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A pergunta pode não fazer sentido, mas basta um episódio de Altered Carbon, a nova série da Netflix, para nos questionarmos. Pelo menos, foi assim que ficámos.
É óbvio que a pergunta não faz sentido, mas e se fôssemos nós infinitos? Agora vivemos, agora morremos, agora vivemos, agora morremos. É o que se passa em Altered Carbon, série baseada no romance cyberpunk do britânico Richard K. Morgan.
Um misto de Black Mirror, Blade Runner, The Matrix e até Ghost in the Shell – Agente do Futuro. Altered Carbon, cujo livro foi editado em Portugal pela Saída de Emergência, acontece no futuro, onde a morte se tornou uma coisa do passado. Pelo menos, o seu significado. É que nesta história, a consciência humana pode ser transferida para outro corpo, como se de um qualquer ficheiro digital se tratasse. Mas isso não está acessível a todos. A existência é algo que pode ser comprado e vendido – é para quem tem dinheiro.
Não é de estranhar então que a figura central seja um multimilionário, que durante séculos viveu em vários corpos. Laurens Bancroft (James Purefoy) é assassinado e, já renascido, contrata alguém do passado para investigar a sua morte. Trata-se de Takeshi Kovacs (Will Yun Lee), um soldado de um grupo de guerreiros de elite interestelar que acabou derrotado numa revolta contra o novo mundo. A sua mente foi aprisionada “em gelo” durante séculos até esta nova vida em que é interpretado pelo sueco Joel Kinnaman, o actor que vimos recentemente em House of Cards e que foi protagonista de The Killing.
A série é uma das grandes apostas da Netflix para este ano e as primeiras críticas são positivas, apesar de algumas apontarem o dedo à extrema violência. Altered Carbon é claramente uma série só para alguns, sendo certo que quem gosta do género não vai sair desiludido. Destaque para a equipa de realizadores, que inclui Miguel Sapochnik, que filmou alguns dos episódios mais icónicos de A Guerra dos Tronos, como “Batalha dos Bastardos” e “Os Ventos do Inverno” (sexta temporada).
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