Conheça as melhores lojas em Benfica

Arraiais e quermesses. Sardinhadas e festas. Marchas, rifas, manjericos, bandeirolas e música pimba. Susana Cruz vai a todas e só tem pena que os Santos Populares se resumam a um mês. Então, não fez a coisa por menos, criou um Bailarico que dura o ano inteiro. Fica em Benfica e abriu no início de Junho de 2017. Os meses podem passar que esta alfacinha garante: “Aqui, haverá sempre tudo o que é preciso para um bailarico.” De balões e manjericos de papel a grinaldas, sardinhas de retalhos e santos antónios em loiça. Mas há muito mais neste espaço pequenino e colorido: copos, pratos, talheres, palhinhas, guardanapos, balões, velas, palitos, marcadores, chapéus, sacos de lembranças – tudo o que é preciso para uma festa em grande, de todos os padrões e formatos que pode imaginar. Para o aniversário de um miúdo, a despedida de solteira de uma amiga, o babyshower de uma futura mãe ou os 80 anos da avó.

A Maria Atarefada é uma loja de loiça a peso, mas quando explorada com tempo, revela outros predicados. A começar na decoração da própria loja, feita com móveis restaurados pelas próprias donas, mãe e filha - Maria e Carolina Alcoforado. Já as loiças, são sobretudo utilitárias, mas sempre com um quê de anti-tédio. A loja tem dois pisos cheios de relíquias cerâmicas, sendo o térreo dedicado sobretudo à decoração e o subterrâneo, mais amplo, aos pratos, taças, saladeiras, chávenas ou jarrões.

Estão no mercado há mais de 20 anos e são especializados no maravilhoso mundo da aquariofilia. São 700 metros quadrados com 65 mil litros de água. Na água doce tropical há nomes difíceis de pronunciar como os Ciclideos Lago Tanganika, os Loricarídeos, os tetras ou os vivíparos. Dentro da água salgada habitam peixes, corais moles e duros, anémonas ou invertebrados. Depois, para quem quer ter um oceanário a sério em casa há aquários de todos os tamanhos e para todos os gostos.  

Localizada na Estrada de Benfica, longe do rebuliço do centro, fica a apenas 8km do coração de Lisboa e vale muito a pena a visita, não só pela qualidade do que aqui se vende, mas também pelo atendimento de Sérgio e Rita Solposto. É este o incrível nome da família que pegou no negócio há uma geração. A mãe de Sérgio, Pureza Lopes Calçada Solposto (assim completo, um dos melhores nomes da nossa praça), é uma antiga funcionária que comprou a loja ao antigo proprietário, o Sr. Laço (mais um apelido vencedor), e é ainda a dona do negócio fundado em 1949. Na loja encontramos caixas que guardam tradicionais biscoitos portugueses, dos ésses tipo Azeitão a umas invencíveis bolachas de limão. Essencialmente, vende-se a granel, café incluído. É torrado a lenha todas as semanas na Flor da Selva, pequena torrefação na Madragoa, e a ele juntam-se na loja frutos secos, figos do Algarve, licores, broas, deliciosos bombons, tudo do mais gourmet que há, arrumado ao milímetro. São 1300 produtos diferentes, o que faz da Solposto uma espécie de dispensa dos nossos sonhos.

A quem se desloca sob duas rodas – falamos de motas mesmo – dá jeito saber que existem lojas dedicadas à sua segurança, e que o enchem de pinta para percorrer essas estradas de Lisboa e arredores fora. Botas, casacos, capacetes, capas, malas, luvas, coletes ou cadeados, encontra-se de tudo na Caparica Peles, que por si já tem um belo catálogo online para homem, mulher e até crianças. Agora imagine a loja física: há na Sobreda e em Benfica.

O hashtag não está ali por acaso, é mesmo o nome desta nova loja - diz-se “vou à hashtag granel”. Já percebeu que aqui se vendem produtos a granel, num espaço folgado e com uma decoração simples que deixa respirar. O que também deixa respirar, mas o mundo, é a enorme panóplia de produtos que o casal Cátia e Pedro Carvalho escolheu para abrir o negócio, nascido em dezembro de 2017. O conceito é o low waste, convida-o a levar consigo os seus próprios recipientes, e vai das granolas, cereais, massas, frutos secos ou bolachas aos produtos de higiene: champôs, condicionadores, sabonetes, desodorizantes, escovas de dentes e cotonetes de bambu, pensos higiénicos reutilizáveis ou disíticos de algodão para limpar a cara, feitos pela loja vizinha Cor de Lavanda (no 375A). “Se pudesse haver uma lojinha destas em cada bairro seria óptimo”, sonha Pedro, enquanto explica que nas zonas residenciais as pessoas gostam de ir a pé às lojas de bairro, contribuindo para a pegada ecológica. Os produtos vendem-se, mas a sensibilização ambiental aqui é de graça.

