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Glória
Paulo Goulart/NetflixMiguel Nunes em Glória

“Glória”, a primeira série portuguesa da Netflix, estreia-se a 5 de Novembro

Criada por Pedro Lopes e realizada por Tiago Guedes, a série é um thriller de espionagem passado no Ribatejo nos anos 1960. Além da data de estreia, foi divulgado um primeiro vídeo.

Hugo Torres
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Hugo Torres
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A primeira produção portuguesa com o selo "original Netflix” chega a 5 de Novembro, uma sexta-feira. A data foi hoje divulgada pela plataforma. Glória é uma série criada por Pedro Lopes, director de conteúdos da SP Televisão há quase década e meia e tem no currículo um pouco de tudo – filmes, séries e telenovelas. A história centra-se numa personagem interpretada por Miguel Nunes (Cartas da Guerra), de nome João Vidal, um engenheiro com ligações familiares ao Estado Novo que é recrutado pelo KGB para “várias missões de espionagem de alto risco que podem mudar o curso da história portuguesa e mundial”.

O vídeo com as primeiras imagens da série também foi partilhado nesta terça-feira (abaixo).

Co-produzida com a RTP, a série terá dez episódios realizados por Tiago Guedes (A Herdade) que se passam nos anos 1960, entre Lisboa e Glória do Ribatejo – onde funcionava a RARET, um centro de transmissões comandado pela CIA e apontado aos países do Bloco de Leste. É aqui que se passará grande parte da acção, e também na aldeia norte-americana construída nas imediações da RARET e que foi parcialmente reabilitada para poder acolher as filmagens da série.

“Tinha escola, piscina, clube de ténis, maternidade, zonas habitacionais. Uma verdadeira cidade”, disse Pedro Lopes à Time Out, numa entrevista publicada na revista premium de Outono, nas bancas desde o fim-de-semana. “Curiosamente, cruzei-me depois com pessoas que estudaram na escola da RARET, que teve influência na população que ali vivia. Pela diferença do modelo de vida, digamos assim, de uma espécie de ilha americana no meio do Ribatejo. Havia um contraste muito grande entre aquilo que era a ruralidade do Portugal da época com um lado moderno, cosmopolita, que se vivia ali dentro. E também em relação a Lisboa. É isso que queremos mostrar: este país de contrastes.”

Glória
Paulo Goulart/NetflixGlória

A RARET é uma realidade desconhecida da maior parte da população portuguesa. No entanto, Pedro Lopes ouvia histórias deste lugar quando era miúdo. “Cruzei-me muito cedo porque grande parte da minha família é da rádio, trabalhou na Emissora Nacional, e desde criança que ouvia falar do Festival da Canção, da Volta a Portugal em Bicicleta e da RARET. Sempre me atraiu. Não era secreto, mas pouco se falava. Andei às voltas com esta história durante muito anos. Sabia que podia ser uma grande série de ficção. Quando houve oportunidade de apresentar o projecto à Netflix, achei que esta podia ser a história certa, porque é profundamente portuguesa mas tem um apelo internacional.”

“O público português nunca viu um produto que tivesse este nível de produção e esta qualidade”, afirmou ainda o criador da série, sobre o facto de estarmos perante o primeiro “original” Netflix em Portugal. Tiago Guedes corrobora, também em entrevista, também na mesma revista: “São condições de produção que nunca tive. Depois, é trabalhar para uma monstra que também nunca tive”. “O meu nível de exigência para com o resultado final do Glória também foi muito elevado”, acrescentou o realizador. "A conversa que tive sempre com os departamentos todos e com a produção foi que queríamos mesmo fazer isto muito bem feito.”

Glória
NetflixVictoria Guerra em Glória

Victoria Guerra, que interpreta Mia, uma espiã ao serviço do KGB, adiantou-nos por seu lado que a série “não só tem um lado lúdico”. “Tem um lado histórico sobre a ditadura” e sobre aspectos pouco conhecidos desse tempo, como a RARET, que ela própria não conhecia e sobre os quais acha importante falar. Para Miguel Nunes, esse foi igualmente um dos atractivos para participar na série: “Fiquei muito entusiasmado com a ideia deste projecto já desde os castings, porque comecei a envolver-me bastante com a história do personagem, com o caminho que ele estava a fazer e com todo este momento político, porque é uma fase muito determinante também para aquela que vivemos hoje em dia”.

Com actores nacionais e internacionais, o elenco conta ainda com Carolina Amaral, Afonso Pimentel, Adriano Luz, Joana Ribeiro, Albano Jerónimo, Marcelo Urgeghe, Sandra Faleiro, Carloto Cotta, Maria João Pinho, Inês Castel-Branco, Rafael Morais e Leonor Silveira, Matt Rippy, Stephanie Vogt, Jimmy Taenaka, Ana Neborac e Augusto Madeira. André Szankowski (Linhas de Wellington, Variações) é o director de fotografia.

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