‘O Dia’ não é só mais uma série sobre um assalto a um banco

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Depois de vermos a série policial belga O Dia (RTP Play), vamos passar a ser severamente exigentes com qualquer filme ou série sobre um assalto a um banco, tão lá no cimo esta põe a fasquia, e em todos os aspectos: criatividade, escrita, realização, interpretações, densidade dramática, suspense, caracterização das personagens, verosimilhança, pormenorização, organização e interacção das situações narrativas, e concepção e execução geral. O Dia é da melhor televisão feita na Europa nestes anos recentes, deixando KO os próprios americanos, que inventaram o modelo e o têm cultivado no grande e no pequeno ecrã, muitas vezes com excelentes resultados.

Situada numa cidade belga, O Dia segue o assalto a uma dependência bancária ao longo de 24 horas de um dia invernoso. Os episódios vão alternando os pontos de vista, ora do interior do banco, no qual estão ladrões e reféns, ora do exterior, onde se agitam agentes e negociadores da polícia, forças especiais, moradores evacuados das casas, familiares dos reféns e jornalistas, e um infiltrado dos assaltantes. A série é brilhante e original, complexa e intensa, empolgante e surpreendente, e completamente ancorada no real quotidiano e humano. E, escusado será dizer, gostosa e diabolicamente viciante. Um crime não ver.