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Quando Mário e Paulo abriram o restaurante, acharam que isto ia mesmo ser um choco para Campo de Ourique. Vai daí chamaram-lhe Choco do Bairro. Só que a coisa cresceu muito para fora das fronteiras desta zona. "Há gente a vir de Cascais, de Sintra e até da margem sul, porque é mesmo à saída da ponte", conta Paulo, na esplanada de um lugar mítico: o Stop do Bairro esteve aqui mais de 40 anos e mudou-se este ano para Campolide. Agora quem ocupa a casa é o choco de Setúbal, feito como não há muitos em Lisboa, garante este par de donos.
Fotografia: Manuel Manso
Paulo é o sadino da dupla e é da sua família a receita do choco frito. E sobre isto revela pouco mais. Avança que o essencial é o choco setubalense, como o que compra todos os dias no Mercado de Setúbal, e que depois disso os segredos são o óleo e a farinha. Teve uma casa com o seu apelido em Setúbal durante dois anos e mais de 80% dos clientes eram lisboetas. Ao Abadeço só iam forasteiros, que quem mora por ali gosta é de peixe grelhado, e isso encorajou-o a desafiar o amigo a trazer a montanha a Maomé. Fechou o Abadeço este ano para abrir com Mário, que passa a vida entre Campolide e Campo de Ourique, o Choco do Bairro. "Aqui o turismo é forte e a concorrência é pouca [no capítulo do choco frito à moda de Setúbal]. Em Setúbal, os fins-de-semana eram os dias mais fortes, era mais sazonal".
Fritura mais estaladiça a secar o choco que não pode ficar rijo, um polme dourado e, claro, batatas fritas – é assim que se define um bom choco de Setúbal. Aqui chega à mesa em travessas de inox – também muito tradicional, sublinham – em doses que servem duas pessoas (16,50€) ou em meias-doses para um (9€). O que se faz com o molusco em Campo de Ourique não se fica por aqui: há feijoada, sandes e ovas fritas, também servidas com batatas fritas e molho. "Para os que estão na dúvida", diz Mário, o bitoque é um porto seguro.
Rua Tenente Ferreira Durão, 55A (Campo de Ourique). 21 385 0486. Seg-Dom 12.00-15.00/ 19.00-22.00.
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