Já se chamou Pérola da Selva, na Travessa das Águas Boas, a primeira morada. O nome mudou desde que inaugurou na Estrada de Benfica, em 1967, e há 20 anos que o homem do leme é Manuel Silva. É precisamente a simpática família Silva que encontra a vender cafés, vindos das torrefações alfacinhas Negrita e Flor da Selva, chás, chocolates, bolachas, mel, bombons e um número sem fim de doces. Tudo uma perdição. Com a Páscoa à porta chegaram os clássicos ovos de chocolate da bracarense Avianense, ideais para encher de amêndoas. “Tentamos sobreviver às grandes superfícies. Mas a qualidade no atendimento e nos produtos é sem dúvida melhor nestas lojas”, defende Sandra Silva, parte do clã d’A Casa da Selva.

Benfica é um bairro mestre em lojas especializadas, e a Bike Zone é mais uma dedicada ao universo de duas rodas, desta vez ao nível das bicicletas. Montadas ou às peças, coloridas ou monocromáticas, na Bike Zone encontra todo o tipo de artilharia do universo do ciclismo de estrada, BTT, BMX ou urbano.

O antiquário de José Cerqueira já existe há três décadas e é um mundo de preciosidades. Tem um armazém nas Laranjeiras, mas na loja encontra muitos artigos valiosos e também curiosos, como peças basculantes em cerâmica do tempo Raphael Augusto Bordallo Pinheiro.

A venda a granel está forte em Benfica e esta vem num formato de verdadeira mercearia de bairro, pelas mãos do casal Sara e Pedro Carvalho. A maioria dos produtos são biológicos e o uso do plástico é mínimo. Os produtos são embalados em papel e está convidado a levar o seu próprio saco ou recipiente para comprar a. A aposta nas marcas portuguesas é óbvia, dos rebuçados e mel do Monte dos Bens às conservas da Briosa ou ao azeite Manos Lince. E há novidades para breve: nas prateleiras vai encontrar a história de cada um dos fornecedores da Trucca para conhecer bem as preciosidades que está a levar para casa.

É uma discoteca no sentido em que armazena discos e coisas que tal, tudo em segunda mão e pronto a ganhar uma nova casa: CD, DVD, BLU-RAY, livros e vinis. Dizem os compradores que precisa de perder algum tempo, mas que há muitas raridades escondidas por ali. Se tiver grandes colecções a ocupar espaço em casa e quiser ver-se livre de coisas, aos sábados a loja compra material, mas os artigos têm de ser do interesse da loja e estar em bom estado de conservação, claro.

Queijos, enchidos, vinhos, azeites, azeitonas, compotas, licores... “É uma loja de produtos regionais, de coisas genuínas e alentejanas. O conceito é recuperar as coisas mais tradicionais da região”, explica Sérgio Cruz. Abriu portas em Abril de 2018, mas está longe de ser um novato: tem outras duas lojas idênticas (em Mora e na Estrada Nacional 251) e há 19 anos que faz “trabalho de campo”. “Para encontrarmos um produto bom, temos de estar no sítio. Temos que conhecer quem os faz, ver como são feitos, prová-los, andar na rua, perguntar aos velhotes onde é que se fazem as coisas boas”, diz. “Pelo menos uma vez por mês, faço a volta inteira ao Alentejo.” Às terças, quintas e sábados, vai ele próprio a Mora buscar o pão que é responsável pela fila à porta da loja. O almece (requeijão fresco ainda no soro) e os petiscos conservados em vácuo artesanal – perdiz de escabeche, iscas de pato, coelho com molho vilão, cogumelos de fricassé – são outras das estrelas desta pequena, mas farta loja.

Não há muito a dizer a não ser que quem quer dar às agulhas é aqui que vem abastecer-se, das linhas às lãs, dos dedais às agulhas, e ainda leva um par de dicas para casa de quem está atrás do balcão. Deixe-se fascinar pelas dezenas de novelos que são o chamariz lá do sítio e dão cor às prateleiras.