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Tobin Yelland/A24Sunny Suljic e Na-kel Smith em Mid90s

Sobre rodas: filmes de skate no cinema

Dos primórdios do desporto à consagração como uma das mais importantes contra-culturas. São os filmes de skate no cinema

Escrito por
Tiago Neto
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Arrancou na Califórnia, algures entre as décadas de 40 e 60 do século passado, como alternativa à ausência de ondas no mar. À altura, a designação era sidewalk surfing – surf de passeio –, mas rapidamente daria lugar a uma actividade de valor próprio. Nas décadas que se seguiram, o skate ganhou popularidade, sobretudo na vertente vert (praticada em rampas, half-pipes e piscinas vazias) e freestyle, valorizando manobras de perícia, mas não havia de ficar por aí. No final da década de 80, a tábua faria das ruas o habitat natural e a popularização do skate foi exponencial, transformando os skaters num ponto contra-cultural que continuaria a crescer até à actualidade. Hoje, a indústria é uma das mais apetecíveis e rentáveis. Da moda ao cinema, a transversalidade acentuou-se e o que era visto como marginal subiu ao patamar da normalização. Nomes como Spike Jonze ou Jonah Hill haviam de contribuir definitivamente para a simbiose e são por isso alguns dos nomes obrigatórios nesta que é a lista dos filmes de skate no cinema.

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Os filmes de skate no cinema

1. "Skaterdater", Noel Black (1965)

Skaterdater foi, provavelmente, a primeira mostra cinematográfica sobre skate. Produzida por Marshal Backlar, escrito e realizada por Noel Black, a curta-metragem foi vencedora da Palma de Ouro de Melhor Curta no Festival de Cinema de Cannes de 1966. E foi também nomeada ao Óscar na categoria Melhor Curta.

2. "Trashin'", David Winters (1986)

Corey (Josh Brolin) e os seus amigos skaters gostam de problemas, ainda que estejam mais interessados em raparigas do que em arranjar confusão. O problema começa quando este decide começar a namorar com a irmã do líder de um grupo rival, Tommy Hook (Robert Rusler), dos Daggers. Posto isto, e depois de ataques de parte a parte, só há uma forma de resolver tudo: uma corrida, a L.A. Massacre, numa estrada mortal.

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3. "Kids", Larry Clark (1995)

Telly (Leo Fitzpatrick) tem como objetivo dormir com o maior número possível de virgens, ainda que não revele que é HIV positivo. Entretanto, na busca pela sua nova conquista, Telly e o seu melhor amigo, Casper (Justin Pierce), passam os dias a fumar erva e a roubar lojas em Nova Iorque. Até que Jenny (Chloë Sevigny), uma das primeiras vítimas de Telly, depois de descobrir, faz da sua missão evitar que outras raparigas passem pelo mesmo. Um retrato brutal de uma era, sempre com o skate como pano de fundo.

4. "Yeah Right", Ty Evans e Spike Jonze (2003)

Não é propriamente uma obra cinematográfica – e isso faz de Yeah Right! uma excepção nesta lista –, mas o filme que o lendário filmer Ty Evans e o galardoado realizador/skater Spike Jonze trouxeram em 2003 em nome da Girl alterou em muitos aspectos a forma como o público percebia o desporto. A equipa é monstruosa (Guy Mariano, Koston, Brian Anderson, Carroll, P. Rod ou Marc Johnson), e monstruosa é, também, a sequências das tábuas fantasma.

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5. "Os Reis de Dogtown", Catherine Hardwicke (2005)

Sul da Califórnia, década de 70. A seca em curso obriga os habitantes de Dogtown, em Venice Beach, a esvaziar as piscinas, o que, inesperadamente, se torna numa oportunidade de ouro para um grupo de rapazes surfistas que troca as ondas pelo cimento. Baseado na história verídica da equipa de skate Z-Boys, Lords of Dogtown leva-nos ao começo de alguns dos maiores nomes do desporto como Stacy Peralta (John Robinson), Tony Alva (Victor Rasuk) e Jay Adams (Emile Hirsch), além do team manager Skip Engblom (Heath Ledger).

