Delírio em Las Vegas
©IMDBJohnny Depp em Delírio em Las Vegas
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Nove filmes sobre drogas – da caricatura à dura realidade

Canábis, cocaína, LSD, MDMA, ecstasy: o catálogo é grande e o cinema tem se debruçou sobre ele. Veja com moderação.

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Os 60s, o amor nas ruas, ácidos e charros e um senso inegável de que a força da juventude havia, de alguma forma, de derrotar o poder instituído e fundar uma sociedade mais justa. A década de 1960 foi o desaguar de todas as tensões e contra-culturas num só, e o que dali sobrou, perpetuar-se-ia até hoje. O consumo de drogas disseminou-se e mediatizou-se, mas o ponto de partida aconteceu milhares de anos antes. No cinema o retrato nem sempre foi justo. Easy Rider, por exemplo, pintou a dependência numa quase caricatura. Mas, com o tempo, a sétima arte percebeu como desconstruir a adição, e como construir histórias à volta da mesma, sem que precisássemos de apontar o dedo. A lista que se segue dá-nos nove bons exemplos de como o consumo de drogas pode ser bem retratado. São os filmes sobre drogas que precisa de ver.

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Nove filmes sobre drogas que precisa de ver

1. ‘Christiane F.’, Uli Edel (1981)

Com banda sonora a cargo de David Bowie, Christiane F. – baseado na história real de Christiane Felscherinow – leva-nos à Berlim dos anos 70 e à queda de uma jovem rapariga num perigoso circuito de consumo de droga (seguido de prostituição). O filme chocou as audiências europeias e foi decisivo na construção de um retrato sobre a epidemia de heroína que varreu a Europa nas décadas de 70 e 80.

2. ‘Trainspotting’, Danny Boyle (1996)

Mark Renton (Ewan McGregor), um viciado em heroína, tropeça sistematicamente em tentativas infrutíferas de sobriedade juntamente com os seus amigos – Sick Boy (Jonny Lee Miller), Begbie (Robert Carlyle), Spud (Ewen Bremner) e Tommy (Kevin McKidd). A juntar a isto, Renton tem uma namorada menor de idade, Diane (Kelly Macdonald). Depois de se tratar e de se mudar de Edimburgo para Londres, Mark descobre que não pode escapar da vida que deixou para trás quando Begbie lhe aparece à porta. E logo atrás vem Sick Boy. 

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3. ‘Delírio em Las Vegas’, Terry Gilliam (1998)

Raoul Duke (Johnny Depp) e o seu advogado Dr. Gonzo (Benicio Del Toro) seguem a alta velocidade num descapotável pelo deserto de Mojave até Las Vegas com uma mala cheia de ilegalidades para cobrir uma corrida de motociclos. À medida que o consumo de drogas aumenta a um ritmo alarmante, a dupla destrói o quarto de hotel e teme repercussões legais. Duke decide voltar a L.A., mas depois de um estranho encontro com um polícia (Gary Busey), o regresso à "Sin City" é o passo mais sensato. O filme, realizado pelo Monty Python Terry Gilliam, teve a supervisão de Hunter S. Thompson, o jornalista e autor do livro Fear And Loathing In Las Vegas, figura incontornável da literatura americana.

4. ‘A Vida Não É Um Sonho’, Darren Aronofsky (2000)

Evocando imaginativamente a paisagem interior dos seres humanos que procuram conexão e amor, o filme é uma parábola de felicidade gloriosamente encontrada e tragicamente perdida. Requiem For a Dream conta histórias paralelas ligadas à relação entre a viúva e solitária Sara Goldfarb (Ellen Burstyn) e seu filho, Harry (Jared Leto), num misto de desespero drug fueled, de negação e de benevolência.

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5. ‘Traffic – Ninguém Sai Ileso’, Steven Soderbergh (2000)

Vindo de um realizador como Steven Soderbergh, não se poderia esperar que este filme sobre o combate à droga nos EUA tivesse uma perspectiva convencional. E não tem, já que é contado do ponto de vista de várias personagens directamente ligadas àquele: um juiz que encabeça o projecto governamental de luta contra os estupefacientes e descobre que a sua filha é toxicodependente, dois agentes da DEA que andam no terreno e têm que proteger um informador, a mulher de um grande traficante que foi preso e um polícia mexicano que desconfia que o seu chefe é corrupto. Um puzzle que, para Soderbergh, é de muito difícil solução.

6. ‘Profissão de Risco’, Ted Demme (2001)

Na turbulenta década de 1970, o comércio internacional de droga sofreu uma revolução rápida, violenta e lucrativa – no centro dessa revolução estava um americano aparentemente normal, George Jung (Johnny Depp). Mas, em apenas alguns anos, Jung tornou-se o principal importador mundial de cocaína do cartel de Medellin, na Colômbia, mudando o curso de uma geração inteira. Blow é uma visão em alta velocidade da espectacular ascensão e queda de George Jung.

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7. ‘Gangster Americano’, Ridley Scott (2007)

Frank Lucas (Denzel Washington), um traficante de droga do Harlem, chega ao poder na corrupta Nova Iorque dos anos 70, igualando e superando as notórias famílias da Máfia italiana com o alcance do seu império. Do outro lado da lei está Richie Roberts (Russel Crowe), um polícia empenhado em levar à justiça "o homem mais perigoso que anda pelas ruas". Enquanto isso, Lucas age impunemente, contrabandeando heroína para os EUA nos caixões de soldados americanos mortos no Vietname. 

8. ‘A Ressaca’, Todd Phillips (2009)

Empenhados em passar um despedida de solteiro memorável em Las Vegas, três padrinhos (Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis) e o noivo (Justin Bartha) embarcam numa viagem de excessos, iniciada com uma dose de Rohypnol, também conhecida como roofies ou "droga da violação". Contudo, no dia seguinte, o cenário é catastrófico: não há lembrança do que aconteceu e, pior, não há sinal do noivo.

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9. ‘Beautiful Boy’, Felix van Groeningen (2018)

O realizador Felix van Groeningen adapta, neste filme, as memórias de David (Steve Carell) e Nic Sheff (Timothée Chalamet), pai e filho que, durante anos e anos, lutaram contra a dependência de Nic das metanfetaminas. O enredo desenvolve-se em viagens sucessivas entre o passado e o presente, usando de basto detalhe para descrever os altos e baixos das viagens ao mundo da droga, das tentativas de reabilitação e sucessivos falhanços, partindo do esforço e do sacrifício de um pai para, primeiro, compreender o ciclo do vício que atormenta o filho, e, depois, agir e persistir na tentativa de salvar Nic.

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