Um cheirinho a Malibu na Figueira da Foz

Quem não conece a Figueira da Foz não sabe que o Verão e o Inverno podem ter climas muito semelhantes. E não sabe também que a decisão de passar férias na Figueira da Foz é mais ou menos como aceitar um encontro às cegas: tanto pode correr bem como francamente mal. E a culpa disto é da inteira responsabilidade do clima, porque na mesma semana é perfeitamente possível cruzarem-se os dias mais soalheiros de que há memória com ventos furiosos e nevoeiros cerrados que nem deixam ver para que lado é o mar. Pode parecer má publicidade mas esta imprevisibilidade dos dias é o que dá charme à cidade.E verdade seja dita, nunca impediu as enchentes durante a época estival.

Conhecida, desde o início do século XX como “Rainha das Praias Portuguesas”, evoluiu de estância balnear dos ricos e abastados (sobretudo espanhóis e “coimbrinhas”), onde os bailes dançantes se estendiam noite dentro, para uma cidade moderna, atenta às novas tendências do turismo e que descobriu, finalmente, como se pôr a mexer fora da época alta.

Recentemente captou a atenção do Grupo Yonan Collection, marca especialista em hotéis de luxo em França, que percebeu que a Figueira não é só mar, também é serra, também é bons restaurantes de peixe e marisco e que beneficia de uma localização muito estratégica que pode e deve ser aproveitada como ponto de partida para conhecer os cantos à região Centro. No lugar do antigo Sweets Residences & Garden, um clássico dos anos 80 na cidade, nasceu este ano o novíssimo Malibu Foz, virado para o futuro que do edifício antigo de três pisos só manteve a estrutura.

Lá dentro, nada está como era: os 94 quartos (dos quais ainda só estão 40 a funcionar em pleno) despiram- -se de excessos para ganhar mais conforto e luz natural e as áreas comuns sofreram uma revolução gigante que permitiu criar uma biblioteca, uma sala de cinema com sessões diárias a partir das 21.00 (e Netflix, Sportv e canais infantis ligados todo o dia), um restaurante – já lá vamos – e um surpreendente cigar lounge.

Não é uma sala de fumadores convencional, pelo simples facto de que não é permitido fumar outra coisa que não os charutos El Septimo, marca costa-riquenha detida pelo administrador do grupo. Há 38 variedades à disposição e uma sala preparada com poltronas, conhaques e whiskeys velhos para acompanhar o serão. Agora que sabemos que um charuto demora em média duas horas a ser fumado, percebemos que o conforto da sala e a minigarrafeira são luxos muito necessários (e bem-vindos) para não dar pelo tempo a passar.

Enquanto o ginásio e o rooftop não estiverem finalizados (em Março já deverá estar tudo pronto), hóspedes e passantes têm o restaurante Mensa como ponto de encontro.

A cozinha é italiana, com uma ementa tradicional para agradar e pais e filhos, turistas e locais e que pretende ser uma referência na cidade para quem quiser fugir dos pratos de mar, muitíssimo bem representados em vários restaurantes vizinhos. Está aberto ao público, com acesso a partir da rua, e junta no mesmo espaço um bar que convida a um aperitivo antes do jantar. Para os hóspedes do hotel, existe ainda um serviço de take away de pizzas, perfeito para acompanhar uma maratona de filmes e séries na cama.

Para os mais pequenos há programação especial no Kids Room, com desenhos animados, filmes de animação, jogos de tabuleiro e uma casinha para brincar ao faz de conta. No caso, se estiver em dúvida sobre levar ou não a criançada atrás, saiba que até aos 12 anos a estadia é gratuita.

O pequeno-almoço não está incluído na estadia, mas vale bem a pena investir 14€ para se poder atirar sem cerimónia às mesas de quentes e frios, à carta de ovos de todas as maneiras, aos bolos, aos sumos e café, e aos pastéis tradicionais, com opções sem glúten e sem lactose.