6. "Paranoid Park", Gus Van Sant (2007)

Paranoid Park centra-se em Alex (Gabe Nevins), um skater adolescente que vai saltando de comboio em comboio com um tipo chamado Scratch (Daniel Liu). Tudo se complica quando um segurança os vê e tenta removê-los à força. Alex ataca-o com o seu skate, derrubando-o na direcção de outro comboio, que o mata. Percebendo a gravidade do que acabou de acontecer, e para apagar vestígios, acaba por mandar a tábia ao rio, mas a polícia encontra-a. Agora, Alex e os restantes vão ter de responder a algumas perguntas complicadas.

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7. "Street Dreams", Chris Zamoscianyk (2009)

É mais fácil associar Rob Dyrdek ao programa "Ridiculousness" do que ao skate, mas o agora apresentador (ou reality star) já teve a sua quota de sucesso como skater. MTV e programas à parte, foi em 2009 que Dyrdek imaginou Street Dreams, a história de um miúdo (Paul Rodriguez, também ele skater profissional) que parece querer falhar em tudo na vida menos no que verdadeiramente o apaixona: o skate. As interpretações não são brilhantes e a narrativa tem alguns buracos, mas o que Rodriguez nos mostra com a tábua nos pés é irrepreensível.

8. "Machotaildrop", Corey Adams (2009)

Nesta comédia surrealista somos levados à história de Walter Rhum (Anthony Amedori), um skater que, ao entrar na equipa Machotaildrop, acaba por receber um curso intensivo das desvantagens sobre a fama. O filme conta com a participação dos também skaters Steve Olson e Rick McCrank.

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9. "This Ain't California", Marten Persiel (2012)

A melhor forma de descrever This Ain't California será como um documentário sobre a forma como o skate acabou por florescer no meio do comunismo repressivo da Alemanha de Este. Os objectos de estudo são três rapazes que, inadvertidamente – ou não – se tornam referências do movimento, desde a década de 80 até 2011, com toda a agitação pelo meio. 

10. "Veer!", Patrick Barry (2012)

Jesse era uma referência no skate, mas no dia em que a equipa o decide deixar, a vida muda, e agora é preciso encontrar soluções. É aí que decide formar uma nova equipa, a VEER, e só a força de vontade o pode fazer superar as adversidades. Uma história sobre como o skate pode destruir ou salvar vidas.

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11. "Skate Kitchen", Crystal Moselle (2018)

Skate Kitchen é uma história sobre pertencer, sobre encontrar parte daquilo que somos, alguém que nos aceite. É, também, um coming of age no feminino que nos faz viajar a Nova Iorque – e a alguns dos seus spots icónicos como o LES – na pele de Camille (Rachelle Vinberg), uma adolescente que encontra num grupo de outras skaters e no conforto da amizade a forma de lidar com o quotidiano. 

12. "Minding The Gap", Bing Liu (2018)

Ao longo de 12 anos, Bing Liu compilou pedaços da vida de amigos para nos trazer este Minding The Gap. A turbulência, problemas, e a forma como cada um consegue levar a sua vida avante com a ajuda do skate.

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13. "Mid90s", Jonah Hill (2018)

É considerado pela comunidade skater como um dos melhores e mais realistas retratos até hoje conseguidos sobre o que é crescer com uma tábua. O olho por detrás da câmera é de Jonah Hill (Moneyball, The Wolf of Wall Street), nesta que foi a sua terceira assinatura como realizador, e partiu da experiência do próprio quando fazia do skate o seu dia-a-dia em Los Angeles, na década de 90. Mid90s mostra-nos a vida de Stevie (Sunny Suljic), um miúdo de 12 anos que vive com a mãe, o irmão, e que encontra nos miúdos que conhece na skateshop um sentido de pertença. 

Mais cinema

  • Filmes

Quando Henry Ford começou a comercializar o Modelo T, a história do transporte mudou irremediavelmente. O carro passou a integrar o quotidiano, alterou hábitos, criou oportunidades e conduziu-nos a curiosidade, à medida que a tecnologia avançava. A sétima arte não lhe ficou indiferente, elevando-o ao patamar do quase-fetichismo em trabalhos como Velocidade Furiosa ou 60 Segundos, ou transformando-o numa parte indispensável ao personagem como em Taxi Driver ou À Prova de Morte. 

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Foi no princípio do século XX quando Coco Chanel mexeu nas regras. As saias deram lugar às calças, os coletes, os fatos, toda a indumentária habitualmente associada aos homens abraçou uma democracia que viria a ser irreversível. Publicações como a Harper's Bazaar ou a Vogue deram força à causa, num bastião que continuamente trazia novidades e que ajudou a moldar mentalidades. 

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