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Há muitas histórias que cabem num rolo. Nestes dez filmes de fotografia, o cinema debruçou-se sobre elas
É histórica a ligação entre o cinema e a fotografia. De tal forma que não é novidade chegarem-nos obras cinematográficas feitas por mãos habituadas a câmaras de fotografia. É o caso de Anton Corbijn, que em Life levanta o pano a uma das mais icónicas fotografias da história. Mas há outros pontos de acção em torno da câmara que merecem ser contados. A lista que se segue carrega consigo o peso de dez filmes, todos eles directamente sobre fotografia e a forma como esta é importante, seja em cenário de guerra ou em casa, depois de um acidente. Seja na favela, ou seja como forma de nos ajudar a montar as peças de um passado que desapareceu. São os dez filmes de fotografia obrigatórios.
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Neste clássico do mestre do suspense, o fotógrafo L.B. "Jeff" Jefferies parte uma perna e fica confinado ao seu apartamento de Nova Iorque por algum tempo. Como forma de se entreter, começa a observar os vizinhos e desconfia que um deles matou a mulher. James Stewart e Grace Kelly interpretam este policial gloriosamente voyeurista de Alfred Hitchcock.
O italiano Michelangelo Antonioni aproveita a festiva “swinging London” dos anos 60 para criar um filme luminoso que a evolução narrativa vai tornando cinzento e misterioso, pondo em causa o niilismo ligeiro que ele próprio imprime como matriz do desenvolvimento do enredo. Com David Hemmings e Vanessa Redgrave, entre sessões fotográficas, oficiais e clandestinas, formais ou improvisadas, uma sexualidade assumida como libertação saltitando no ecrã, a possibilidade de um crime e de uma traição, Antonioni criou uma espécie de cápsula do tempo e uma obra-prima paradoxalmente intemporal.
Três jornalistas num triângulo romântico envolvem-se em intrigas políticas durante os últimos dias do regime corrupto de Somoza, na Nicarágua, antes da revolução popular em 1979, nesta fita de Roger Spottiswoode. Debaixo de Fogo é uma caracterização cinematográfica tecnicamente sólida de um fotojornalista de guerra interpretado por Nick Nolte.
Leonard Shelby (Guy Pearce) perdeu a memória recente, resultado de uma lesão que sofreu, associada ao assassinato da sua esposa. Do que ficou do passado, recorda-se de ser um investigador de sinistros, e foi, entretanto, aprendendo a lidar com a perda de memória através do contacto com um homem chamado Sammy Jankis (Stephen Tobolowsky), também ele com perda de memória. Nos mecanismos para lidar com a situação está um sistema que passa por saber onde colocar as coisas, que passa também por conversar com as pessoas pessoalmente, se possível, e não por telefone, a fim de avaliar as suas verdadeiras intenções. Por fim, as Polaroids são uma ajuda. Realizado por Christopher Nolan, Memento não é um filme totalmente sobre fotografia mas mostra-nos o quão importante esta pode ser na nossa vida, do passado ao futuro.
Quase duas décadas depois, o filme de Fernando Meirelles continua a ser lembrado e elogiado. Cidade de Deus é uma história gloriosamente visual de um jovem fotógrafo, Buscapé, que cresce numa das favelas mais perigosas do Brasil. Com o tempo, a violência escala, e o jovem fotógrafo acaba entalado numa guerra entre criminosos e polícia, fazendo da câmara um instrumento fundamental para descrever a realidade.
Passada no início dos anos 90, esta história real segue quatro fotógrafos de guerra que ganharam fama e dinheiro retratando a acção durante os últimos dias do apartheid, na África do Sul. Baseado no livro autobiográfico The Bang-Bang Club: Snapshots from a Hidden War, escrito por dois destes fotojornalistas, Greg Marinovich e João Silva, o filme de Steven Silver quer atiçar a nossa indignação justamente.
O estilo, a atitude, a forma como viveu e a maneira como morreu fizeram de James Dean um ícone transversal, por mais décadas que passem. Life, do fotógrafo tornado realizador Anton Corbijn, narra a história por trás das fotografias que Dennis Stock tirou ao actor para a revista Life, em 1955. E, pelo meio, dá-nos uma visão interna de algumas das imagens mais icónicas de Hollywood e da vida de um homem talentoso mas problemático.
Kodachrome traz-nos a história de um pai e um filho que viajam para o estado do Kansas para revelar fotografias no último laboratório Kodachrome da Kodak, antes deste fechar as portas para sempre. O filme de Mark Raso baseia-se no artigo "For Kodachrome Fans, Road Ends at Photo Lab in Kansas", escrito por A.G. Sulzberger para o The New York Times, em 2010.
O documentário Finding Vivian Maier conta a história de uma mulher com uma vida aparentemente monótona, que tomava conta de crianças. Acontece que, após a sua morte, mais de 100 mil fotografias retratando a América foram encontradas no apartamento em que vivia, fazendo de Vivian Maier uma das mais importantes e talentosas figuras da fotografia do século XX. Através dos seus registos, de entrevistas com pessoas que a conheceram e de filmes, John Maloof e Charlie Siskel ajudam-nos a perceber os mistérios por detrás da sua vida e da sua obra.
Com o tempo, a sétima arte percebeu como desconstruir a adição, e como construir histórias à volta da mesma, sem que precisássemos de apontar o dedo. A lista que se segue dá-nos oito bons exemplos de como o consumo de drogas pode ser bem retratado.
Definir aquilo que podemos considerar como "filmes de luta" não é fácil. Aqui, o assunto luta serve de muitas formas. Há artes marciais, wrestling, boxe, luta de rua, há histórias que se constroem em torno dos punhos, há veracidade e ficção e ambas. A premissa foi combinar argumento e execução para chegar a uma obra digna, seja ela de produção megalómana Hollywoodesca ou independente, na lista que se segue tem opções para todos os gostos.
Hoje, a indústria tem força própria, e as figuras que dela fizeram – e fazem – parte, tornaram-se ícones a que nem o cinema conseguiu resistir, seja pelo génio das criações ou pela irreverência. A passerelle tornou-se um marco importante no quotidiano da humanidade, mesmo que não nos apercebamos, e estes são os melhores filmes de moda que o comprovam.
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