Os melhores hotéis no Chiado

As más línguas dizem que é fácil adormecer em museus e que as galerias de arte contemporânea dão sono. No Largo Camões, o hotel Le Consulat vai mais longe e dá-lhe sofás e camas onde se pode estirar confortavelmente enquanto olha para obras de arte. É um hotel de 12 quartos – no futuro serão 16, depois de terminadas as obras que ainda decorrem – e pensar-se que é um hotel pequeno é uma reacção legítima. Mas olhemos melhor para a sua configuração: a suíte mais pequena tem 36 metros quadrados e a maior, a Suite Ambassadeur, tem 145 e dois quartos com camas king  size, uma cozinha e uma sala de estar.

Escondido numa rua estreita do Chiado, está no centro do roteiro da animação noturna e do centro histórico e à distância de uma curtíssima caminhada (a descer) do TimeOut Mercado da Ribeira, onde se reúnem os restaurantes dos melhores chefs da cidade, é um ótimo ponto de partida para ir à descoberta os de Lisboa sem precisar de fazer grandes planos – mesmo que venha em família. No Martinhal convivem diplomaticamente os espaços dos mais velhos e dos mais novos. De um lado, o hotel moderno, funcional e boa pinta. Do outro, o parque de diversões dos miúdos que é também sinónimo de diversão para os pais: com um Kids Club, uma Playstation, creche e o Pyjama Club, que se encarrega de pô-los a dormir sempre que os pais sentirem que estão a precisar de uma noite mal dormida por outros motivos.

Por fora percebe-se que é um dos prédios mais antigos do Chiado, mas por dentro deixa-nos de boca aberta. A sala de pequenos-almoços arrebata pela imponência, um salão com tectos trabalhados a dourado, grandes lustres e uma atmosfera clássica, quase monástica que, agora que pensamos nisso, não combina nada bem com a imagem que guardámos da entrada do hotel. A vista, para quem escolher um dos quartos da fachada, é nada mais nada menos do que o Largo do Chiado, desde os Armazéns até à Praça Luís de Camões. Não é uma panorâmica alargada, que não é, mas é um pequeno preço a pagar para ficar instalado no centro do centro.

Surpreendentemente genuíno na forma como se apresenta a quem entra, é contemporâneo, requintado e informal, com um serviço simpático e ambiente quase familiar, que recebe como se estivéssemos em casa de amigos. Os quartos, como o resto do hotel, seguem a premissa do mais é menos e só os do último piso é que têm banheira antiga de pés ao fundo da cama e vista rasgada para o Tejo – e são estes que deve ter debaixo de olho. Caso não seja possível, qualquer uma das varandas oferece um cartão postal simpático do Largo do Carmo.