluiu como o que esperamos de um videojogo mudou (e de que maneira), e os respectivos remakes, lançados pela Capcom em anos recentes, são uma excelente forma de os trazer para o presente. Com muitas e necessárias mudanças, mas sem desvirtuarem os originais, conseguem superá-los. E poucos o negam. Este remake de Resident Evil 4 é mais bonito, mas é discutível que seja melhor, e indiscutível que não precisava de existir – como um remake de um filme clássico que se limita a introduzir novos actores, como o Psycho de Gus Van Sant.

É claro que continua a ser um belo jogo, onde a sensação de mal-estar e o terror nascem das hordas de monstros que cercam e ameaçam o nosso progresso, e não tanto da escassez de recursos. Uma alteração filosófica a que muitos franziram o nariz na altura, mas hoje é celebrada por quase todos, fazendo de Resident Evil 4 o mais unânime fascículo da série. Os contornos da narrativa são os mesmos, bem como a estrutura das missões e os desafios lançados. Sem grandes surpresas, a maior diferença são os gráficos e elementos visuais, mais detalhados e fotorrealistas – há quem diga que demasiado.

As mudanças, no entanto, não são apenas estéticas. O novo jogo é mais fácil – desde a queda da União Soviética que a vida sob o jugo do capitalismo ficou mais difícil a cada ano que passa, pelo que os objectos culturais destinados ao grande público têm ido em sido contrário, tornando-se mais digestíveis e inclusivos; não pode ser tudo mau – mas não só. É mais ridícula a situação e alguns quebra-cabeças. É mais óbvio o enredo. São mais bem lidos e escritos os diálogos. Tudo é mais isto e aquilo. O mal é que, muitas vezes, mais é menos.

Disponível no PC, PlayStation 4, PlayStation 5 e Xbox Series X/S

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