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Desporto Motorizado, Motociclismo, Miguel Oliveira
©DRMiguel Oliveira

“Sei que a expectativa é enorme”

Depois do travão imposto pela pandemia, Miguel Oliveira acelerou a fundo e destacou-se no Mundial de Motociclismo. Falámos com a estrela portuguesa antes da chegada a Portimão.

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Propostas excepcionais para dias de excepção.

A glória chegou a 23 de Agosto, quando venceu o seu primeiro Grande Prémio em Estíria, Áustria. Mas Miguel quer ir mais longe. A final da competição acontece no Autódromo Internacional do Algarve, a 22 de Novembro, com o MEO a dar nome à prova que há oito anos não passava por Portugal. 

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Há um sabor especial em acabar o MotoGP em Portugal?
Há, porque havia a expectativa de muitos anos de reaver o MotoGP após a minha última participação em 2012. Ter um grande evento desportivo a terminar em Portugal, para mim enquanto único representante da bandeira portuguesa na categoria do MotoGP, é motivo de orgulho e também uma motivação extra. Como quando uma equipa de futebol joga em casa e tem aquela energia extra que o público português dá.

E como é que espera chegar ao Algarve?
Espero chegar bem colocado no campeonato. Obviamente, o objectivo passa por fazer sempre o melhor possível, mas acredito que temos muito boas possibilidades de chegar a Portimão dentro dos cinco primeiros, de poder estar ali na luta por uma posição importante do campeonato. Mas se não for o caso, a motivação é suficiente para ambicionar um bom resultado na prova, um pódio ou até mesmo ganhar. Esse é o objectivo.

E não o deixa mais nervoso acabar em casa, especialmente depois da vitória na Áustria?
Não, nada disso. Eu sei que a expectativa é enorme, mas para mim é uma motivação extra para fazer bem e para dar um bom espectáculo e um bom resultado a todos os portugueses.

No Algarve há também a possibilidade de voltar a haver público. Que diferença faz?
Faz muita diferença, temos notado isso. Sabemos que o público será sempre limitado e em condições muito extraordinárias, mas o que é importante é que pode haver um pouco de contacto dos fãs com o MotoGP, e isso é fantástico. Para nós pilotos, que estamos habituados a corridas com milhares e milhares de pessoas, não ter isso de repente é um grande choque. Mas acho que Portugal tem sido exemplar [no combate à pandemia], temos demonstrado ser exemplares em organizações de outros eventos desportivos e, portanto, vejo com muito bons olhos o regresso do público. Que se possa fazer deste Grande Prémio um exemplo para o resto do mundo.

Este foi um ano muito atípico. O que é que vai fazer no final do MotoGP?
Não sei porque a situação pandémica não deixa grandes alternativas a nível de vida do quotidiano. Tenho sempre de tomar cuidados redobrados no que toca a prevenir a infecção da Covid-19 porque me impede automaticamente de entrar no paddock e de fazer o meu trabalho. Após a competição, não sei se vou aliviar este cuidado, até porque nesta altura os efeitos secundários são muito desconhecidos, acho que todo o cuidado é pouco. Depois deste campeonato espero, pelo menos, poder fazer umas férias e aproveitar o tempo em família que nos tem faltado este ano.

Quando falámos contigo em Abril, falavas de tirar a carta, já a tiraste?
Ainda não, porque entretanto com esta situação toda não tenho tempo. Este calendário também é muito excepcional: todos os meses temos três corridas seguidas com um fim-de-semana de descanso. Sempre que regresso a casa a prioridade é mesmo descansar e não ocupar o tempo com outras coisas que são secundárias.

O calendário é muito intenso este ano. Quando é que a adrenalina desaparece?
É difícil de dizer. Julgo que o que custa mais é o cansaço físico e psicológico, porque são sempre três fins-de-semana seguidos de corridas todos os meses e isso tem afectado obviamente e tem baralhado muito as contas do campeonato. A adrenalina é algo muito momentâneo. Mal acaba a corrida, acho que a adrenalina desaparece logo.

E para o ano, é para ganhar tudo?
Não sei, o campeonato ainda não acabou este ano, e como disse, é um calendário muito particular. Neste momento, o campeonato do ano que vem ainda é um bocadinho território desconhecido para todos. Acho que vai ser muito interessante. As medidas técnicas que foram tomadas após a pandemia foram de não deixar os fabricantes desenvolver mais. Por sorte, a KTM ainda tem uma carta na manga, que é um motor novo que pode desenvolver para o ano que vem. Por isso nós só temos a beneficiar com esta situação. O quanto, não sei.

De que forma ser embaixador MEO tem ajudado?
Todos os patrocinadores são bem-vindos, mas a ligação com o MEO surgiu numa altura que fazia muito sentido para mim, na minha ascensão ao MotoGP. O MEO estar comigo na ascensão ao campeonato do mundo foi especial. Os valores da marca enquadram-se perfeitamente com os meus. Se pensarmos numa óptica mais alargada, o MEO ajuda também a levar o desporto a casa das pessoas. É fantástico poder partilhar esta grande parceria com o grande grupo de embaixadores que o MEO tem neste momento, não só de atletas, mas também de outras figuras da cultura. Beneficiamos todos com isso.

BI
©DR

BI

Nome: Miguel Oliveira
Idade: 25 anos
Ocupação: Piloto Moto GP
Natural de: Almada

A carreira desportiva começou aos nove anos. Nessa altura, Miguel Oliveira terminou em 4.º lugar no campeonato nacional de Mini GP. Desde então, não parou de trepar pódios e rankings internacionais, até tornar-se no primeiro português a correr em Moto GP, integrando a Red Bull KTM Tech 3. Este ano, em Agosto, venceu o Grande Prémio da Estíria, na Áustria, levando Portugal, pela primeira vez, ao topo da cadeia do MotoGP. As atenções viram-se agora para o português. Até onde conseguirá chegar?

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